Foto: Orlando Kissner/O Estado
Thiago Neves ganha nova
chance no tricolor.

Sem surpresas. José Carlos de Miranda – com 75,33% dos votos – foi reeleito presidente do Paraná Clube para o biênio 2006/2007. A vitória da situação mantém inalteradas as diretrizes estabelecidas pelo clube ao longo dos últimos dois anos. O futebol continua sendo o ?carro chefe? do Tricolor, mas sem deixar de lado o seu maior patrimônio: o sócio. O Tricolor fecha a temporada em alta e com a volta à Vila Capanema deixando de ser um sonho.

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O sucesso da campanha ?Vila, tá na hora!? invade agora o campo social, na tentativa de resgatar em breve um quadro que chegou a ostentar cerca de 25 mil associados.

O poder de aglutinar as principais lideranças do clube foi, talvez, a maior virtude de José Carlos de Miranda nessa gestão. Delegando poderes e sabendo extrair pontos fortes de conselheiros dispostos a recuperar o Paraná – que para muitos era apontado como uma grande massa falida – o presidente reeleito conseguiu sanear as finanças do clube, pagando, ao longo dos últimos dois anos, quase R$ 2 milhões de dívidas anteriormente contraídas. Infindáveis ações trabalhistas foram quitadas e outras tantas finalizadas em acordos. Tudo isso sem onerar o clube e garantindo salários em dia para funcionários e jogadores. ?Essa havia sido uma promessa de campanha, há dois anos. Empregado só está feliz quando o patrão cumpre seu dever?, frisa Miranda.

Sob sua gestão, o departamento de futebol também se reergueu. José Domingos continuará no comando deste setor, tendo ao seu lado os diretores Durval Lara Ribeiro e Zeomar Marchetti. Um ponto sofrerá – se não houver imprevistos – grande transformação. Nas recentes temporadas, o Paraná precisou de parcerias para a montagem dos elencos. Primeiro, com Sérgio Malucelli (em 2004).

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O modelo – diante dos poucos recursos que ficaram para o clube após o campeonato – foi aprimorado na atual temporada. A LA Sports bancou parte das contratações para o atual Brasileiro e o clube ficará com 20% do lucro de eventuais transações.

Com a seqüência da política, entra em campo, agora, o que pode ser chamado de uma terceira geração administrativa. Durval Lara Ribeiro comanda um fundo de investimentos, formado por conselheiros do clube. A contratação de Sandro, por exemplo, já foi feita nestes moldes. Empresários paranistas garantem o capital inicial e repartem o lucro de futuras transações. Mas, com um aspecto preponderante: de cada negócio realizado, 50% será destinado aos cofres do clube. Com esse potencial a ser explorado, o Paraná traça como meta principal a conquista do próximo campeonato paranaense e a volta, no ano seguinte, à Copa do Brasil, competição da qual o Tricolor não participa desde 2002.

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?As dificuldades financeiras sempre existirão. Mas, estamos procurando alternativas para viabilizar a manutenção de um grande elenco, pensando em chegar numa Libertadores e, quem sabe, ao título brasileiro?, disse Miranda. O presidente reeleito seguirá na luta política pela aprovação da Timemania e de um acordo para a posse definitiva da Vila Capanema.

?A volta ao Durival Britto já é uma realidade. Mas a intenção é garantir a posse do terreno para que possamos projetar ali um grande estádio, capaz de sediar os jogos da Copa do Mundo de 2014?, finalizou o Professor Miranda.

Estádio vazio contra o Peixe em crise

Com a vaga à Sul-Americana praticamente assegurada – pelas projeções, falta apenas um ponto – o Paraná Clube traça como meta, nesta reta final, a busca pela melhor colocação possível neste Brasileirão. ?Queremos marcar nosso nome na história do clube?, frisam os atletas. É com este objetivo que o Tricolor entra em campo hoje – às 21h45, no Pacaembu – para encarar o Santos, em um estádio neutro e deserto. Sem a presença de torcedores, o maior obstáculo será mesmo a crise do adversário, que vem de quatro derrotas consecutivas.

?Não será fácil. O Santos já anunciou reformulação em seu elenco e quem entrar em campo estará disposto a assegurar emprego?, lembrou o zagueiro Daniel Marques. Na rodada passada, o Tricolor viveu situação semelhante diante do Botafogo. E se deu mal.

O técnico Luiz Carlos Barbieri concorda. ?Aqui, não tem trairagem. É olho no olho. Todo mundo teve espaço para falar e o grupo saiu fortalecido?, afirmou.

O ?acerto de contas? ocorreu devido a alguns desentendimentos entre atletas e comissão técnica logo após a derrota para o Botafogo. ?Me excedi em algumas cobranças, pois era um jogo no qual não podíamos perder pontos?, disse Barbieri. ?Mas, sempre joguei limpo com os jogadores. Minha porta sempre está aberta para qualquer atleta que queira conversar. Só que, ali dentro, faço o que eu considerar melhor para o grupo.? Se valer pelo dia seguinte, a reunião foi realmente positiva. Num ambiente descontraído, o Tricolor encerrou sua preparação para mais uma partida neste Brasileiro.

