Jean Carlo espera poder desiquilibrar com as cobranças de bola parada, amanhã, contra o Prudentópolis. |
Ou vai, ou racha. O Paraná Clube entra em campo amanhã, contra o Prudentópolis, no Estádio Newton Agibert, necessitando de uma vitória para se classificar à próxima fase do campeonato paranaense. Mais que isso, o Tricolor joga de olho em duas outras partidas, torcendo para que o Francisco Beltrão perca para o Coxa ou o Iraty empate ou perca para o Malutrom. Se isso acontecer, a classificação estará consolidada. Caso contrário, o Paraná terá que disputar o “torneio da morte”, do qual sairão as duas equipes rebaixadas.
Embora a situação seja delicada e o Paraná dependa de outros resultados, o clima esteve ameno durante a semana, em função da vitória por 2 a 1 sobre o Rio Branco, no domingo passado. A conquista do primeiro resultado positivo e a marcação dos primeiros gols do time afastaram temporariamente a “nuvem negra” que pairou na Vila Capanema desde o início do campeonato estadual.
Sem o peso nas costas, o técnico Saulo pôde fazer várias experiências nos cinco dias de trabalho e aproveitou para ensaiar exaustivamente, jogadas de bola parada. Na Vila, todos acreditam que o jogo seja definido em um lance como esse. “O jogo vai ser muito truncado, de muita marcação, pois as duas equipes necessitam do resultado. Nesses casos, a bola parada é uma arma poderosa”, diz o técnico Saulo, que aposta no experiente Jean Carlo como cobrador oficial.
O meia-atacante Alex, que foi confirmado na equipe titular, também treinou cobranças de faltas e se revezará com Jean nas cobranças de escanteio. “Quem estiver mais perto da bola, cobra. Quem sabe não teremos a mesma sorte que tivemos contra o Rio Branco?” Naquela partida, ele cobrou escanteio com perfeição e Jean fez o gol da vitória. “Quando a equipe ainda não tem o entrosamento ideal, é muito mais fácil armar esse tipo de jogada.”
Revezamento
Com a confirmação de Alex na vaga do suspenso Éverton, o técnico Saulo ordenou que Alex e Athos terão de fazer um revezamento entre meio e ataque. “Quando um subir e encostar no Fábio, o outro dá cobertura”, explica o treinador. Athos, que ainda não jogou ao lado de Alex – no jogo do último domingo ele saiu de campo justamente para Alex entrar -, acredita que apesar da natural falta de entrosamento, os dois se entenderão fácil. “O negócio é ficar atento o tempo todo para não ocorrer erro de posicionamento e ter sempre um de nós encostando no Fábio.”
Uéslei é o novo atacante do Paraná Clube
O técnico Saulo de Freitas ganhou ontem a solução para o seu problema no ataque para os jogos da segunda fase do estadual – ou para o torneio da morte, dependendo dos resultados da rodada de amanhã.
A chegada do atacante Uéslei – Uecslei no batismo – deve pôr fim às improvisações no setor ofensivo, onde os meias Éverton e Alex estão fazendo as vezes de atacantes. Na partida decisiva de amanhã contra o Prude, por exemplo, o meia Alex jogará no ataque ao lado de Fábio.
E a torcida que se prepare. Uéslei chegou à Vila Capanema com discurso vencedor e diz que, apesar de estar sem clube há dois meses, está pronto para a batalha. “Estava treinando forte a parte física e se o treinador precisar, já posso jogar na quinta”, diz confiante.
Aliás, a confiança é uma característica bem visível no mais novo reforço do Paraná – o número 13 da temporada. “Costumo buscar mais o jogo, mas também faço muitos gols”. Para fechar, Uéslei garante que pode jogar tanto pela direita, como pela esquerda. “Sou flexível nesse aspecto. Vou atuar onde tiver espaço”.
Apesar de ter apenas 22 anos, o jogador acredita que o acerto com o Paraná Clube vai ser a chance que ele terá para “recomeçar” a carreira. Explica-se. Revelado pelo Vitória, da Bahia, o jogador deixou o clube após uma briga na justiça originada por salários atrasados e ficou numa saia-justa com a diretoria rubro-negra. Quando pensou que sua liberdade estava garantida, ele sentiu o peso da mão de um empresário. “Fui emprestado ao Santos, mas com passe estipulado em R$ 900 mil. A diretoria tentou baixar o preço e meu empresário não aceitou, pois estava vislumbrando uma chance de ganhar dinheiro me negociando com o exterior. Não deu certo e acabei indo para o Santa Cruz”, lamentou. Depois do tricolor pernambucano, Uéslei passou pelo Ituano e pela União Barbarense. “Houve uma estagnada na minha carreira. Agora, que estou vinculado à empresa Genisport, de Florianópolis, surgiu essa oportunidade de vestir a camisa do Paraná”.
A chance de voltar a uma equipe que disputa a primeira divisão do campeonato brasileiro foi preponderante para o acerto, que vai até dezembro deste ano.