Beto pode ou não enfrentar a Ponte Preta? O assunto gerou uma grande polêmica nos bastidores do Paraná Clube. Pela manhã, o técnico Paulo Campos foi comunicado da suposta ausência do jogador, suspenso pelo terceiro cartão amarelo. Tudo por conta da interpretação da RDI 05/2004 da Confederação Brasileira de Futebol, datada de 30 de junho, adequando as normas do Brasileirão às determinações da Fifa no que diz respeito à suspensões por cartões amarelos e vermelhos.
O documento explica, em seu artigo V, que “a advertência, com exibição do cartão amarelo, que for aplicada ao jogador que, posteriormente, for expulso com a exibição direta do cartão vermelho será computada”. Resumidamente, a determinação só visa distinguir o grau de infração. Ou seja, se o jogador for expulso em decorrência do segundo amarelo, a primeira advertência será desconsiderada, para efeito de somatória de cartões. Alertado pela reportagem de O Estado, o superintendente de futebol Ricardo Machado Lima foi buscar esclarecimentos junto à CBF.
“O problema é que o árbitro, na cópia que nos é entregue, só marca advertências e expulsões”, comentou. O assunto é realmente delicado. Beto foi expulso no jogo frente ao Santos, na primeira rodada do returno. Ele havia recebido cartão amarelo no primeiro tempo e foi punido com o vermelho ao “puxar pela camisa” o atacante Basílio. A imagem é clara e o árbitro carioca Edílson Soares da Silva mostra o segundo amarelo e, na seqüência, o vermelho. Só que no relatório, o apitador não cita o “segundo amarelo” com clareza.
Na mesma RDI, fica explícito que havendo divergências entre o relatório e a papeleta (documento com o resumo de advertências e expulsões), prevalecerão as anotações da papeleta. Neste documento, o único que fica em posse do clube, Beto consta na lista de jogadores advertidos e expulsos. Num contato com a CBF, a responsável pelo departamento técnico, Maria Lúcia, ratificou a “nulidade” do primeiro amarelo quando o jogador vier a ser expulso após a apresentação de uma segunda advertência.
Por suas anotações, confirmou que a Beto, no jogo em questão, só foi computado um cartão vermelho. Neste caso, o volante poderia jogar em Campinas, domingo, pois totaliza apenas dois amarelos -nos jogos contra Cruzeiro e São Paulo. Por precaução, Machado Lima pediu documento à CBF. O caso deve ser esclarecido ainda hoje. O problema maior poderia vir na seqüência, pois se Beto ficasse de fora “indevidamente” neste jogo, nas anotações do clube, estaria “zerado”, mas continuaria “pendurado” na agenda da CBF.
Ordem é se reabilitar fora
Paulo Campos já está pensando no jogo frente à Ponte Preta. Mesmo assim, não economizou nas críticas em relação aos erros cometidos contra o São Paulo. Ou melhor: “O deslize”. Na avaliação do treinador, o erro de posicionamento que culminou no contragolpe preciso e o primeiro gol do adversário. “Depois, não foi fácil jogar diante de um time bem postado e com muita qualidade no seu sistema de defesa”, ponderou o técnico.
Para Campos, o erro foi primário. “Ficamos com sete jogadores posicionados à frente, sem nos preocuparmos com a velocidade do São Paulo”, disse. Confirmou que isso é resultado da falta de uma voz de comando dentro das quatro linhas. “Temos jogadores experientes, mas a necessidade de vitória faz com que até esses atletas se descuidem de pontos básicos”, explicou. “Vi isso já nos jogos anteriores, quando estava apenas na torcida, lá no Rio. Contra Inter e Juventude, o Paraná chegou a sair na frente, mas se descuidou e isso não pode acontecer. Principalmente diante de times superiores ao nosso”.
O treinador aproveitou a quinta-feira para “espionar” o próximo adversário. Ontem à noite, esteve no Couto Pereira, observando a Ponte Preta. Sabe das dificuldades que seu time terá pela frente, mas avisou que após o tropeço em casa, passou a ser fundamental a recuperação dos pontos em Campinas. Confirmou as voltas de Fernando Lombardi e Canindé ao time e a entrada de Vicente na lateral-esquerda. Caso Beto não jogue, Éverton César é a opção. (IC)
Paraná e Vasco inauguram o “Gigante do Itiberê”
A partida do dia 29 de setembro, entre Paraná x Vasco, válida pela 33.ª rodada do Brasileirão, marcada para as 20h30, foi transferida do Pinheirão para o Estádio Fernando Scharbub Farah, o “Gigante do Itiberê”, em Paranaguá. O jogo vai marcar a inauguração do estádio, que terá capacidade para 22 mil pessoas.
Os detalhes foram acertados em uma reunião realizada ontem entre o presidente da FPF, Onaireves Moura, o prefeito de Paranaguá, Mário Roque, e o representante do Paraná Clube, Ricardo Machado Lima.
Às 18h, antes da partida, será realizada uma preliminar entre Rio Branco x Pontalense, equipe de Pontal do Paraná.
Os ingressos estarão à venda a partir de amanhã, em locais a serem designados pela Prefeitura de Paranaguá. Até o dia 24 custarão R$ 7,00, depois serão vendidos a R$ 10,00.