Paraná perde em casa para o São Caetano

Sinal vermelho ligado. O Paraná Clube segue “namorando” perigosamente a zona de rebaixamento do Brasileirão. Com um desempenho pífio diante do São Caetano, sofreu a terceira derrota em casa na competição, totalizando onze pontos perdidos no Pinheirão, e vê a distância que o separa do bloco intermediário aumentar a cada rodada. O Tricolor continua tendo um ataque inofensivo. Sem marcar há três jogos, tem a segunda pior artilharia da competição, com somente 14 gols assinalados (um a mais que o Guarani). Menos mal que dentre os times na “ponta de baixo” apenas o Paysandu somou um ponto, o que não alterou a posição do clube paranaense, ainda na 18.ª colocação.

A boa atuação frente ao Figueirense, na rodada anterior, era o ponto de sustentação do Paraná para arrancar uma vitória sobre o decadente São Caetano, que não vencia há cinco jogos. Intimamente, o Tricolor tentava superar suas deficiências, ligadas diretamente à falta de pontaria dos jogadores de ataque. Na única vitória obtida nas últimas onze rodadas (1×0, sobre o Atlético), o gol foi do zagueiro Fernando Lombardi. No início, o time de Gilson Kleina deu a falsa impressão de que conseguiria os três pontos. Mesmo esbarrando em uma defesa bem postada e da estatura elevada Marcel, Canindé e Galvão conseguiam algumas tabelas, mas eram insistentemente parados com falta.

Como resultado, cinco cartões amarelos foram mostrados a zagueiros e volantes do São Caetano. Só que esse maior volume não se traduzia em finalizações. Tentando “escapar” do gramado ruim, o Paraná exagerava nas bolas alçadas, facilmente controladas por Marco Aurélio, Gustavo e Dininho. Nos “duelos” entre laterais, também houve igualdade. Edinho levou vantagem sobre Anderson Lima, mas o mesmo não ocorreu do outro lado, onde Alex Silva não conseguiu superar Triguinho. Na única real oportunidade do Tricolor, Edinho cruzou e Galvão livrou-se da marcação dentro da área e chutou forte, mas Gustavo salvou a tempo. Muito pouco para quem pretendia um “salto de qualidade” no Campeonato Brasileiro.

O frio, já intenso na etapa inicial, aumentou. Na mesma proporção em que a temperatura caía, a produção paranista também ia “ladeira abaixo”. O time voltou orientado para arriscar jogadas individuais, forçando o jogo sobre a defesa “amarelada” do São Caetano. Isso não ocorreu em momento algum e já aos onze minutos Kleina tentou arriscar colocando Wellington Paulista no lugar de Marcel. A mudança lhe custou os protestos da torcida e os gritos de “burro”. Para piorar, pouco depois o time perdeu a bola no ataque e o Azulão soube aproveitar o único deslize do sistema de marcação. Warley foi lançado nas costas de Alex Silva e, na saída de Darci, “fuzilou” para abrir o placar.

Sem inspiração, o Paraná não produziu nada que desse ao seu torcedor ao menos a esperança do empate. Adriano entrou no lugar de Galvão e até deu trabalho à defesa paulista, fato que não ocorreu com Wellington. Dispersivo, não ganhou um lance sequer. Mesmo com a entrada de Fernando no setor de articulação, o time não melhorou. Só teve uma chance real de gol com Axel – sempre ele – chutando de fora da área. Mas, dessa vez, a bola passou longe…

Jogo fraco em gramado ruim

O Tricolor mostrou mais uma vez os defeitos que fazem a campanha ser irregular, e o Azulão, mesmo jogando mal, contou com o matador Warley. O técnico Gílson Kleina, que assumiu a culpa pelo insucesso, colaborou para a vitória paulista.

A partida não conseguiu chegar a ser ?morna? no 1.º tempo. O controle tático era tricolor, mas não havia presença ofensiva suficiente para ameaçar o gol de Sílvio Luiz. Marcel e Canindé até tentaram criar jogadas, mas a forte (e alta) defesa do São Caetano impediu as ações de Galvão.

Além disso, o péssimo estado do gramado do estádio da Federação Paranaense dificultou a vida dos dois times. Assim, viam-se chutões, tentativas de bolas alçadas à área, luta renhida pela bola e muita marcação. Emoção e lances de perigo, que todos esperavam, não aconteceram.

Na segunda etapa, o Paraná voltou ainda pior. Lento, errando muitos passes e falhando nas pouquíssimas conclusões que teve, o time da casa perdeu o domínio territorial, facilitando a armação paulista. Além disso, Gílson Kleina ?ajudou?, tirando Marcel, que era – com Canindé – o artífice das jogadas ofensivas tricolores. Ele colocou Wellington Paulista, que pouco fez.

E sem criatividade, o Tricolor sucumbiu, suplantado pela força do São Caetano. Em rápida jogada de contra-ataque, Borges lançou Warley nas costas do deficiente lateral Alex Silva. Ele penetrou livre e apenas deslocou Darci, dando números finais ao jogo.

CAMPEONATO BRASILEIRO
16ª Rodada
Local: Pinheirão
Árbitro: Elvécio Zequetto (MS)
Assistentes: Alécio Aparecido Lezzo (MS) e Admílson da Costa Pinheiro (MS)
Gol: Warley 15 do 2.º
Cartões amarelos: Carlinhos, Marcel (PR); Gustavo, Anderson Lima, Mineiro, Marcelo Mattos, Marcos Aurélio (SC)
Renda e público: não divulgados

Paraná 1 X 0 São Caetano

Paraná
Darci; Alex Silva, Carlinhos, Gélson Baresi e Edinho; Axel, Beto (Fernando), Goiano e Marcel (Wellington Paulista); Canindé e Galvão (Adriano). Técnico: Gílson Kleina

São Caetano
Sílvio Luiz; Marcos Aurélio, Gustavo e Dininho; Anderson Lima, Marcelo Mattos, Mineiro, Mateus (Lúcio Flávio) e Triguinho; Borges (Ceará) e Warley (Fábio Reis). Técnico: Muricy Ramalho

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