Barbieri quer fechar a temporada, na pior das hipóteses, com o sétimo lugar. ?Temos chance de chegar até na quinta colocação. Seria uma posição excepcional para um clube que iniciou o Brasileiro desacreditado?, comentou. Diante dessa ambição, o jogo desta noite é decisivo. Caso vença, o Tricolor abre cinco pontos do próprio Santos, seu mais direto concorrente. Caso Atlético-PR e Botafogo não vençam seus jogos de amanhã, esta seria a diferença a ser administrada nas três rodadas finais, onde o Paraná faz mais dois jogos em casa, frente a Flamengo e Cruzeiro, fechando a temporada contra o Vasco, em São Januário.

?Queremos terminar por cima, vencendo os jogos e mostrando porque fomos a melhor equipe do Estado ao longo de todo o Brasileiro?, destacou o volante Mário César. O Tricolor, que formou seu time às pressas, chegou entre os dez primeiros do Brasileiro na décima rodada e desde então jamais figurou abaixo desta colocação, tendo virado o turno com o 4.º lugar. Mesmo tendo sofrido duas séries de quatro derrotas ao longo de returno, sua posição na zona de classificação à Sul-Americana nunca foi ameaçada.

CAMPEONATO BRASILEIRO
39ª RODADA
SÚMULA
Local: Pacaembu (São Paulo).
Horário: 21h45.
Árbitro: Sérgio da Silva Carvalho (DF).
Assistentes: César Augusto de Oliveira Vaz (DF) e Rogério Monteiro Oliveira (DF).
Tevê: NET – Premiére – Canal 75.

SANTOS x PARANÁ CLUBE

SANTOS
Mauro; Zé Leandro, Rogério, Matheus e Kléber; Fabinho, Heleno, Ricardinho e Giovanni; Cláudio Pitbull e Geílson. Técnico: Nelsinho Batista.

PARANÁ
Flávio; Neto, Daniel Marques, Aderaldo e Edinho; Pierre, Beto, Mário César e Thiago Neves; Sandro e Borges. Técnico: Luiz Carlos Barbieri.

Miranda venceu com mais de 75% dos votos

Sem surpresas. José Carlos de Miranda – com 75,33% dos votos – foi reeleito presidente do Paraná Clube para o biênio 2006/2007. A vitória da situação mantém inalteradas as diretrizes estabelecidas pelo clube ao longo dos últimos dois anos. O futebol continua sendo o ?carro chefe? do Tricolor, mas sem deixar de lado o seu maior patrimônio: o sócio. O Tricolor fecha a temporada em alta e com a volta à Vila Capanema deixando de ser um sonho.

O sucesso da campanha ?Vila, tá na hora!? invade agora o campo social, na tentativa de resgatar em breve um quadro que chegou a ostentar cerca de 25 mil associados.

O poder de aglutinar as principais lideranças do clube foi, talvez, a maior virtude de José Carlos de Miranda nessa gestão. Delegando poderes e sabendo extrair pontos fortes de conselheiros dispostos a recuperar o Paraná – que para muitos era apontado como uma grande massa falida – o presidente reeleito conseguiu sanear as finanças do clube, pagando, ao longo dos últimos dois anos, quase R$ 2 milhões de dívidas anteriormente contraídas. Infindáveis ações trabalhistas foram quitadas e outras tantas finalizadas em acordos. Tudo isso sem onerar o clube e garantindo salários em dia para funcionários e jogadores. ?Essa havia sido uma promessa de campanha, há dois anos. Empregado só está feliz quando o patrão cumpre seu dever?, frisa Miranda.

Sob sua gestão, o departamento de futebol também se reergueu. José Domingos continuará no comando deste setor, tendo ao seu lado os diretores Durval Lara Ribeiro e Zeomar Marchetti. Um ponto sofrerá – se não houver imprevistos – grande transformação. Nas recentes temporadas, o Paraná precisou de parcerias para a montagem dos elencos. Primeiro, com Sérgio Malucelli (em 2004).

O modelo – diante dos poucos recursos que ficaram para o clube após o campeonato – foi aprimorado na atual temporada. A LA Sports bancou parte das contratações para o atual Brasileiro e o clube ficará com 20% do lucro de eventuais transações.

Com a seqüência da política, entra em campo, agora, o que pode ser chamado de uma terceira geração administrativa. Durval Lara Ribeiro comanda um fundo de investimentos, formado por conselheiros do clube. A contratação de Sandro, por exemplo, já foi feita nestes moldes. Empresários paranistas garantem o capital inicial e repartem o lucro de futuras transações. Mas, com um aspecto preponderante: de cada negócio realizado, 50% será destinado aos cofres do clube. Com esse potencial a ser explorado, o Paraná traça como meta principal a conquista do próximo campeonato paranaense e a volta, no ano seguinte, à Copa do Brasil, competição da qual o Tricolor não participa desde 2002.

?As dificuldades financeiras sempre existirão. Mas, estamos procurando alternativas para viabilizar a manutenção de um grande elenco, pensando em chegar numa Libertadores e, quem sabe, ao título brasileiro?, disse Miranda. O presidente reeleito seguirá na luta política pela aprovação da Timemania e de um acordo para a posse definitiva da Vila Capanema.

?A volta ao Durival Britto já é uma realidade. Mas a intenção é garantir a posse do terreno para que possamos projetar ali um grande estádio, capaz de sediar os jogos da Copa do Mundo de 2014?, finalizou o Professor Miranda.