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O Estádio seria remodelado para se adequar ao Estatuto do Torcedor.

A cada temporada, a história se repete. Basta o Paraná começar a jogar mal e a Vila Capanema volta a ser assunto. O Estádio Durival de Britto e Silva, que já abrigou jogos de Copa do Mundo, em 1950, sempre foi o favorito da torcida tricolor. Entretanto, há três anos nenhuma partida oficial é mandada na Vila. Com a entrada em vigor do Estatuto do Torcedor, o estádio, que não atende às determinações, acabou sendo destinado apenas aos treinamentos.

Mas os dias de esquecimento da Vila Capanema podem estar no fim. Na próxima terça-feira, uma reunião decisiva do Conselho Deliberativo pode detonar a série de reformas que a Vila precisa para voltar a receber jogos. Ao todo, o investimento será de R$ 1 milhão. Como conseguir essa quantia? Através de uma parceria.

Em entrevista à Tribuna, o presidente do Conselho Deliberativo do Paraná, Luiz Carlos Souza, explicou cada detalhe do projeto Vila Capanema. "Estamos praticamente acertados. O parceiro vai investir nas reformas e em troca terá o direito de exploração dos bares, estacionamento e espaços de publicidade", disse Soares. Embora ele não tenha especificado o tempo, sabe-se que seria por 15 anos. A reforma da Vila Capanema vai deixá-la de acordo com o Estatuto, com cadeiras colocadas em toda a extensão do estádio e banheiros e bares novos. "O espírito acolhedor da Vila será mantido, mas ela ficará mais moderna e muito mais confortável." A previsão é que o estádio comporte 15 mil pessoas.

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Além do acordo comercial, o comissão que trata do assunto Vila Capanema está atuando em mais duas frentes: a de engenharia, que está cuidando do projeto da reforma, e a jurídica, que está trabalhando arduamente para tentar dar um ponto final à briga do clube com a Rede Ferroviária. Segundo a última sentença judicial, o Paraná tem a posse mas não a propriedade e o caso continua sub judice.

"Nos dividimos para resolver a situação o mais rápido possível. Batendo o martelo na terça, logo iniciaremos as obras." A previsão inicial é que o estádio fique pronto para meados de abril.

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Fúria

Segundo o presidente do clube, José Carlos de Miranda, a torcida organizada Fúria Independente, através de sua diretoria, mostrou-se contrária à mudança do local dos jogos. "Como a sede da Fúria fica no Pinheirão, eles alegam que ficará mais complicado para se concentrarem para o jogo", disse Miranda.

No entanto, mesmo ciente do descontentamento da organizada, o Conselho Deliberativo pretende manter o projeto. "O clube é maior que todos e vamos fazer o que é melhor pra ele. Jogando na Vila, certamente o público aumentará", finalizou Souza.

Com tempo, Campos dá uma mexida geral

Em time que está ganhando, não se mexe. O Paraná está perdendo. Logo, o time precisa de muitas mexidas. Esse silogismo cabe como um luva para o time da Vila. As péssimas campanhas do Tricolor no Estadual e Brasileirão no ano passado deixaram a equipe fora das disputas da Copa do Brasil, que começou ontem, e da Copa Libertadores.

Sem jogos no meio de semana, o treinador finalmente vai poder tentar dar mais conjunto à equipe. Afinal, a grande justificativa do treinador para a má campanha do time é a falta de tempo para fazer os acertos. "As equipes do interior começaram a treinar bem antes. Os times estão melhor amarrados", diz.

Com tempo, Campos está aproveitando para fazer testes e tentar tirar o melhor do elenco. Ontem a opção foi dar mais experiência ao time. Renaldo e Axel, mesmo ainda sem as melhores condições físicas, apareceram no onze titular, nas vagas de Maranhão e André Chu, que inicialmente ficou de fora em função de estar com bolhas nos pés. Maranhão, de antemão, ficará no banco, ao lado de Wellington Paulista, que decepcionou na partida diante do Cianorte. Além de Renaldo, Marlon, que entrou bem nos últimos dois jogos, está confirmado. "Estou trabalhando para ser titular e estou pronto para começar", diz Marlon. O experiente Renaldo, um dos maiores artilheiros da história no clube, não está tão empolgado assim. Afinal, ainda não está em plenas condições físicas. "Eu não estou 100% e não me responsabilizo. Mas se o treinador me mandar a campo, vou obedecer", disse.

As mudanças não se restringem ao ataque. Com a saída do zagueiro Emerson, que acertou com o Botafogo, o treinador mudou o esquema tático do time para o 4-4-2, o mesmo que ele utilizou no decorrer da partida contra o Cianorte. Com isso, Messias ganha uma vaga no meio. E na lateral-direita, Goiano apareceu improvisado no lugar de Thoni.

Milton do Ó tem proposta para retornar ao Paraná

Mal o zagueiro Emerson se despediu dos companheiros na Vila Capanema, as especulações em torno do novo "beque" tricolor pipocaram nos bastidores. O primeiro nome que surgiu foi o de Milton do Ó, zagueiro revelado na Vila e que deixou o clube através de uma ação na Justiça.

Apesar do mal-estar causado na época, o vice-presidente José Domingos e o diretor de futebol, Ricardo Machado Lima, receberam o jogador e o pai do atleta, Miltão do Ó, para uma reunião pela manhã. "Fizemos uma proposta e vamos aguardar o contato", garantiu Miltão. Entretanto, ao final de uma reunião entre dirigentes e comissão técnica, que durou quase uma hora, o presidente do clube, professor Miranda, confirmou que não houve acerto. "Ele pediu alto. E, na verdade, estamos mais para nos desfazer de jogadores do que de contratar", disse, referindo-se ao inflado elenco, que tem 36 jogadores.

Mantendo o discurso, Miranda também negou que haja o interesse nos "catarinenses" Cléber, do Figueirense, e Téio, do Avaí. "Quem? Não sei nem quem são. Não estamos interessados nisso agora", desconversou.

Sobre a saída de Emerson, o dirigente lamentou, mas disse que a diretoria fez o possível para mantê-lo. "Com o novo contrato, ele vai ganhar R$ 140 mil a mais em um ano. Ele já tem 30 anos e não tínhamos como segurá-lo", disse Miranda. Com a saída de Emerson, o tricolor tem agora os zagueiros Fernando Lombardi, João Paulo, Juliano, Alison e Albadilon.