Mesmo debaixo de chuva, jogadores
mostraram muita disposição.

O Paraná Clube foi obrigado a alterar sua dinâmica de trabalho. O mau tempo “afugentou” o Mogi-Mirim e o jogo-treino previsto para ontem à tarde não foi realizado. Paulo Campos só lamentou a “falta de humildade” da equipe do interior paulista. Assegurou que não houve prejuízo à preparação do time, tamanha foi a aplicação dos atletas ao longo do coletivo que substituiu a atividade anteriormente programada. Foram 50 minutos de bola rolando, sob muita chuva. A boa drenagem do campo 1 do Itu Trainning Center, garantiu a condição ideal para o treinamento do Tricolor.

Apesar da garoa intermitente que caiu sobre Itu desde o início da manhã, toda a programação havia sido mantida. Paulo Campos ministrou preleção de aproximadamente 20 minutos e os jogadores foram para o gramado. Só que o Mogi-Mirim desistiu da atividade. Como o CT ainda está em construção, os jogadores teriam que passar por um pranchão para não pisar na lama, chegando assim ao gramado. O supervisor do clube paulista disse que “não iria expor seus jogadores àquela situação” e “tirou o time”. Paulo Campos considerou a atitude antipática. “Foi frescura, pura palhaçada”.

Frustração também de toda a “comitiva” tricolor. O presidente José Carlos de Miranda queria ver o novo time em ação, mas vai ter que esperar até sábado, no amistoso contra o Ituano. Além de Miranda, estiveram no CT o diretor Durval Lara Ribeiro e Mauro Morishita, assessor do empresário Sérgio Malucelli.

No coletivo, a comissão técnica deu ênfase à postura tática dos times. Paulo Campos tem por filosofia não incentivar somente a equipe considerada principal. É até curioso. Quando a jogada fluiu ao natural e o gol acontece, os aplausos são para os atacantes. Se a defesa ou o goleiro impedem a ação do adversário, também recebem elogios. “Tenho que me preocupar com o grupo e não apenas com um time. É esse espírito que quero ver diariamente no Paraná Clube”, avisou.

A equipe-base para a largada do Brasileirão, no próximo dia 21, frente ao Santos, está pronta. Há, porém, uma indefinição no meio-de-campo. O clube já fez consulta à Confederação Brasileira de Futebol em relação aos 12 jogadores contratados até aqui. Só que o volante Axel tem uma suspensão na Copa do Brasil – foi expulso, jogando pela Portuguesa Santista – e a meta do Tricolor é a transformação da pena em multa. Por precaução, Paulo Campos já prepara Goiano, eventual substituto de Axel.

Esta variação foi trabalhada ontem à tarde, com Axel iniciando na equipe principal e, após 25 minutos, dando lugar a Goiano. Os titulares fizeram 1×0 com Adriano. O atacante tem mostrado eficácia na área adversária, marcando gols em quase todos os treinamentos. No final, João Vítor empatou para os suplentes. O treinador segue fazendo ajustes, mas não se cansa de exaltar a qualidade e a aplicação do grupo. “No futebol, não há espaço para cabeça-de-bagre. Quero um time qualificado e estamos no caminho certo”, sentenciou Campos.

Canindé já é do Paraná

O assunto é tratado com receio pelos dirigentes, mas o meia Canindé, do Paulista, já é jogador do Paraná Clube. A informação foi dada pelo empresário Sérgio Malucelli, que comprou o passe do atleta. Como ainda disputa a final do Paulistão pela equipe de Jundiaí, o jogador só se apresenta ao novo clube na próxima semana. Junto com ele, o Tricolor também deve anunciar a contratação do atacante Wellington Paulista, do Juventus.

Esta transação está sendo encaminhada por Durval Lara Ribeiro, que estará hoje em São Paulo. Aos poucos, o grupo vai sendo “fechado” para a longa competição, que começa na semana que vem e só termina no dia 19 de dezembro. Nos planos da diretoria e da comissão técnica – confirmando-se estes dois nomes – ficam faltando ainda um meia e um zagueiro, pois Gélson Baresi não ficará mesmo no Paraná.

O procurador do atleta, Neco, esteve ontem no CT e confirmou, após reunião com os dirigentes, a rescisão do contrato de Baresi. O zagueiro estava em Curitiba, distante da delegação, aguardando a solução do caso. O Paraná tentou uma readequação do salário de Gélson, com base nos valores acertados com os reforços recém-adquiridos. Quando assinou contrato no início do ano, Baresi tinha um reajuste programado para o Brasileirão, mas a diretoria voltou atrás neste acordo, o que gerou o impasse.

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