Paraná ressurge nas últimas rodadas e chuta a segundona

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Sinval vira herói dos últimos
jogos, para confirmar o bom
trabalho de Paulo Campos.

Agora, só um desastre tira o Paraná Clube da primeira divisão nacional. A condição foi obtida na vitória (2×1) sobre o Goiás, sábado, no Pinheirão. E num jogo emocionante. Mais uma vez o torcedor atendeu ao apelo e compareceu em bom número, completando o clima de uma partida que colocava frente a frente equipes com posições distintas na tabela, mas que vivem momentos similares. O artifício usado por Paulo Campos destacando que seria um jogo valendo Libertadores acabou virando realidade na prática, tal a qualidade técnica apresentada pelas equipes.

Melhor organizado, o Tricolor ditou o ritmo da partida e só não foi perfeito porque deixou de marcar gols na etapa inicial. Em pelo menos dois lances, esbarrando no reflexo apurado do goleiro Harlei. É claro, sofreu também a pressão de um time com alto poder de fogo. Mas, no final, prevaleceu a vontade de uma equipe que ficou por vinte rodadas na zona de rebaixamento, mas que como uma fênix, renasceu das cinzas a partir do retorno de Paulo Campos. O time viveu o inferno de segurar a lanterna do Brasileirão por três rodadas e foi nesta situação que o técnico encontrou a equipe: desacreditada.

O Paraná, mesmo com conhecidas limitações, ostenta hoje um rendimento de 58,33%. Na teoria, tivesse mantido essa performance ao longo de toda a competição, teria uma vaga já assegurada na Sul-Americana e ainda estaria na briga pela Libertadores. O treinador não se cansa de exaltar o profissionalismo do grupo, que soube trabalhar sob pressão durante mais de três meses, sempre confiando na comissão técnico e superando as adversidades. "Não é fácil se encontrar um elenco como esse. Aqui há união e os resultados são reflexo disso", comentou Campos logo após o jogo.

Na matemática do sucesso, o Paraná ainda precisa de dois pontos para chegar ao número mágico de 53. Ou seja, faltam dois empates. É pouco provável que o time não chegue a esta marca, mantendo o nível de rendimento das últimas jornadas. "É preciso que continuemos com a mesma pegada. Melhor é garantir tudo já frente ao Criciúma", disparou o meia Cristian, um dos destaques na vitória sobre o Goiás. Com dribles desconcertantes, deixou desnorteados Jadílson e Josué. "Eu e o Canindé fomos orientados a cair pelos flancos e a estratégia deu certo", comentou.

Para os mais otimistas, diante dos vários confrontos diretos envolvendo Paysandu, Atlético Mineiro, Grêmio e Guarani, mesmo com 51 pontos o Paraná não cai. No máximo, precisaria de um empate. Mas, para quem saiu do fundo do poço, a meta é não deixar definições para a última rodada. "Dependemos apenas de nós e, neste ritmo, podemos terminar o ano em alta. Vamos tentar somar pontos nestes três jogos restantes", avisou o meia Beto. Para o jogo do próximo fim de semana, em Criciúma, Paulo Campos terá a volta do zagueiro Émerson e todos os jogadores do elenco à sua disposição.

Vitória veio do banco. Ou do céu?

O Paraná Clube não cai mais para a segunda divisão. A afirmação soa arriscada, mas a vitória de sábado, sobre o Goiás, por 2×1, no Pinheirão, encaminha a presença tricolor na Série A do Campeonato Brasileiro em 2005. O resultado, conquistado à base de muita luta, teve o dedo do técnico Paulo Campos, e a presença do imponderável, já que os dois heróis do time, Messias e Sinval, foram personagens importantes de outras partidas.

Por mais que a motivação, o bom público e a expectativa de vitória fossem positivas, o Paraná tinha dois grandes adversários: a qualidade do Goiás, que entrou em campo lutando por uma vaga na Copa Libertadores, e o nervosismo natural de quem sabe que a vitória seria o passo definitivo para a fuga do rebaixamento. Mesmo assim, o Tricolor tentava na empolgação, e aproveitando principalmente as boas jogadas de Etto pela direita – o lateral tinha liberdade para apoio.

Só que o Paraná sofria com o excesso de passes errados e as falhas nas conclusões – justamente os fundamentos mais trabalhados por Paulo Campos durante a semana. Para completar, Harlei mostrava agilidade em lances capitais, como na cabeçada de Galvão ainda no primeiro tempo.

Vendo que a sua equipe poderia sofrer como sofrera contra o Atlético-MG, Paulo Campos adotou a mesma estratégia da semana passada – tirou um meio-campista (sábado foi Marcel) para colocar Sinval. Mas, desta vez, o gol demorou tanto. E da mesma maneira: em um pênalti (falta de Tiago no lateral Vicente) cobrado com força, como se toda a torcida tricolor chutasse com o centroavante.

Se vinha atuando de forma exemplar, o Paraná cometeu uma falha imperdoável – recuou, deu espaços para o Goiás atacar. E tanto cedeu terreno que os visitantes empataram com Leandro. E, ironia total, o atacante goiano tentou chutar com a perna direita e acertou a bola com a esquerda. Assim, ele acabou enganando Flávio. Ducha fria, assim como a chuva que assolava o Pinheirão naquele momento. Era preciso começar toda a luta de novo.

Mas aquela chuva ia ser a ?água benta? do Paraná. Precisando recuperar a vantagem, Paulo Campos apelou para o seu "salvador". E foi Messias quem começou a jogada do segundo gol, concluída por Galvão. Assim como a chuva, parece que a salvação tricolor veio dos céus.

CAMPEONATO BRASILEIRO
43.ª rodada
Súmula
Local: Pinheirão
Horário: 16h
Árbitro: Edílson Pereira de Carvalho (FIFA-SP)
Assistentes: Adriano Augusto Lucas e Francisco Rubens Feitosa (SP)
Gols: Sinval 10, Leandro 22 e Galvão 35 do 2.º
Cartões amarelos: Canindé, João Paulo (PR); André Dias, Danilo Portugal (GOI)
Renda: R$ 42.571,00
Público: 7.626 pagantes

Paraná Clube 2 x 1 Goiás

Paraná
Flávio; Etto, Fernando Lombardi, João Paulo e Vicente; Axel, Beto, Cristian (Messias), Canindé (Nelinho) e Marcel (Sinval); Galvão. Técnico: Paulo Campos

Goiás
Harlei; Renato, André Dias e Asprilla; Tiago, Josué, Danilo Portugal (Acácio), Jorge Mutt (Aldrovani) e Jadílson; Alex Dias (Fábio) e Leandro. Técnico: Celso Roth

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