Seis anos depois, Paraná Clube e São Caetano voltam a se encontrar em um jogo decisivo. Os clubes entram em campo – às 16h, no Estádio Anacleto Campanella -pressionados pela necessidade de vitória, mas por objetivos distintos. O triunfo, para o Tricolor, vale a permanência na luta por uma vaga à Copa Libertadores da América. Para o Azulão, a possibilidade, mesmo que remota, de ainda sobreviver à degola e se manter na elite do futebol brasileiro.
Mesmo com trajetórias distintas, Paraná e São Caetano têm similaridades em suas histórias, a começar pela data de fundação. Ambos surgiram para o futebol em dezembro de 1989. Se, de um lado, o clube paranaense conseguiu uma ascensão quase que imediata – em pouco mais de três anos já estreava na 1.ª Divisão -, do outro, os paulistas chegaram ao Campeoanto Brasileiro da Série A, em 2000, já brigando pelo título e quase conquistando a América. Chegou a ficar marcado como o clube ?dos vices?, após chegar na segunda colocação em dois brasileiros e uma Libertadores.
Os caminhos dos clubes se cruzaram, pela primeira vez, há exatos seis anos. Em novembro de 2000, Paraná x São Caetano disputavam o título do Módulo Amarelo da João Havelange, uma 2.ª Divisão do torneio criado pelo Clube dos 13 para substituir o Brasileiro daquele ano. A competição abriu as portas do São Caetano para ?o estrelato?, e o Paraná, mesmo levantando o título da 1.ª fase da competição (com uma atuação memorável – 3 a 1) ficou, curiosamente, numa condição de coadjuvante.
Explica-se: os dois avançaram para a fase seguinte da Copa JH, no mesmo ano, onde os melhores times das três divisões se cruzavam. O São Caetano chegou à final, onde seria derrotado pelo Vasco da Gama, mesmo clube que abreviou a caminhada do Paraná, nas quartas-de-final. Os tricolores ?juram?, ainda hoje, que não fosse a interferência do árbitro Carlos Eugênio Simon, beneficiando o time carioca, e a final da segundona se repetiria na disputa do título maior.
Para aqueles que crêem em destino, ou na simples coincidência dos fatos, todos os participantes do ?filme? de 2000, estão interligados na rodada desta tarde, a penúltima do Brasileirão.
O árbitro Carlos Simon apita São Caetano x Paraná e o resultado do jogo interessa ao Vasco, que disputa palmo a palmo com o representante paranaense a última vaga do país na Libertadores do ano que vem. Uma segunda chance para o Tricolor reescrever seu futuro, com uma inédita participação na maior competição do continente americano.
Paraná de hoje é prévia pra 2007
O time que entra em campo, hoje, pode ser uma prévia daquilo que o técnico Caio Jr. pretende montar para o início da temporada 2007. Mesmo sabendo que algumas peças serão substituídas, a configuração tática é um modelo daquilo que o treinador considera ideal para um time de futebol: versatilidade.
Jogadores que com um simples sinal captam a necessidade de mudança de posicionamento, o que permite ao time uma transição entre sistemas sem a necessidade de troca de peças. Durante a semana, por exemplo, Caio trabalhou no 4-4-2 e no 3-5-2, mas com a mesma formação. Numa simples movimentação do volante Pierre e dos alas Peter e Eltinho.
Ao que tudo indica, o Paraná começa o jogo desta tarde segurando um pouco os avanços dos laterais e compactando o meio-de-campo. Ainda mais diante da volta de Batista, que forma com Pierre e Beto um trio de contenção, mas também capaz de assegurar volume de jogo. ?Na teoria, pode até parecer que temos três volantes. Mas o Beto e Batista são meias e com ótima visão de jogo?, lembrou Caio.
?Temos que fazer o nosso jogo. Marcar forte, atacar com sabedoria. Não é porque precisamos dos três pontos que vamos nos lançar à frente desordenadamente. Seria suicídio?, afirmou Batista. ?Temos 90 minutos para fazer o resultado. Seria muito bom largar na frente, logo no 1.º tempo. Mas não podemos nos expor?, completou Peter.
Azulão espera por milagre pra não cair
São Caetano (AE) – Ainda esperando um milagre que o livre do rebaixamento para a Segundona, o São Caetano precisa vencer o Paraná hoje, pela penúltima rodada do Brasileiro. Na 18.ª posição, com 36 pontos, o time ainda depende das derrotas de Ponte Preta e Fluminense.
?Nosso objetivo é vencer e não ficar pensando no que precisa o adversário ou no que precisamos para não ser rebaixados?, explicou o técnico Dorival Júnior, tentando minimizar a situação crítica do time, que pode ser rebaixado com uma rodada de antecedência. No próximo domingo, o Azulão pega o Flamengo, no Rio.
Para se reabilitar da derrota para o Vasco, por 1 a 0, na última rodada, o São Caetano atuará com apenas um atacante. Marcelinho foi escolhido na briga com o colombiano Martin. Embora tenha optado pelo esquema 4-5-1, Dorival Jr. ainda manteve algumas dúvidas no time, sem esconder que está determinado a dar moral para os jogadores revelados no clube.
Assim, Madson deve ganhar a disputa com o experiente Anderson Lima na lateral-direita e Alex já foi confirmado na lateral-esquerda, aproveitando a contusão de Cláudio. No meio-de-campo, o meia Canindé deve ganhar a disputa com Rafael Muçamba para atuar ao lado de outros dois meias: os baixinhos Dinélson e Élton, ambos emprestados pelo Corinthians.
CAMPEONATO BRASILEIRO
37.ª RODADA
São CAETANO x PARANÁ CLUBE
São Caetano
Mauro; Madson, Thiago, Maurício e Alex; Daniel, Jonas, Canindé, Élton e Dinélson; Marcelinho. Técnico: Dorival Jr.
Paraná
Flávio; Peter, Gustavo, Edmilson e Eltinho; Pierre, Beto, Batista e Sandro; Cristiano e Leonardo. Técnico: Caio Jr.
SÚMULA
Local: Anacleto Campanella (São Caetano do Sul).
Horário: 16h.
Árbitro: Carlos Eugênio Simon (FIFA-RS).
Assistentes: Altemir Hausmann (FIFA-RS) e José Antônio Chaves Franco Filho (RS).