O desempenho ofensivo do Paraná Clube foi apenas regular nesta temporada. Foram 92 gols em 60 jogos, totalizando uma média de 1,53 gol/jogo. Alguns pontos justificam estes números, a começar pela estratégia de jogo: em grande parte das competições de 2006, o Tricolor atuou com apenas um atacante de ofício, priorizando a ocupação do meio-de-campo, num 3-6-1.
Além disso, os principais goleadores do grupo viveram altos e baixo durante as três competições oficiais do clube.
A começar por Leonardo. Depois de quase dois anos afastado do futebol – devido a duas cirurgias no tornozelo – o atacante precisou de alguns jogos no Paranaense para recuperar a forma. Depois da conquista do título, revelou que o então técnico Luiz Carlos Barbieri teve muita paciência com ele. ?Os meus primeiros jogos foram muito ruins?, brincava. Mesmo assim, Leonardo fechou o estadual com onze gols, como artilheiro do clube na competição. Gols que lhe valeram também o ?título? de homem-gol do Paraná na temporada.
Leonardo balançou as redes dezoito vezes – contra doze de Cristiano – e se notabilizou por ser um daqueles atacantes com visão de jogo, capaz de deixar companheiros na cara do gol. Um aspecto que pesou para a diversidade de jogadores a marcar gols ao longo do ano. Foram 23 ?artilheiros? que contribuíram para o desempenho do Tricolor, que recuperou a hegemonia do futebol paranaense e marcou a sua melhor campanha num Brasileiro, com direito a uma vaga na Libertadores da América.
Em se tratando de Brasileirão, o Paraná foi apenas o oitavo melhor ataque do ano, com 56 gols marcados. Cristiano – que saiu do banco de reservas para ser a ?solução? ofensiva do time – fez onze e foi o principal artilheiro do clube na competição, quatro gols à frente de Leonardo. Se não foi brilhante, o Tricolor conseguiu melhorar a média dos dois últimos anos (1,40/2005 e 1,13/2004), com 1,47 gol/jogo. O número, porém, é bem inferior ao de 2003, quando o Paraná teve o terceiro ataque mais positivo do Brasileiro e por pouco não fez o artilheiro do Brasileirão. Renaldo, com 30, ficou apenas um gol atrás de Dimba.
Se não brigou pela artilharia deste ano, o Paraná teve alguns exemplares de gols belíssimos, que entraram para a história da competição. O mais representativo, sem dúvida, marcado pelo zagueiro João Paulo, frente ao Goiás, quando acertou um ?balaço? do meio-de-campo. O chute de canhota do zagueiro foi indefensável para o goleiro Harlei e definiu uma vitória emblemática para o Tricolor, de virada, em pleno Serra Dourada.
O Goiás também foi protagonista de outro golaço, na Vila Capanema. Henrique acertou uma virada precisa, no ângulo direito de Harlei. Curiosamente, foram os únicos gols de João Paulo e Henrique na temporada.
Quase tudo acertado com a dupla de zaga
Foi adiada para a próxima semana a ?rodada final? de conversações com os zagueiros Daniel Marques e Aderaldo. Os dois, porém, estão bem perto de um acerto com o Paraná Clube. Quem garante é o diretor de futebol Durval Lara Ribeiro, que já teve contatos preliminares com os dois jogadores, que podem voltar a jogar lado a lado. Se oficializar com estes dois jogadores, o Tricolor cumpriria em 50% a sua meta inicial de reformulação do elenco.
Ao invés de encher a prateleira, a idéia do clube é trazer quatro reforços – além dos zagueiros, um meia e um atacante – para permitir ao técnico Zetti a montagem de uma equipe-base.
?A partir daí, com a seqüência de treinos e jogos é que vamos medir a necessidade de se buscar um ou outro reforço?, confirmou Vavá Ribeiro. ?Mas, fechando com esses quatro atletas, já teremos um bom time para a largada do Paranaense e até mesmo da Libertadores?, avalizou.
Um quadro diretamente ligado às permanências de Batista e Cristiano, cujas prorrogações de empréstimo são negociadas pelo presidente José Carlos de Miranda junto aos dirigentes de Adap e J. Malucelli, respectivamente. Além de não ?trazer por trazer?, a diretoria do Paraná tenta evitar o vazamento de informações. O substituto de Leonardo para o comando do ataque, por exemplo, já estaria acertado. Mas, seu nome só deverá ser revelado pelos dirigentes na próxima semana, quando terá início a pré-temporada do Tricolor.
Além de espantar ?atravessadores?, o clube tenta evitar uma repetição de casos anteriores, como a novela envolvendo Joelson.
O ?vem não vem? do ano passado, além de criar uma grande expectativa do torcedor, prejudicou o desempenho do atleta.
?Só nas últimas rodadas ele conseguiu se livrar daquela ansiedade, que prejudicou seu desempenho?, lembrou Vavá. ?Só peço calma ao torcedor. Na próxima semana, o novo time começará a ganhar forma?, finalizou.