Thiago Neves vai dividir tarefas |
A abrupta queda de temperatura provocou um "esfriamento" na procura por ingressos. Mesmo assim, restam apenas pouco mais de três mil convites para o jogo de amanhã – às 16h, no Pinheirão -, frente ao Figueirense. No "calor" da sua galera (a tendência é de 20 mil paranistas no estádio), o Paraná Clube busca sua quinta vitória no Campeonato Brasileiro, a terceira consecutiva. O técnico Lori Sandri já tem o time definido e com as voltas dos zagueiros Marcos e Aderaldo conta com a força máxima frente aos catarinenses.
O principal desafio do Tricolor é encontrar um equilíbrio entre a marcação e a criatividade. Com o sistema 3-5-2 consolidado, falta aumentar o volume ofensivo do time. Nas duas últimas partidas, o Paraná venceu, mas pelo placar mínimo. Para não passar "sufoco", amanhã, será fundamental o constante apoio dos alas Neto e Vicente para evitar que o trabalho de Thiago Neves fique sobrecarregado. "Estou me esforçando muito, mas é preciso que tenhamos essa aproximação não só dos laterais como dos volantes. É importante que nosso meio-de-campo seja mais coeso", comentou Thiago.
Lori Sandri nunca escondeu que sua preocupação inicial em relação ao time -reformulado às vésperas do Brasileirão – era a definição de um padrão de jogo. "A competição é longa e o primeiro passo já demos, acertando um sistema defensivo eficaz", afirma o treinador. Os números comprovam essa regularidade. Em dez jogos, o Paraná sofreu apenas dez gols, estando apenas um pouco abaixo de Fluminense, Goiás e Fortaleza, que possuem as defesas menos vazadas da competição (com nove gols sofridos). Ajustada a marcação, a comissão técnica tenta encontrar soluções para tornar o meio-de-campo mais criativo.
Principalmente diante do fato do Tricolor contar, em seu ataque, com dois artilheiros natos. O jogo contra o Fluminense foi emblemático: a bola chegou muito pouco no ataque, mas Renaldo garantiu a vitória na sua única finalização. "Em casa, o time se adianta instintivamente. Assim, a tendência é que a bola chegue com mais freqüência para que eu e o Borges possamos fazer a nossa parte", ponderou Renaldo.
O jogador fez, na última rodada, o seu primeiro gol no Brasileirão (o 40.º com a camisa tricolor) e espera agora a manutenção de uma maior regularidade. "O jogo será difícil, pois o Figueirense marca muito forte. Mas, jogando em casa temos que pressionar e contar com o apoio da nossa torcida. Jogar com casa cheia é sempre muito bom", finalizou o goleador. Contra o Flu, ele e Borges jogaram juntos pela primeira vez. Tentaram algumas tabelas, mas faltou entrosamento, algo que a dupla espera ajustar com a seqüência de treinos e jogos.
Frio tira "brilho" do treino
O tradicional uniforme de treino não foi suficiente para aplacar o frio. Salvo raras exceções, os jogadores do Paraná precisaram recorrer a gorros e luvas no treino de ontem à tarde. Os termômetros marcavam 8ºC, mas a sensação térmica, devido ao vento, era de uma temperatura mais baixa. Talvez num reflexo involuntário deste clima, o treino não foi dos melhores. Pelo menos por parte dos titulares, que não conseguiram marcar um gol sequer.
Do outro lado, André Dias, Maicosuel e Wellington Paulista deitaram e rolaram, balançando as redes quatro vezes (Lori anulou um gol). "O importante é que a gente faça um bom jogo neste sábado", disse o zagueiro Aderaldo, que volta ao time após cumprir suspensão. "Diante da nossa torcida, temos tudo para fazer um bom resultado", frisou. A comissão técnica se preocupou.
Terminado o coletivo, o preparador físico Wilian Hauptman "acelerou" o trabalho de alongamento para que os jogadores fossem o quanto antes para o ônibus. Até mesmo o treino específico de faltas foi abreviado. "É importante cuidar para que ninguém pegue um resfriado nesse momento", comentou Hauptman. Os jogadores até evitaram entrevistas mais longas, diante da baixa temperatura.