![]() |
A torcida tricolor deu as costas para o jogo, vaiou a equipe e alertou a diretoria. |
Em pleno dia da saudade, a torcida paranista deve ter mergulhado neste sentimento, buscando consolo na década passada. Nos anos noventa, o Tricolor papou seis estaduais e chegou a ser o único time paranaense na 1.ª Divisão do Brasileirão. Hoje, o time vive de nostalgia e a torcida mais uma vez começa a ver o equipe sob nova ameaça de rebaixamento.
Em uma apresentação abaixo da média, o Paraná foi derrotado ontem à tarde pelo Cianorte, em pleno Pinheirão. Foi a segunda derrota do Tricolor em casa, que venceu apertado na última rodada e conseguiu um empate fora de casa. Com quatro pontos, o time é o sexto do grupo B e se o Paranaense terminasse hoje, o Tricolor estaria fora da próxima fase.
O resultado foi um reflexo exato do que as duas equipes apresentaram. Após a vitória por 4 a 3 contra o União, na quinta, a esperança da torcida era de que o time viesse embalado. Entretanto, quem veio com tudo foi o Cianorte. Apesar da fragilidade do goleiro Adir, que quase entregou o ouro algumas vezes na etapa inicial, o time de Caio Júnior fazia o "feijão-com-arroz", enquanto o time de Paulo campos tentava em vão encontrar espaços.
Tentando furar a marcação precisa do time do interior, Campos resolveu sacar o beque João Paulo, dando passagem a Axel – o esquema passou a ser o 4-4-2. No ataque, o treinador fez o que todos esperavam : sacou Wellington Paulista e escalou Marlon, que foi bem contra o União e cogitado para começar jogando a partida.
Entretanto, apesar de alguns minutos de velocidade no ataque, o Paraná passou a ser novamente envolvido, ainda mais com a mudança tática de Caio Júnior, que tirou o meia Djames e deu passagem ao lépido Paraguaio. Com maior movimentação, não demorou para o gol do Cianorte sair. Aos 33 minutos, Valdiran fez um golaço. Recebeu de Dário, dominou, tirou de Émerson e Flávio e chutou livre para o gol.
Se a torcida já pegava no pé da turma paranista, com a derrota iminente o Pinheirão só não veio abaixo porque apenas 891 torcedores estiveram no estádio. Inconformada com o fraco desempenho do time, a torcida soltou o verbo e entoou coros como "timinho! timinho!" e o premonitório "Diretoria, Presta atenção, com esse time é segunda divisão!". Vale lembrar, que na sabedoria popular, "a voz do pvo é a voz de Deus".
Última de Campos?
O jogo pode ter sido o último com Paulo Campos no comando. Informações vindas de Campinas dão conta de que a Ponte Preta está atrás dele. A Macaca empatou em 2 a 2 com o Guarani, sábado. Paulo Campos preferiu falar sobre a péssima apresentação do time. O treinador reconheceu que não se houve bem, mas preferiu dividir a culpa. "Não vamos apontar nomes. Não foi um bom dia, exceto pela entrega e dedicação da equipe. Não há como negar que não conseguimos criar o que tínhamos para criar."
Indagado sobre o porquê de não ter começado a partida com Marlon e Hideo, destaques contra o União, Campos foi enfático. "O Marlon vou lançar aos poucos e o Alberoni merecia uma oportunidade no banco, pois está inscrito." Ele terminou justificando a causa da falta de ritmo de jogo e entrosamento do Tricolor. "A culpa é do calendário. Mas não vamos cair na pressão ou deixar o nervosismo atrapalhar".
CAMPEONATO PARANAENSE
1ª Fase – 4ª Rodada
Local: Pinheirão.
Árbitro: Francisco Carlos Vieira.
Assistentes: Bernélio Sérgio de Lima e Ademir Carvalho Dias.
Gol: Valdiran, aos 33 minutos do 2º tempo.
Cartões amarelos: Daniel, Edson Santos, Cuca, Valdirab, Welligton e André Chu.
Público pagante: 891 (total: 948)
Renda: R$ 7.797,00
Paraná 0 x 1 Cianorte
Paraná: Flávio; Fernando Lombardi, Emerson e João Paulo (Axel); Thoni, Beto, Willian, André Chu e Edinho; Wellington Paulista (Marlon) e Maranhão (Alberoni). Técnico: Paulo Campos.
Cianorte: Adir; Daniel, Edson Baiano, Edson Santos e Maurício; Fábio Carioca, Rocha, Cuca (Dário) e Djames (Paraguaio); Guilherme (Robertt) e Valdiran. Técnico: Caio Júnior.
