André Dias ganha novamente chance |
O Paraná Clube terá uma nova dupla de ataque no jogo desta noite – às 19h30, no Anacleto Campanella -, frente ao São Caetano. Com uma contratura muscular na panturrilha esquerda, o artilheiro Renaldo foi vetado pelo departamento médico. Uma porta que se abre para André Dias, que vive seu melhor momento no clube (fez dois gols nos dois últimos jogos) e espera reconquistar a vaga de titular. Ele atuará ao lado de Borges, o que altera significativamente a dinâmica de jogo do ataque paranista.
Com mais força física que Renaldo, André Dias irá se revezar com Borges no auxílio à marcação dos volantes adversários. Isso deve desafogar a tarefa de Borges, que reconhece não estar conseguindo reeditar as boas atuações do início da competição. O Tricolor busca melhorar o índice de aproveitamento do seu ataque, que fez 17 gols em 12 jogos, com média de apenas 1,42 gol/jogo. Somente seis clubes têm marcas inferiores a esta. "Acho que o time, assim como o ataque, está em evolução", comentou Borges. As constantes mexidas no setor também comprometem o entrosamento.
André Dias concorda e não vê a hora da bola rolar. Ainda mais que no coletivo-apronto de ontem pela manhã, levou um susto. Numa dividida com Chaves, o atacante foi atingido no tornozelo esquerdo e precisou deixar o gramado. "Fiquei preocupado, pois o local inchou e ficou amortecido", disse. No treino, Flávio Alex entrou no setor de criação e Thiago Neves foi deslocado para o ataque. Mas, como houve apenas um trauma e não uma lesão de tendão, André Dias foi confirmado por Lori Sandri, que sequer relacionou um jogador a mais para a viagem.
Borges prevê um bom jogo do Tricolor e fala em vitória. "O São Caetano normalmente tem dificuldades quando joga em casa. Nossa missão é endurecer ainda mais o jogo", avisou. O atacante fala por experiência própria, já que vestiu a camisa do Azulão no ano passado e também já enfrentou o time do ABCD Paulista no último estadual. "Tenho boa recordação daquele jogo, onde marquei dois gols", disse.
Além do novo ataque, Lori Sandri confirmou outras duas alterações no time. Fernando Lombardi entra na zaga e Mário César no meio-de-campo. A dupla substitui a Aderaldo e Beto, suspensos. "São mudanças simples e que não irão mudar nosso estilo de jogo. Estou tranqüilo porque o grupo é muito bom", afirmou o técnico. Os números atestam as palavras de Lori Sandri, já que nas últimas partidas, jogadores – como Mário César e André Dias – têm saído do banco de reservas e mostrado bom futebol, com assistências e gols.
"É claro que se pudermos qualificar o elenco, será melhor. Mas estou satisfeito com o trabalho desenvolvido até aqui. Em doze rodadas – e mesmo nas derrotas – não ficamos devendo nada em relação aos adversários", disse Lori.
"Não sou talismã, não"
O atacante André Dias evita rótulos e garante que seu objetivo é voltar à condição de titular. Assim que fez o gol contra o Figueirense, já foi alvo de brincadeiras. Indagado se o "chá de banco" fez bem, ele rapidamente desconversou. Na última rodada, ele também entrou no segundo tempo e fez um gol, dando novo ritmo ao setor ofensivo do time. "Agora, quero é marcar gols, mas jogando os 90 minutos", avisou o atacante.
André Dias aceitou com naturalidade o banco de reservas, mas não passivamente. "Sei que o momento do jogador é que define quem joga. Por isso, venho treinando muito", comentou. Para o atacante, no início do Brasileiro ele estava atuando muito longe da área. "Acho que estava contribuindo para os gols dos companheiros, mas atacante precisa balançar as redes. Agora, quero ficar mais próximo da área." No que depender de Lori, André e Borges terão que se revezar no auxílio à marcação.
"Como jogamos no 3-5-2, com alas abertos, um dos atacantes tem que marcar um dos volantes", avisou Lori. Além do vigor físico, André Dias tem marcado por ser o atacante mais efetivo do time nas últimas partidas. Fez seus primeiros gols, é verdade, mas Renaldo tem apenas um gol (contra o Fluminense) e Borges, que já marcou cinco, vive um jejum de quatro jogos.
Empresário quer jogos em Curitiba
Um empresário está tentando viabilizar a realização dos jogos do Paraná frente a São Paulo, Palmeiras e Santos na cidade de Curitiba. Ele prefere que seu nome não seja revelado, mas disse à Tribuna que pagaria o mesmo valor que o clube recebeu do Galo Maringá. "Entendo que o clube precisa equalizar sua questão financeira. Mas, o lado técnico não pode ser desprezado. Quero oferecer uma solução para que a diretoria possa equilibrar esses dois lados", disse.
Para o empresário – paranista de coração – o grande prejuízo de se jogar em "terreno inimigo" (em Maringá, 90% da torcida era corintiana) é o comportamento da arbitragem. "Um exemplo claro foi o segundo gol do Corinthians – e que praticamente decidiu o jogo. O árbitro marcou a falta para um lado, o bandeira para o outro. Quando o Corinthians cobrou rapidamente, o Márcio Resende deixou o lance prosseguir. Fosse no Pinheirão, creio que sua atitude seria outra", acredita. "Frente ao São Paulo, campeão das Américas, temos condição de colocar 20 mil torcedores no Pinheirão."
O empresário sabe que pode esbarrar em um obstáculo nesta sua tentativa. O Paraná recebeu antecipadamente as cotas relativas aos quatro jogos contra paulistas. O presidente José Carlos de Miranda tem reafirmado que um contrato foi assinado e será honrado. Independente disso, ontem à noite haveria um contato entre as partes. A diretoria tricolor preferiu não comentar o assunto.