Lori prefere encarar jogo a jogo, sem |
O Paraná Clube dá início amanhã – às 20h30, no Beira-Rio, frente ao Internacional – à uma extenuante maratona de jogos pelo Brasileirão. Com um agravante: não bastasse a proximidade dos jogos, o Tricolor terá que conviver com muitas viagens. Serão apenas dois jogos em Curitiba ao longo das próximas doze rodadas. "Vai ser um período duríssimo, de muita superação", prevê o técnico Lori Paulo Sandri.
Ao longo dos próximos 53 dias, o Paraná irá a Porto Alegre (para encarar o Colorado gaúcho), Belém (Paysandu), Rio de Janeiro (Flamengo), Belo Horizonte (Cruzeiro), Goiânia (Goiás), Caxias do Sul (Juventude), Campinas (Ponte Preta), sem contar três passagens por Maringá (onde enfrenta, na condição de mandante, Santos, São Paulo e Palmeiras). Durante este período, ocorrerão apenas dois jogos no Pinheirão, contra os cariocas Botafogo (03/08) e Vasco (21/08).
Ocorrerá um espaço de exatos trinta dias sem jogos em Curitiba, pois após este jogo frente ao time cruzmaltino, o Paraná só retorna à sua sede para enfrentar o Brasiliense, no dia 21/09. "Já tinha analisado essa questão. O melhor é pensar jogo a jogo, apostando na maturidade que este grupo já mostrou ao longo das catorze primeiras rodadas", disse Lori. A aparente tranqüilidade do treinador se deve à segurança defensiva que o time vem mostrando nos jogos, independente do local da partida.
Com 14 gols sofridos, o Paraná tem a defesa menos vazada da competição. A zaga, em Porto Alegre, terá Fernando Lombardi na função de líbero. Neste jogo, o bloqueio será -na teoria – ainda mais intenso. Lori Sandri confirmou o time num coletivo que teve aproximadamente 40 minutos de duração. Como já era esperado, o treinador optou pela permanência de Mário César no meio-de-campo, independente da volta de Rafael Muçamba, após cumprir suspensão. Na teoria, o Tricolor terá três volantes fechando o setor, mas Lori descarta o rótulo de "retranca".
"Nossos volantes são habilidosos e sabem atacar. Eles fazem gols e o importante é o preenchimento dos espaços", comentou. Se na teoria o Paraná atuará num 3-6-1, na prática o setor ofensivo terá as constantes aproximações de Mário César e Thiago Neves, além dos alas Parral e Vicente, peças fundamentais para o sucesso do esquema de jogo. "O Inter tentará impor uma pressão inicial e isso pode representar espaços para os contragolpes", lembrou Thiago Neves. Sem uma maior responsabilidade defensiva, o meia pode ser o ponto de desequilíbrio em favor do Tricolor.
Coxa tentou, mas Renaldo fica no Tricolor
"É assunto superado." Os dirigentes do Paraná Clube asseguraram a permanência do artilheiro Renaldo até o fim do ano. O pronunciamento oficial do presidente José Carlos de Miranda só ocorreu ontem à tarde, mas a questão já havia sido definida na segunda-feira à noite. O atacante – que fez apenas seis jogos neste Brasileiro e por isso ainda pode se transferir para qualquer equipe da Série A – é sempre alvo do assédio de outros clubes. Pela segunda vez na temporada o Coritiba fez uma investida frustrada.
"Sei que houve contatos, mas nós não recebemos nenhuma proposta oficial, não", declarou o presidente paranista. Nos bastidores, comenta-se que a proposta vinda do Alto da Glória teria sido de apenas R$ 100 mil pela liberação do atleta. Valor irrisório diante da multa contratual estimada em R$ 1,3 milhão. "É página virada. O Renaldo é um jogador muito importante para o Paraná e ele nos garantiu estar satisfeito com o clube e com a torcida", comentou Miranda.
O atacante é, hoje, o maior ídolo da galera tricolor. "Ele é um jogador muito identificado com as nossas cores. Recentemente, mesmo perdendo dois pênaltis, saiu de campo aplaudido", lembrou o dirigente. A questão, diante dos rumos que os boatos tomaram, foi analisada na reunião de diretoria e todos os vice-presidentes se mostraram favoráveis à permanência de Renaldo. Mesmo tendo feito apenas um gol neste Brasileiro, o atacante é o maior artilheiro do Tricolor em campeonatos nacionais, tendo balançado as redes 30 vezes em 2003, ano em que foi o vice-artilheiro da competição, somente um gol atrás de Dimba. "Quero voltar o quanto antes, mas totalmente recuperado desta lesão para que possa ter uma seqüência de jogos", avisou Renaldo.
Pela previsão do médico Rafael Kleinschmidt, até sexta-feira o atacante deve ser liberado para o departamento físico. "A dor na panturrilha regrediu bastante e agora é dar um tempo para que ele possa intensificar os trabalhos", comentou o médico. Se não houver imprevistos, Renaldo estará à disposição do técnico Lori Sandri para o jogo da próxima quarta-feira, frente ao Botafogo. "Ele é um atleta com muito lastro físico. Por isso, a sua recuperação é sempre muito rápida. Mas, vamos avaliá-lo assim que o departamento médico o liberar", finalizou o preparador físico Wilian Hauptman. (IC)
Agenda – Hoje haverá treino tático-recreativo pela manhã, na Vila Capanema. A delegação segue para Porto Alegre logo após o almoço e o time está escalado com Flávio; Daniel Marques, Fernando Lombardi e Aderaldo; Parral, Rafael Muçamba, Beto, Mário César e Vicente; Borges e Thiago Neves.
"Estréia" – Será a primeira real oportunidade de Parral. O ala, no planejamento inicial, seria titular, mas acabou tendo que se submeter à uma artroscopia no joelho esquerdo. "Estive em campo alguns minutos no jogo contra o Figueirense, mas, essa é a minha estréia", disse.
Na rede – No coletivo de ontem, Parral fez um dos gols e os titulares venceram por 3×0 (Borges e Daniel Marques completaram o placar). Pela previsão da comissão técnica, Parral dificilmente suportará os noventa minutos e para qualquer eventualidade, Goiano será o substituto imediato.