Paraná não tem muito a comemorar no seu aniversário

Em contagem regressiva para o seu 22º aniversário, o Paraná Clube tenta driblar uma crise sem precedentes e superar, assim, seu “inferno astral”. Nesta época – que compreende o mês que antecede a data festiva -, muitas pessoas acreditam viver momentos de angústia, depressão ou até mesmo falta de sorte, atribuindo as turbulências a alguma configuração astrológica misteriosa. Pois foi exatamente no dia 19 de novembro que a maré do Tricolor mudou completamente, com direito a um fim de ano dramático e um futuro incerto.

Após a goleada sobre o Guarani (3 x 0, no dia 12 de novembro) o Paraná já respirava ares de férias. Só uma combinação improvável resultaria num risco maior de rebaixamento, pois os resultados antes vistos como impossíveis se concretizaram. As vitórias de São Caetano e ASA, além do empate do Icasa, deixaram o Tricolor na dependência de mais um ponto na última rodada. “É difícil explicar como tudo deu errado pra gente nessa semana”, disse o volante Itaqui. “O jeito é retomar o foco e buscar o resultado diante do Bragantino”, emendou.

Para completar o momento de tensão que cerca o clube, o STJD absolveu o Rio Branco pela utilização de um jogador irregular e o resultado de campo foi mantido: o Paraná estará na Segundona do Paranaense no ano que vem. O desfecho do caso nos tribunais caiu como uma “bomba” (mais uma?) na Vila Capanema. A estruturação do grupo para 2012 passará por novos ajustes e muitos jogadores já manifestaram o desejo de não continuar no clube, diante de um calendário terrível. A princípio, nos primeiros meses da temporada, o Paraná só terá a Copa do Brasil.

Some-se a tudo isso o fato da diretoria não esconder que o Paraná segue com extremas dificuldades financeiras. Há uma promessa de que os salários dos atletas referentes a outubro serão pagos antes do jogo contra o Bragantino. Já muitos funcionários das diversas sedes estariam caminhando para o terceiro mês sem vencimentos. Uma sinuca de bico para os dirigentes, às vésperas da posse da “nova” diretoria.

Em meio a uma série de reuniões, o discurso é uníssono. “Agora, falamos apenas deste jogo. Não podemos perder o foco desta decisão, onde é imprescindível a manutenção da vaga na Série B”, concluiu o vice financeiro Celso Bittencourt. Em resumo, após mais um ano para ser esquecido, restou ao sofrido torcedor paranista sair ileso do “inferno astral”.

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