Desde que o Paraná Clube sagrou-se pentacampeão estadual, em 1997, Atlético e Coritiba têm dividido as conquistas no Campeonato Paranaense. E o reflexo quase automático dessa supremacia é a vantagem de rubro-negros e alviverdes nos confrontos diretos contra os tricolores – lá se vão quatro anos sem que o Paraná comemore um triunfo diante de seus rivais no Estadual. Domingo, o Tricolor tem mais uma chance – que pode ser a última neste ano – de encerrar o incômodo jejum. A última vitória paranista sobre um de seus maiores adversários pelo Paranaense ocorreu em junho de 2002 – uma goleada de 4 x 1 diante do Atlético, na final do Supercampeonato daquele ano. O resultado, porém, teve pouco valor além de recuperar a honra da equipe, já que o time da Baixada venceu o primeiro jogo da final por 6 x 1 e ficou com o título.
Desde então, o Paraná disputou seis clássicos pelo Estadual, com um péssimo retrospecto -cinco derrotas e um empate. O único ponto conquistado foi justamente no último duelo, diante do Coritiba, no 1.º turno da edição de 2006.
O goleiro Flávio – que coincidentemente defendia o Atlético no triunfo tricolor em 2002 – participou de quase todas estas derrotas. Seus dois primeiros Estaduais pelo Tricolor, em 2004 e 2005, foram semelhantes – com times totalmente desmontados em relação ao Brasileiro anterior, o Paraná sequer chegou à segunda fase. Agora, mesmo com uma base formada, o time segue sem engrenar e pode chegar ao clássico com o Coritiba, domingo, no Pinheirão, amargando a sexta colocação do grupo B.
O veterano admite o incômodo com a situação. Para Flávio, as campanhas nos Brasileiros de 2003 e 2005 foram memoráveis, mas sua grande ambição na Vila Capanema é ser campeão. ?Em todos os clubes que joguei conquistei títulos. É muito bom levantar uma taça, pôr a faixa no peito e dar volta olímpica, mas sem ganhar clássicos fica difícil?, salienta.
Flávio concorda que o duelo com o Coxa é essencial para manter viva a esperança do título vir em 2006. ?Para pensar em classificação, temos que ganhar. Não nos consideramos favoritos, mas está na hora de se impor. É uma boa chance para quebrar esse tabu?, declarou. No clássico, o goleiro garante que não trará lembranças do jogo em Bandeirantes. Um dos líderes e destaque do time no Paranaense, Flávio falhou no primeiro gol do União e estava no lance do pênalti do segundo, embora jure não ter cometido a falta. O crédito adquirido pelo desempenho anterior o permite reconhecer as falhas sem pestanejar.