Foto: Valquir Aureliano

O meia Éverton deve ser a principal novidade do Paraná Clube para o jogo de hoje à noite.

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Um risco calculado. É desta forma que o técnico Pintado define a sua opção pelo 4-4-2 no jogo desta noite – às 18h10, no Durival Britto – frente ao Sport Recife.

O Paraná Clube quer voltar a vencer para se isolar na vice-liderança do Brasileirão, tirando vantagem do adiamento do jogo Botafogo x Corinthians, os dois clubes que estão à sua frente na classificação-geral. Uma mudança tática, acompanhada por três alterações no time, da lateral ao meio-de-campo.

?É uma aposta no nosso bom momento e na qualidade desses atacantes?, explicou Pintado, escalando o Tricolor com quatro jogadores essencialmente ofensivos. ?É claro que, na teoria, estaremos mais vulneráveis. Mas, em casa, vejo a necessidade de sermos mais ousados?.

Para compensar essa postura ofensiva, Pintado conta com seis jogadores posicionados na marcação. Alas, zagueiros e volantes devem, nesse jogo, evitar avanços desnecessários.

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Para o treinador, o sexteto defensivo deve garantir maior liberdade aos quatro jogadores de frente, com Éverton unindo-se a Vandinho, Vinícius Pacheco e Josiel. ?Vejo esse time com muita força no ataque. Mas, para isso, vamos precisar muito da individualidade desses jogadores, do drible, da jogada de efeito?, avisou.

A proposta de jogo não chega a ser uma novidade no clube, que em boa parte da temporada atuou com apenas dois zagueiros. Mas, pela primeira vez a equipe conta, no papel, com tantos atletas estritamente ofensivos.

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Com o quarteto – ?que não é mágico?, frisa Pintado – o Paraná tentará encurralar o adversário. ?Nós é que temos que impor o ritmo da partida?, disse Vandinho. ?Além disso, com o estádio cheio, vamos ter ainda o apoio da torcida para pressionar o Sport?, lembrou. Vandinho só não concorda que o Paraná estará vulnerável. ?Nós, ali da frente, vamos ajudar, bloqueando os zagueiros e volantes. Assim, não haverá sobrecarga lá atrás?, garante. Vandinho, que nas últimas partidas ficou mais preso ao lado direito, nessa nova dinâmica de jogo atuará com liberdade.

Diante da mudança tática, Pintado intensificou os treinos específicos ao longo da semana. Ontem, o tradicional ?rachão? deu lugar a um trabalho de posicionamento, onde o técnico fez as últimas correções. ?A repetição é importante para que os jogadores entendam a movimentação e não apenas cumpram ordens. O grupo é muito profissional e acredito num grande jogo. Mesmo sabendo que será um duelo dificílimo?, finalizou Pintado.

Luís Henrique toma conta da zaga

Sem alarde, o zagueiro Luís Henrique não precisou de tempo algum para se adaptar ao novo clube. Um dos destaques do competitivo Bragantino no último Paulistão, ele chegou ao Tricolor prometendo superação em sua estréia na Série A do Campeonato Brasileiro. Após seis rodadas, o xerifão mostrou muito mais do que isso. Com um futebol prático e de poucas faltas, conquistou a vaga ao natural. Uma condição que não alterou seu estilo, seu modo de agir dentro e fora de campo.

?Estou fazendo meu trabalho. É apenas um início de competição e temos muito o que ralar até a conquista de nossos objetivos?, disse Luís Henrique. Aos 28 anos, vive o melhor momento de sua carreira e acredita na força do grupo tricolor. ?É difícil encontrar por aí um ambiente como esse. Trabalhamos com tranqüilidade e com muita união?, disse. O zagueiro só não esconde a ansiedade pela volta das vitórias. ?Conseguimos uma arrancada no início. Chegou a hora de retomar o embalo?.

Luís Henrique prevê um jogo complicado frente ao Sport. ?No início, temos que ter muita atenção. É natural que a gente tenha um pouco de dificuldade até encaixar a marcação?, comentou. Para o zagueiro, a troca do sistema tático exige muita sincronia dos marcadores. ?Em especial entre zagueiros e laterais, para que não haja confusão na cobertura?, explicou Luís Henrique. Por isso, ele e Neguete terão que orientar muito bem Léo Matos e Márcio Careca no bloqueio aos atacantes adversários.

?Treinamos muito esse posicionamento. Agora, é acertar lá dentro, com muita conversa?, avisou. Como em jogos anteriores, Luís Henrique vive a partida já na concentração. Troca os tradicionais MP3 e notebooks pelo teipe de jogos do adversário. ?Depois que a comissão técnica expõe aquilo que a gente deve fazer, sempre peço o DVD para observar detalhes individuais, em especial dos atacantes?, contou. Foi dessa forma, por exemplo, que Luís Henrique definiu a melhor estratégia para marcar o atacante Éverton, do Corinthians.

?Já o conhecia do Bragantino. Mas lá eu nunca o marquei. É diferente. Acho importante estar ligado nesses detalhes, que quando a bola rola, fazem a diferença?, afirmou. Agora, sem o zagueiro da sobra, sabe que ele e Neguete irão se revezar nessa função. ?O Sport pode não estar numa boa colocação, mas é um bom time e de atacantes eficientes, como o Carlinhos Bala, o Washington e o Weldon. Não podemos vacilar?, finalizou.

BRASILEIRO

7ª RODADA

Paraná Clube x Sport

PARANÁ

Flávio; Léo Matos, Neguete, Luís Henrique e Márcio Careca; Xaves, Beto, Vandinho e Éverton; Vinícius Pacheco e Josiel.

Técnico: Pintado.

SPORT

Cléber; Gabriel, Durval e Igor; Diogo, Éverton, Bia, Fumagalli e Bruno; Carlinhos Bala e Wahington (Weldon).

Técnico: Geninho.

Local: Durival Britto (Curitiba).

Horário: 18h10.

Árbitro: Elmo Alves Resende Cunha (GO).

Assistentes: Fabrício Vilarinho da Silva (GO) e Flávio Gilberto Kanitz (GO).