Acidente de percurso? Que nada. Pelas recentes atuações, atípica mesmo foi a sequência de três vitórias obtidas na empolgação da chegada de Sérgio Soares e da mudança tática promovida. É sob um clima de tremenda pressão que o Paraná Clube entra em campo amanhã às 21h, no Durival Britto para encarar o Bragantino. Depois de sinalizar com uma reação na Série B, o Tricolor se mostrou um time inconstante e fraquejou diante de equipes de nível técnico no mínimo duvidoso, como ABC e Duque de Caxias.
Difícil para o torcedor é ouvir aquele discurso cansativo ao fim das partidas. Se, como afirmam os jogadores, “é complicado enfrentar equipes que estão lá embaixo”, e os outros clubes têm maior poderio técnico, contra que adversários o Paraná vai conseguir se impor? Essa dúvida deve estar martelando a cabeça de dirigentes e comissão técnica. Afinal, após quinze rodadas realizadas, o quadro é idêntico ao do ano passado: 17 pontos. Um rendimento que relega o Tricolor quase que exclusivamente à luta contra a degola.
O aproveitamento atual (37,78%) é insuficiente para garantir até mesmo a permanência na Série B. Hoje, o Paraná só está fora da zona do rebaixamento por conta dos critérios de desempate (uma vitória a mais que Duque de Caxias, o 17.º colocado). Para não passar sustos no fim da temporada, o Tricolor terá que minimamente elevar a 42% seu rendimento daqui por diante. Essa é a matemática para chegar aos 46 pontos, “número mágico” para se manter na Segundona. A missão pode até parecer simples, desde que a partir da próxima jornada, o torcedor consiga rever em campo o time que bateu o então líder Guarani.
A “apresentação modelo” do Paraná, até aqui, é única. Depois daquele triunfo no Brinco de Ouro, o Tricolor penou para vencer o São Caetano (1×0) e fracassou diante de ABC (1×3) e Duque de Caxias (1×2). Nesses recentes deslizes, o time teve jogadores expulsos. “Não podemos aceitar mais esse tipo de situação”, disparou o diretor de futebol Paulo Welter logo após o jogo no Rio de Janeiro, sem, no entanto, antecipar se alguma punição seria aplicada. A única medida confirmada foi a antecipação da concentração, que se iniciou ontem à noite.
Numa “tática de guerra” contra o Bragantino, o Paraná vai tentar sair do sufoco. Para este jogo, além de Aderaldo e João Paulo, suspensos, o técnico Sérgio Soares não contará com o meia Davi, vetado pelo departamento médico. O centroavante Alex Afonso também segue em tratamento, assim como o armador Elvis. Um quadro que deve acelerar a estreia de Rafinha. O meia, contratado junto ao São Paulo, será oficialmente apresentado hoje, enquanto o supervisor Rafael Zucon corre para registrá-lo a tempo na CBF. Além dele, Elton e Goiano podem aparecer no time. Isso sem contar Adoniran, que retorna após cumprir suspensão.