Confiança passou a ser palavra-chave para a seqüência do Paraná Clube no campeonato brasileiro. Sem marcar gols há dois jogos e sem vencer há cinco rodadas, o Tricolor perdeu posições e o sinal de alerta já está aceso pelos lados de Vila Capanema. O técnico Edu Marangon não esconde a preocupação com a precipitação que o time tem demonstrado no momento da definição das jogadas. Nos dois jogos sob o seu comando – contra Guarani e Goiás – a história se repetiu. Muitas chances criadas e nenhuma finalização precisa.
Instabilidade inesperada para um time que há algumas rodadas ostentava um dos melhores ataques do Brasileirão. A média, que chegou a ser de dois gols por partida, caiu para 1,7, após os sucessivos deslizes. A receita de Marangon é simples: tranqüilidade e muito trabalho. “Não posso esconder que estou preocupado, mas a tensão seria maior se o time não criasse ou se não houvesse qualidade no grupo”, comentou. “Não sei o motivo, mas a ansiedade na hora de marcar o gol ficou evidenciada nas duas partidas sob o meu comando.”
O tempo de preparação não é o ideal, mas entre hoje e amanhã, a comissão técnica vai intensificar os trabalhos de finalização. “Não tem outro jeito, pois o time está jogando bem, mas precisa traduzir isso em vitórias”, disse. Paralelamente ao treino específico, irá dar ênfase também a aspectos emocionais, como aconteceu ao longo da semana. “Sinto que há uma receptividade muito boa do grupo, que é qualificado. Mas, é preciso colocar isso pra fora. Superar o mau momento”. No jogo em Goiânia, o Paraná criou, no primeiro tempo, pelo menos seis chances reais de gol, mas amargou a derrota (1×0).
Para o treinador, é melhor criar uma chance apenas – como ocorreu com o Goiás, que só teve duas oportunidades – e transformá-la em gol. “Não adianta querer fazer como no futebol americano: colocar a bola debaixo do braço e levá-la pra dentro do gol”, avisou. Marangon tem mostrado preocupação com o visível abatimento do grupo após os insucessos. “Há o lado positivo, pois quando você sente uma derrota, você reage. Só não pode existir uma frustração capaz de inibir a atuação seguinte”, comentou, já mobilizando o elenco para o jogo deste domingo, em Maringá, frente ao Fluminense.
Edu Marangon quer seu time concentrado no jogo, mas tranqüilo. Para ele, marcando um gol, seu time tirará um “grande peso das costas” e tudo voltará ao normal. Pelo seu diagnóstico, o Tricolor tem criado várias situações ofensivas mesmo diante de adversários fechados. “Por uma dedução lógica, marcando um gol, saindo na frente, teremos um volume ofensivo ainda maior, pois o adversário terá que se abrir.” É nisso que aposta o técnico para o próximo jogo neste Brasileirão, onde a vitória passou a ser decisiva para a recuperação psicológica da equipe. Edu não poderá contar, frente ao tricolor carioca, com o zagueiro Cristiano Ávalos, que continua no departamento médico. Fernando Miguel e Fabinho retornam após cumprir suspensão. A definição do time ocorrerá possivelmente no treino de amanhã pela manhã, pois a delegação só viajará à tarde, de avião, para Maringá.
