É hora de ?sacudir a poeira?. O Paraná Clube tenta amenizar a frustração pela desclassificação na Copa Sul-Americana diante do ?emergente? Corinthians. Sete pontos – e nove posições – separam os clubes na tabela de classificação do Brasileiro, mas os últimos resultados já fazem os corintianos acreditarem na classificação para a Libertadores. Numa colocação muito mais confortável, o Tricolor tenta superar o seu pior momento na temporada.
O objetivo é chegar o quanto antes aos 48 pontos, para ganhar fôlego visando a reta final da competição.
?O campeonato é dificílimo e longo. Temos o menor orçamento entre os vinte clubes e ainda sofremos com arbitragens prejudiciais?, lembrou Caio Júnior.
?O sonho de chegar à Libertadores ainda existe. Mas, para isso, é muito importante tirar o peso desse grupo.? O treinador, desta vez não estabeleceu metas específicas para os próximos jogos e admite a necessidade de criar variações táticas, em especial nos jogos em casa.
?Vamos ter um grande diferencial a partir da próxima semana, que é a volta à Vila Capenema. Em nossa casa, haverá um envolvimento muito maior do nosso torcedor?, aposta Caio Júnior. Para essas partidas – tirando como parâmetro o comportamento do time frente ao Atlético -, o treinador estuda a possibilidade de mexer no 3-5-2, esquema utilizado pelo clube ao longo de toda a temporada. ?Ficou claro que encontramos dificuldades na hora de tomar a iniciativa do jogo?, afirmou o comandante paranista.
Jogando no Pacaembu, essa preocupação não existe. Os melhores jogos do Paraná, nesta temporada, foram fora de casa. Reflexo da eficiência do time nos contragolpes. Mesmo nas derrotas para Palmeiras, São Paulo e Grêmio, o Tricolor conseguiu boas atuações, o que deixa a comissão técnica relativamente tranqüila para o jogo de amanhã, às 18h10, frente ao Corinthians. O clube ainda corre atrás de um resultado expressivo sobre um dos ?grandes? de São Paulo.
Até aqui, mesmo com uma campanha segura (51,52%), o Paraná perdeu para Corinthians, Palmeiras e São Paulo e empatou com o Santos. ?Mesmo com algumas derrotas, estamos no pelotão de frente e só a um ponto da zona de classificação da Libertadores?, afirmou Caio Júnior. O técnico lembrou que restam apenas dois meses e meio de competição. ?É hora de buscar aquele fôlego extra. A competição longa gera estresse, mas isso deve ser superado com muito profissionalismo?, finalizou o treinador.
Caio na bronca com Maicosuel
O meia Maicosuel está fora do jogo de amanhã. Com a garganta inflamada e febril, o jogador foi vetado pelo departamento médico. Sua situação deixou o técnico Caio Júnior visivelmente frustrado. Não só pelo inesperado desfalque, mas pela atitude do jogador, que se apresentou com mais de uma hora de atraso. ?É momento de todos terem o máximo de cuidado. Preciso de todos focados em nosso objetivo comum?, alertou Caio Júnior.
A decepção de Caio é justificável. A comissão técnica, preocupada com a queda de rendimento de Maicosuel, estabeleceu um programa especial de treinamentos para o garoto, tirando-o, inclusive, do jogo da última quarta-feira, frente ao Atlético. Foi feito um trabalho específico para melhorar a resistência muscular de Maicosuel.
O jogador só chegou à Vila Capanema às 10h30 – o horário da reapresentação era 9h30 -, quando o treino estava quase acabando. Examinado pelo médico Milton Nagai, foi medicado. Seu nome, porém, já não aparecia na lista dos dezoito atletas relacionados para o jogo frente ao Timão.
O que reforçou a idéia do treinador de escalar o meio-de-campo com Pierre, Beto e Batista, formação com a qual o Tricolor conseguiu suas atuações mais equilibradas.
Uma ?chacoalhada? no grupo
Uma situação de treino virou ?gancho? para a comissão técnica tentar fortalecer a unidade do grupo e a mobilização para os dezesseis jogos que definirão a sorte do Paraná Clube na temporada 2006. Tudo começou quando o volante Serginho – não gostando de uma marcação do ?árbitro? Júlio César de Camargo – teve uma rápida discussão com o auxiliar -técnico paranista. Imediatamente Caio Júnior chamou todo o grupo (inclusive aqueles que estavam no departamento médico e no vestiário) para uma reunião no centro do gramado.
Uma conversa ?mais forte?, na avaliação do grupo, na base do olho no olho. ?Acho que foi ótimo acontecer isso. Ganhamos força?, aposta Caio Júnior. Ninguém revelou o teor da conversa, mas todos destacaram que é importante a manutenção desse canal aberto. ?Discussões são normais num time de futebol. Se há o respeito, cada um tem o direito de expor suas idéias?, comentou o capitão Beto. ?Às vezes, é importante uma reunião como essa para dar uma mexida no grupo. O mais importante é que aqui todos visam apenas uma coisa: fechar o ano com uma campanha expressiva, a melhor do clube em campeonatos brasileiros?, disse.
