Foto: Valquir Aureliano |
Para o técnico Zetti, ?Paraná não foi tão mal na derrota para o Atlético?. Ordem agora é triturar a Lusinha e garantir a classificação no Estadual e voltar a concentração pra Libertadores. |
O revés no clássico ainda não foi plenamente ?digerido? pelos jogadores do Paraná. Tentando dissimular o visível abatimento, os tricolores tratam de voltar as atenções para o jogo de amanhã, frente à Portuguesa Londrinense, onde uma vitória vale a classificação matemática à 2.ª fase do Estadual. O discurso era quase que uníssono: ?tirar lições da derrota?. Todos admitiram que o Tricolor não repetiu o nível coletivo e individual de suas recentes atuações, tanto pelo estadual como pela Libertadores.
O técnico Zetti reconheceu que em alguns momentos -muito pelo entusiasmo de querer definir a partida – o time perdeu a organização.
O correto posicionamento defensivo vinha sendo seguidamente destacado como um dos pontos altos do Paraná. ?Mesmo em jogos onde encontramos dificuldades, a equipe se manteve coesa, tranqüila. Desta vez, em determinados momentos, perdemos esse poder de concentração?, assinalou. Situação que se evidenciou basicamente nos lances que praticamente decidiram a partida, quando Dênis Marques marcou os dois primeiros gols atleticanos.
Mesmo com o placar elástico, Zetti não viu apenas defeitos no seu time. ?Friamente, não estávamos mal no jogo. Tanto que o Flávio não fez uma defesa sequer.
O Atlético foi preciso: chegou duas vezes e fez os gols?, resumiu. Para os jogadores, o grupo deve tirar lições desse clássico. ?Nas vitórias, quase sempre, os erros são varridos pra baixo do tapete?, lembrou o meia Dinelson. ?Vínhamos de quatro vitórias e já passou.
A derrota também passou e o pensamento tem que ser o próximo jogo?, disse o meia. ?Uma derrota não joga por terra o que vínhamos fazendo?, emendou o zagueiro Daniel Marques.
Mesmo diante de um resultado marcante, os jogadores querem virar a página com uma vitória, amanhã, e a classificação antecipada à próxima fase do Estadual. Assim, a comissão técnica teria maior tranqüilidade para planejar a seqüência de treinamentos e jogos, visando não apenas a última partida desta etapa classificatória, domingo, frente à Adap Galo, mas em especial o jogo do próximo dia 14 de março, na Vila, contra o Flamengo, pela Libertadores. ?Hoje, nosso foco é exclusivamente a Portuguesa. Depois, a gente pensa nisso?, afirmou Zetti.
Correções à parte, o treinador não pretende mexer na estrutura da equipe e vai escalar força máxima no jogo de amanhã, às 20h30, no Pinheirão. O meia Joelson e o lateral Egídio, suspensos, estão fora da partida, assim como Henrique, que ainda se recupera de lesão. No treino desta manhã, Zetti define o time que poderá ter João Vítor na ala-esquerda e Lima no ataque.
Tricolor refaz o planejamento
Após ter o seu ímpeto freado pelo Atlético – antes do clássico, o time colecionava quatro vitórias seguidas entre Libertadores e Paranaense -, o Paraná quer definir o quanto antes sua classificação para a próxima etapa da competição doméstica. Como já não alimenta a possibilidade de chegar às primeiras colocações, o Tricolor busca uma vitória frente à Portuguesa para chegar aos 24 pontos e poder direcionar atenções para a Libertadores já a partir de quinta-feira.
A comissão técnica não confirma, mas em caso de vitória no jogo programado para o Pinheirão, a equipe B será escalada na última rodada do Estadual, quando o Tricolor vai a Maringá, encarar o Adap Galo. Nem mesmo diante do risco de encontrar um grupo mais forte na próxima fase. ?Não adianta escolher adversário?, resume Zetti. ?Na 2.ª fase, começa tudo outra vez. O que aconteceu nesta fase classificatória terá pouco peso lá na frente?, acredita o treinador paranista.
Na próxima etapa, os oito classificados serão divididos em dois quadrangulares, com jogos em turno e returno, dentro das chaves. Como os jogos da Libertadores, agora, estão mais espaçados – o Paraná enfrenta o Flamengo neste mês – dias 14 e 21 e os últimos jogos serão apenas em abril, contra Real Potosí e Unión Maracaibo – o clube não enfrentará maratonas como a da semana que passou. ?Foram dias conturbados?, reconhece Zetti, mesmo tendo recorrido à formação B em dois dos quatro jogos disputados em apenas oito dias.