O Paraná conseguiu sua primeira vitória sob o comando do técnico Edu Marangon. Ontem à tarde, jogando no estádio Willie Davids, em Maringá, o Tricolor paranaense venceu o Fluminense por 2 a 0, chegou ao 39.º ponto no campeonato e subiu para a décima posição na tabela, em partida válida pela quinta rodada do segundo turno. Com a vitória, o Paraná interrompeu uma série de cinco jogos sem vencer.
O Flu continua seu calvário no brasileiro. Perdeu a 16.ª partida no campeonato, permaneceu com 27 pontos e segue como 22.º colocado. Com o resultado, os cariocas só não voltaram à zona de rebaixamento porque o Fortaleza perdeu para o Atlético (3×1) e o Grêmio ficou no empate com o São Caetano (0x0), ambos no sábado.
O confronto de ontem mostrou um Paraná Clube determinado. Cumprindo a perda de mando de jogo imposta pelos distúrbios de sua torcida na partida contra o Criciúma (jogo válido pela 22.ª rodada do primeiro turno, no Pinheirão), quando os paranistas atingiram o árbitro Fabiano Gonçalves com um pedaço de pedra, a partida teve que ser transferida para o interior.
Em Maringá, o técnico Edu Marangon colocou seu time à frente e no início da partida, em jogada ensaiada, o Paraná abriu o placar. Em um rápido contra-ataque Valentim cruzou para Marquinhos marcar de cabeça. Dominando com facilidade o meio-de-campo, o jogo ficou nas mãos do Tricolor paranaense.
O Fluminense, que tinha apenas um atacante na frente, foi dominado durante todo o primeiro tempo. Num dos poucos lances de perigo do Flu, Lopes desviou lançamento já dentro da pequena área, mas Flávio operou verdadeiro milagre para afastar a bola, fazendo a defesa em dois tempos.
O técnico Joel Santana mexeu no segundo tempo e colocou Joãozinho no lugar do ala Jancarlos. A mudança deixou o time carioca um pouco melhor e quase chegou ao empate com Sorato, aos 37?, em uma bola defendida por Flávio. O Paraná, só tocava a bola, esperando o tempo passar. Mas na última mudança efetivada por Marangon, Rodrigo Silva, que acabara de substituir Caio, foi lançado pela direita, invadiu a área e foi derrubado por Júnior César. Renaldo cobrou o pênalti com perfeição sem chances para Kléber.
O atacante Renaldo, artilheiro da equipe, saiu satisfeito com a reação do time. “Precisávamos vencer e conseguimos um bom resultado contra uma equipe com tradição, apesar do mau momento que passa??.
CAMPEONATO BRASILEIRO
2.º Turno – 5.ª Rodada
Local: Willie Davids (Maringá)
Árbitro: Romildo Correia (SP)
Assistentes: Marcelo Carvalho Van Gasse (SP) e Arthur Alves Júnior (SP)
Gols: Marquinhos, aos 4? do 1.º tempo e Renaldo (pênalti), aos 49? do 2.º
Cartões amarelos: Marquinhos, Jancarlos, Diego, Fernando Miguel e Caio
Renda: R$ 55.372,50
Público: 4.385 (total 5.253)
PARANÁ CLUBE
2 x 0
FLUMINENSE
PARANÁ
Flávio, Valentim, Fernando Lombardi, Ageu, Fabinho, Fernando Miguel, Pierre, Caio (Rodrigo Silva), Marquinhos (Émerson), Maurílio (Fernandinho), Renaldo, Técnico: Edu Marangon
FLUMINENSE
Kléber, Jancarlos (Joãozinho), Rodolfo, Junior César, Jadílson, Marcão, Sidney, Diego, Djair (Rodrigo Tiuí) Lopes (Marciel), Sorato, Técnico: Joel Santana
Ageu bate o recorde com a camisa tricolor
Bem que Ageu merecia ter a torcida ao seu lado e não a distante Maringá para um jogo tão marcante para a sua carreira. Ontem, quando se encerrou a vitória do Paraná sobre o Fluminense por 2 a 0, no estádio Willie Davids, o zagueiro (hoje capitão) completou o histórico jogo de número 334, recorde de um atleta com a camisa tricolor, desde a fundação do clube, em 1989.
Ageu sempre foi um símbolo de dedicação e profissionalismo. É o jogador que mais vezes atuou pelo Tricolor, superando Hélcio (332) e Régis (322). “É uma conquista importante, pois hoje em dia não há este vínculo tão forte entre jogador e clube”, disse à Tribuna. Profissionalizado em 1993, o zagueiro está completando dez anos no time principal, mas os laços são mais antigos.
Ele começou no extinto Colorado, em 1987 e em toda a carreira só deixou o Paraná por três vezes e em períodos não muito longos. Em 1994, foi emprestado ao Iraty para a disputa da segunda divisão paranaense. Conquistou o título e no segundo semestre retornou, a pedido do técnico Rubens Minelli, reforçando o Paraná para o Brasileirão. Por duas vezes, o zagueiro disputou a principal competição nacional por outros clubes: Coritiba (1999) e Portuguesa (2002).
Canhoto e rápido, Ageu durante muito tempo foi utilizado na lateral-esquerda, suprindo uma carência crônica deste setor. Somente com a maturidade conquistou a condição de titular na sua real posição. Viveu todos os bons momentos do time desde que subiu para os profissionais (com a conquista do pentacampeonato entre 1993/1997).
Em 2000, também marcou seu lugar no time campeão do Módulo Amarelo da Copa João Havelange, formando com Hilton e Nem um trio de zagueiros eficiente e que assegurou a sustentação defensiva para o título e uma campanha segura na reta final do torneio, quando o Paraná chegou às quartas-de-final, sendo eliminado pelo Vasco. “Foram bons momentos e tenho todos eles bem guardados na memória”, afirmou.
Ageu Gonçalves de Siqueira, 31 anos, acredita na recuperação do time, na busca pela melhor campanha em todos os tempos neste Brasileirão. “Já mostramos que o grupo tem potencial para isso”, avisa. Nas participações anteriores, a melhor colocação foi um décimo lugar, em 1993. Em 2000, o time chegou em quinto, mas a competição (Copa JH) era organizada pelo Clube dos 13. “Sei do carinho que o torcedor tem por mim e a recíproca existe. Estou num bom momento e quero melhorar ainda mais esta marca, pois só neste campeonato temos mais dezoito jogos a disputar”.
