Paraná vai bem com pontos corridos

O Brasileirão-2006 está chegando à sua metade. É a 36.ª edição do ?maior campeonato do mundo? -considerando-se, neste total, a Copa João Havelange de 2000 – que só agora vai atingindo um estágio de maturidade. Desde a implementação dos pontos corridos (a mais justa fórmula de disputa), a competição ganhou novos contornos. Já são quatro anos sem ?viradas de mesa? (melhor esquecer o escândalo da arbitragem do ano passado) e clubes tradicionais à mercê do rebaixamento.

Nesse sobe-e-desce, o Paraná Clube segue sua caminhada como um dos quinze clubes a participar de todos os campeonatos da primeira divisão desde 2003. Derrubando prognósticos dos ?videntes da bola?. A cada temporada, o Tricolor aparece ?carimbado? como candidato à degola. Mas, desde que o Brasileirão adotou esta fórmula, o time paranaense vem primando pela regularidade. Houve problemas em 2004, é verdade, mas na média, apresenta o 9.º melhor desempenho na somatória dos últimos quatro anos.

No geral, 28 clubes já participaram do Brasileiro por pontos corridos. São 208 pontos nos 150 jogos disputados. O Paraná Clube está atrás de Santos, São Paulo, Internacional, Cruzeiro, Goiás, Corinthians, Atlético-PR e Fluminense, nesse ?ranking? que dimensiona com maior precisão a condição atual do futebol brasileiro. Se mantiver a perfomance apresentada ao longo das 16 primeiras rodadas deste ano, o Tricolor pode ganhar mais uma ou duas posições, consolidando seu posto entre os ?emergentes? do futebol brasileiro.

O Paraná pela primeira vez alimenta o sonho de chegar à Libertadores, mas vai disputar já neste ano a sua segunda Copa Sul-Americana. O que para muitos é ?prêmio de consolação?, para o Paraná foi objetivo em anos anteriores. Principalmente diante da cruel realidade econômica do campeonato. O clube vem buscando soluções para encarar de frente os milionários clubes do Brasil, que recebem até seis vezes mais da televisão. De fora do Clube dos 13, o Tricolor segue com cota de R$ 4 milhões, contra os quase R$ 25 milhões da elite dominante, formada por São Paulo, Corinthians, Palmeiras, Flamengo e Vasco.

Com times relativamente baratos, o Paraná segue driblando os obstáculos e acredita que a partir do mês que vem, com a volta à Vila Capanema, dará início a uma nova realidade. Que já se mostra promissora, com a evolução das parcerias. Se no início desse processo jogadores vestiam a camisa tricolor, valorizavam-se e partiam sem retorno algum para o clube, hoje, a maioria dos destaques paranistas tem contratos longos (três anos) e no caso de venda, o percentual do Paraná é significativo.

Com o aproveitamento dos últimos anos, o Paraná se mantém à frente de clubes tradicionais – e de ?cofres cheios? – como Flamengo, Vasco, Coritiba, Atlético-MG, Palmeiras, Botafogo, Grêmio…No total, dez integrantes do C-13 estão atrás do Tricolor. Melhor ataque do atual Brasileiro – que também fez bonito em 2003 (Renaldo foi o vice-artilheiro) -, o Tricolor tem o 6.º melhor ataque dos últimos quatro anos de competição, com 226 gols marcados e média de 1,51 gol/jogo.

Verdadeira maratona paranista

O futuro em trinta dias.

O Paraná Clube terá sua ?prova de fogo? nos próximos trinta dias. A contar de domingo, serão dez jogos em apenas um mês, uma partida a cada três dias, onde o elenco será colocado à prova. Além de oito confrontos pelo Brasileirão, haverá os duelos decisivos contra o rival Atlético, pela Sul-Americana. ?O grupo será exigido ao máximo.

É momento de sacrifícios?, afirmou o treinador.

Caio lembra que o Tricolor ainda não conviveu com esse tipo de situação. ?Até aqui, trabalhamos com folga na tabela. Agora, teremos pouco tempo para treinar. Entre jogos, há viagens, o repouso correto e a alimentação balanceada que serão decisivos?, avisou. O objetivo da comissão técnica é minimizar lesões e recuperar o quanto antes aqueles que estão no departamento médico. Na última partida,

o treinador não pôde contar com oito jogadores contundidos.

A maratona terá início no domingo, frente ao São Caetano, e se estende até a partida contra o Fortaleza, dia 20 de setembro, que marca a reinauguração da Vila Capanema. Essa rotina vai além, mas Caio Júnior preferiu focar apenas os jogos deste período, mantendo a filosofia de trabalhar metas parciais, em ?blocos? pré-estabelecidos. Foi assim na fase pré-copa e nos nove jogos seguintes, até o fim do primeiro turno. ?Prefiro agir assim, com etapas mais curtas, mais fáceis de serem visualizadas pelo grupo?, disse o treinador.

Ainda sem saber se poderá contar com Leonardo – o atacante se recupera de uma entorse no tornozelo – para o jogo frente ao São Caetano, Caio confirmou apenas a volta do goleiro Flávio e do volante Batista. Pierre será mantido no meio. ?Nem pensei num possível substituto para o Leonardo. Vamos esperar até quinta-feira, quando ele fará um teste de campo?, disse o treinador, com uma visível desconfiança em relação à presença do camisa 9 titular.

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