A permanência de Flávio é prioridade no Paraná Clube. A diretoria, porém, não admite – e, segundo o presidente José Carlos de Miranda, nem pode – entrar em leilão. Diante desse quadro, os tricolores torcem para que o Pantera não se deixe seduzir por outras propostas e que continue acreditando no trabalho desenvolvido pelo clube nas últimas temporadas. Goleiro menos vazado do último Brasileirão, Flávio curte férias em Maceió e não esconde já ter recebido duas propostas, uma delas do rival Coritiba.
?O Almir Zanchi falou comigo. Mas, a minha prioridade é ficar no Paraná Clube?, disse o goleiro. Titular do Paraná desde o Brasileiro de 2003, Flávio pode escrever seu nome na história do clube como o jogador que mais vezes vestiu a camisa tricolor em campeonatos nacionais, caso renove seu contrato por mais uma temporada. Ele disputou, até aqui, 116 jogos, estando logo atrás do zagueiro Ageu (132), o recordista em participações desde 1993, ano em que o Tricolor disputou seu primeiro campeonato da Série A. ?Minha renovação só depende da diretoria. Acho que podemos chegar a um acordo porque a diferença é pequena?, disse o jogador.
Na outra ponta da negociação, o presidente paranista só garante que Flávio é – e continuará sendo – o maior salário do clube. ?Apresentamos para ele aquilo que podemos nos comprometer a pagar. Trabalhamos desta forma e não mudaremos nossa linha de ação?, explicou José Carlos de Miranda. O dirigente, no entanto, revelou uma preocupação com o assédio de outros clubes, em especial o Coritiba. ?É claro que sempre há uma apreensão. Eles – o Coritiba – continuam recebendo 50% a mais do que nós, mesmo na segunda divisão?, lembrou.
Flávio foi talvez o maior ícone da campanha vitoriosa do Tricolor no Brasileiro deste ano. A sétima colocação foi a melhor da história do Paraná em campeonatos nacionais. Reflexo da estabilidade defensiva do time. Com a segunda defesa menos vazada da competição (51 gols sofridos), o representante paranaense foi a grande surpresa da Série A, saindo da condição de favorito ao descenso para terminar o ano classificado à Copa Sul-Americana.
O Pantera fechou a temporada como o goleiro menos vazado da competição: foram 35 gols em 35 jogos, média exata de um gol/jogo. Números bem diferentes de anos anteriores, onde apesar da boa campanha de 2003 (10.º lugar), por exemplo, Flávio foi um dos goleiros mais vazados da competição. ?Acredito que essa situação vai se prorrogar por mais alguns dias?, comentou o professor Miranda. Se históricos recentes se repetirem, Flávio só definirá sua situação em janeiro, após a reapresentação dos atletas. Pelo menos no início deste ano, foi assim, uma verdadeira ?novela mexicana?.
Mário César pode acertar
A situação do volante Mário César será definida ainda esta semana. O jogador fez uma proposta considerada elevada por alguns integrantes da diretoria e o assunto será debatido entre os vices de futebol e de finanças. Num primeiro contato, o procurador do atleta pretendia negociar um percentual dos direitos federativos de Mário César, mas ao que tudo indica essa possibilidade foi descartada pela diretoria paranista.
Mário César veio para o Tricolor logo no início do Brasileirão – chegou após a primeira rodada – e foi um dos atletas que mais atuaram na competição (35 jogos). Porém, só se firmou como titular a partir da chegada do técnico Luiz Carlos Barbieri. Até então, Rafael Muçamba e Beto eram os jogadores da posição, mas eles se lesionaram e Mário César e Pierre aproveitaram a oportunidade. ?Ele está nos nossos planos, mas desde que os valores sejam compatíveis com o nosso planejamento?, disse o vice de futebol José Domingos.
Para a posição, o Paraná conta – no momento, com contrato em vigência – com Beto, Rafael Muçamba e o recém-promovido Xaves, da equipe de juniores. Barbieri também já conversou com o zagueiro Da Silva, com o objetivo de reposicioná-lo como cabeça-de-área a partir do Campeonato Paranaense, que começa para o Tricolor no dia 12 (ou 11) de janeiro, frente ao Roma, em Curitiba.
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