O Paraná Clube prevê um processo mais laborioso do que o que vem sendo realizado nos clubes co-irmãos. Por isso mesmo, a transformação do clube em empresa só acontecerá, com caráter de urgência, se houver a efetivação da MP. Tudo porque os dirigentes terão de separar o clube social do clube de futebol, o que é um processo extremamente delicado.
“No caso do Paraná, teremos que criar o Paraná Clube Futebol, empresa separada do clube social”, explicou o advogado Luiz Carlos Marinoni, que chefia o grupo de trabalho do Paraná no que concerne aos estudos da possível transformação do clube em empresa. Nesse caso, o Paraná poderia tornar-se uma S.A ou uma empresa de cotas.
Marinoni explica que esse cuidado deverá ser tomado para evitar que os sócios do clube social não paguem pelas dívidas do clube. “Se transformássemos o clube em sua totalidade, os sócios passariam em ser acionistas e poderiam até ter seus bens bloqueados pela justiça no caso de eventuais processos”. O reflexo positivo imediato dessa tranformação, prevista pelo Código do Torcedor é o parcelamento das dívidas dos clubes que tiverem organização empresarial, o que é comemorado pela diretoria. “Isso será fundamental para que o clube fique com as contas em dia”, diz o superintendente do clube, Ocimar Bolicenho.
O ataque já está garantido
O Paraná Clube vive a reta final de sua preparação para a largada do Campeonato Brasileiro. No próximo dia 10 de agosto, o Tricolor recebe o São Caetano (que hoje pode se sagrar campeão da Copa Libertadores). Em campo, à tarde, o técnico Otacílio Gonçalves comanda treino tático, com o time reforçado com as presenças de Luís Paulo, Alexandre e Márcio. Fora dele e à noite, a comissão técnica observa o Azulão, em ação contra o Olímpia, do Paraguai. Com uma base já formada, o treinador parte agora para os ajustes finais na equipe, que volta a contar com sua dupla de ataque titular.
Com Márcio reintegrado -após disputar alguns jogos pelo Iraty -, o Paraná ganha “poder de fogo”. O atacante é o quinto maior artilheiro do clube e espera brilhar no Brasileirão, contando com as assistências precisas de Maurílio. A outra alteração deverá ser confirmada no treino de hoje, com Luís Paulo voltando à condição de titular. Bosco teve um bom rendimento até aqui, mas sofreu uma lesão no joelho direito. O departamento médico define hoje se haverá necessidade de uma artroscopia, ou não. (IC)
Renegados do Brasileiro lutam por seus direitos
Irapitan Costa
Os sete “renegados” seguem na luta por um lugar ao sol. Os dirigentes dos sete clubes que integram a primeira divisão nacional, mas não fazem parte do Clube dos 13, estiveram reunidos ontem à tarde em São Paulo. O objetivo é assegurar maior espaço nas negociações que envolvem o Campeonato Brasileiro e verbas menos discriminatórias. A partir deste encontro, um pacto foi firmado e os clubes partem agora em busca, primeiro, de informações oficiais junto ao Clube dos 13.
“Até o momento, só recebemos informações pela imprensa. Mas, os números nos deixaram preocupados e isso gerou esta mobilização”, explicou o superintendente de futebol do Paraná, Ocimar Batista Bolicenho. A Rede Globo destinou R$ 132 milhões aos integrantes do Clube dos 13 e R$ 6 milhões às demais equipes. “Esta divisão é absurda”, disparou o presidente do Paysandu, Arthur Tourinho. O encontro foi considerado positivo por todos, mostrando que os sete clubes estão unidos e com o mesmo objetivo.
Estiveram presentes os dirigentes de Paraná Clube, Ponte Preta, Paysandu, Gama, Juventude e Figueirense. Os presidentes de Paraná e Ponte foram nomeados representantes do São Caetano – que está com atenções voltadas à final da Copa Libertadores da América. Estas equipes representam 26,9% dos participantes do Brasileirão-2002 e participarão de 151 dos 325 jogos da primeira fase (46,46%). Destacam, ainda, que terão transmitidos pela tevê 100 dos 256 programados pela emissora. A partir destes números, embasam suas solicitações e pedem, em primeiro lugar, acesso às reuniões que definem questões técnicas e financeiras do campeonato.
Na reunião não se falou em “boicote”, o que seria uma posição extrema. “Como não participamos da reunião entre a patrocinadora e o Clube dos 13, não sabemos sequer qual a nossa cota. Esta falta de conhecimento nos deixa numa posição delicada para acertarmos nossos orçamentos”, destacou Bolicenho. Segundo informações extra-oficiais, os “excluídos” receberiam, além dos R$ 6 milhões noticiados, mais um “bônus” de R$ 3 milhões. Mesmo assim, os valores ficariam muito aquém, por exemplo, do que recebe um clube do ?Grupo 4? do Clube dos 13. Uma equipe do último escalão da associação tem direito, para este Nacional, a R$ 4, 2 milhões.