Um time no divã. Depois de conviver com o G 5 por mais de um mês e alimentar o sonho de pela primeira vez disputar a Libertadores, o Paraná Clube derrapou feio na hora do ?vamos ver?. Em apenas uma semana viu o Vasco da Gama vencer seus dois jogos e ultrapassá-lo na classificação geral do Brasileirão. Agora um ponto à frente do Tricolor, é o clube carioca que depende apenas de si para garantir a última vaga para o torneio mais valorizado do continente.
É verdade que o time de Caio Júnior também depende apenas de suas forças para recuperar a 5.ª colocação. Só que para isso, na frieza dos números atuais, teria que vencer o próprio Vasco, do técnico Renato Gaúcho, em São Januário. Para isso, só exorcizando todos os defeitos apresentados nas últimas jornadas. O Paraná foi incompetente frente aos reservas do Fla (derrota de 2 a 0) e seis dias depois foi humilhado pelo seu rival e saiu da Baixada com quatro gols na mala. Pior do que isso, foi a total falta de brilho da equipe nesses jogos.
Um quadro inimaginável para quem viu o Paraná emplacar cinco vitórias seguidas neste returno sobre Fortaleza, Figueirense, Ponte Preta, Santa Cruz e Goiás e entrar numa briga direta pelo vice-campeonato nacional. Pois algo deu errado. O curioso é que essa nova má fase (com seis gols sofridos e nenhum marcado) ocorre justamente num momento em que Caio começava a contar com um maior número de opções, principalmente no setor ofensivo.
A presença de Leonardo, por incrível que possa parecer, teve um efeito contrário. Os números mostram isso e deixam um sem- número de interrogações na cabeça dos tricolores. Ainda mais diante da indesejável aproximação de equipes que sequer estavam cotadas para a Libertadores como o Botafogo, de Cuca, e outras que começam a reagir como o Cruzeiro, do treinador Oswaldo de Oliveira. A rigor, a ponta de cima da tabela pode ser definida nas três próximas rodadas, com os jogos Cruzeiro x Paraná, Cruzeiro x Vasco e Vasco x Paraná.
Precisando de pelo menos quatro vitórias e um empate para chegar aos 62 pontos, repetindo a performance do 1.º turno, o Tricolor terá que mostrar força de grupo. Nada parecido com o time frágil e sem inspiração que entrou em campo nos últimos jogos. Numa análise simplista, o Paraná de hoje está mais para aquele do final de agosto e início de setembro – que perdeu 7 de 8 jogos disputados (computando-se a Sul-Americana) – do que aquele do início de junho, que emplacou 6 vitórias seguidas, ainda o recorde de vitórias deste Brasileiro.
