L’viv, Ucrânia – Surpreendente. Nem mesmo os dirigentes do Paraná Clube esperavam a recepção dada pelo anfitrião Karpaty e a cobertura da imprensa local para a primeira excursão pela Europa do time paranaense. Mais de vinte jornalistas estiveram na manhã de ontem – ainda madrugada no Brasil – para conhecer o representante do ‘país do futebol’ que chegava à Ucrânia. Para eles, é incrível contar com um time brasileiro em sua casa.
Esse foi o mote do discurso inicial do presidente do Karpaty, Mikhailo Pratyka. “É uma honra contar com o Paraná aqui em nosso país, e temos todo o orgulho em dizer que seremos recebidos por ele em janeiro”, disse, lembrando da excursão que o Karpaty fará pelo Estado em janeiro – provavelmente jogando contra Prudentópolis, Iguaçu (de União da Vitória) e Paraná Clube. “Somos obrigados a dar a mesma, senão melhor, estada a vocês”, confessou o superintendente tricolor Ocimar Bolicenho.
Toda a estrutura do Karpaty (incluindo a hospedagem no melhor hotel da cidade) foi colocada à disposição do Paraná, num fato incomum dentro do futebol. “Eu não me surpreendi com isso, porque estava programado desde o início das conversas. É uma prática nova, e que pretendemos estender com outros clubes pelo mundo”, informou Bolicenho. Por sinal, o Karpaty já tem projetos similares. “Mantemos uma relação muito próxima com o Arsenal e com o Werder Bremen”, contou o presidente Pratyka.
Mas a atração da manhã era o Paraná, tanto que a conferência de imprensa foi estrategicamente marcada para depois da partida do Brasil com a Costa Rica, pela Copa do Mundo. “Antes de mais nada queremos congratulá-los por serem brasileiros”, disse um jornalista. Foram perguntas das mais variadas, tanto falando do clube quanto sobre o interesse da delegação em visitas às seculares igrejas de L’viv, já que o Brasil é “o maior país católico do mundo”, como lembrou um repórter ucraniano.
Para o Tricolor, é mais uma prova do acerto da excursão. “A viagem tem vários objetivos, principalmente técnicos e culturais. E, até agora, as coisas estão saindo como nós esperávamos”, disse Ocimar Bolicenho. O técnico Caio Júnior, que teve sua passagem pelo futebol português lembrada, gostou do que viu.
Mudanças
Com o cancelamento da partida que aconteceria ontem – devido ao extremo cansaço dos tricolores, a diretoria do Karpaty resolveu também trocar o adversário do jogo de domingo. Agora, o Paraná vai enfrentar o Haletchená, em Tchervonohrad, distante 60 km de L’viv. Outra alteração aconteceu no horário do jogo de quarta-feira contra a seleção sub-21 da Ucrânia – a partida foi adiantada em uma hora e começará às 19h (13h em Curitiba).
Matando saudade da bola
L’viv
– Eles estavam com saudades. Era natural, pois alguns jogadores não treinavam com bola desde o final de semana passada. Conhecer o belíssimo estádio Ucrânia, de propriedade do Karpaty, e aproveitar o bom gramado para um treino foi o programa que os jogadores do Paraná Clube mais gostaram desde que deixaram o Brasil na segunda-feira. O trabalho serviu para o técnico Caio Júnior definir a equipe que joga domingo contra o Haletchená, em Tchervonohrad.O cancelamento do jogo contra o Zakarpattia foi comemorado por comissão técnica e jogadores, que aproveitaram então a ótima infra-estrutura do estádio do Karpaty para treinar. O estádio Ucrânia, com capacidade para 28 mil torcedores sentados, é um padrão para muitos clubes do Brasil. Totalmente reformado há três anos, tem todos os lugares numerados e com cadeiras, um placar eletrônico maior que de qualquer estádio brasileiro e um gramado em boas condições.
Tão diferente (para melhor) era o gramado do estádio Ucrânia que os jogadores acabaram estranhando. “Os atletas estavam acostumados a treinar e jogar na Vila Capanema e sentiram a mudança de ambiente. O número de passes errados no início do treino era acima do normal”, disse o técnico Caio Júnior. (CT)