Frustração e tristeza. Este foi o dia seguinte do Paraná Clube após a derrota para o Botafogo, que relegou o representante paranaense à penúltima colocação do campeonato brasileiro. Sempre primando pelo trabalho psicológico, o técnico Paulo Campos tratou de redirecionar o foco dos atletas para o jogo de amanhã, em Paranaguá, frente ao Vasco da Gama. Admitiu estar intimamente triste pela forma como o Tricolor perdeu um “jogo ganho”, mas garantiu não estar “em crise”.
Na última quinta-feira, indagado sobre o fato do Botafogo ter cedido empate ao Vasco, após estar vencendo o clássico por 2×0, a resposta de Paulo Campos foi a seguinte: “se a minha equipe estiver ganhando um jogo de 2×0 e ceder empate – com quem quer que seja o adversário – ou ser derrotada, quem vai entrar em crise sou eu”. Sem perder o bom humor – apesar do momento delicado do clube -, o treinador assegurou que “de jeito algum” está em crise. “Minha única crise é estar longe da minha família.”
Pela primeira vez, sob o comando de Paulo Campos, o Paraná perdeu um jogo “de virada”. Para jogadores e comissão técnica, o revés ocorreu por simples falta de atenção, de postura para administrar a pressão que o adversário aplicou no início do segundo tempo. “Estávamos avisados sobre o que ocorreria. Principalmente após termos sofrido aquele gol nos acréscimos do primeiro tempo”, comentou Lombardi. O lance, aos 46 minutos foi “eleito” por todos como o fator responsável pela mudança de rumos do jogo.
“O Botafogo voltou com uma proposta mais ofensiva, mas nós caímos na armadilha. Fomos à frente e o resultado foram os espaços para contragolpes. Sofremos dois gols em contra-ataque, perdendo bolas que estavam sob nosso controle”, lembrou. A derrota gerou também desentendimentos no vestiário, que a comissão técnica tratou de “abafar”. Ontem, Campos conversou longamente com Lombardi e com Flávio. “Cada jogador reage de forma diferente. Uns ficam quietos, outros extravasam. O clima foi quente após o jogo, mas é assunto superado”, comentou Lombardi.
O grupo, de forma unânime, gostou da realização de nova rodada já nesta quarta-feira. “Assim, não dá tempo de ficar chorando as mágoas. O melhor é voltar a campo e buscar a vitória”, disse o meia Cristian. O Paraná espera contar com o apoio da torcida parnanguara, pois sabe que a partir deste momento, terá que fazer valer o mando de campo para se safar da segundona.
Time indefinido, mas com Marcel
Marcel é o novo titular do Paraná Clube. Paulo Campos preferiu não antecipar quem sairia do time, mas confirmou a entrada do meia no jogo de amanhã – às 20h30, no estádio Fernando Charub Farah. “Ele entrou muito bem nas últimas partidas e está merecendo uma chance”, comentou o treinador.
Campos deixou no ar a possibilidade de armar um time com meio-de-campo coeso, abrindo mão de um atacante. Neste caso, Marcel, Canindé e Cristian se revezariam na aproximação a Galvão, com Maranhão indo para o banco de reservas. O Tricolor pode ter ainda novidades no setor de marcação, mas sem mudança no esquema tático.
“Não pretendo usar três zagueiros. Posso fazer ajustes no posicionamento, em relação ao esquema do Vasco. Mas, vou manter o 4-4-2”, confirmou Paulo Campos. É que o treinador passa a contar com mais opções para a proteção à zaga. Como Axel deve ser mantido, Messias e Beto disputam a vaga de segundo volante.
Na defesa, Émerson e Gélson Baresi são opções para dar maior experiência ao setor. “São jogadores importantes para o grupo e que podem ser aproveitados a qualquer momento.”