O Paraná Clube trata de exorcizar um possível desânimo pelo revés na última rodada. Ao perder para o Corinthians, deixou escapar a chance de sair – após oitenta dias – da zona de rebaixamento.
O Tricolor completou dezessete rodadas entre os últimos quatro colocados do Brasileirão e começa a sentir o funil se fechando de forma perigosa. Agora, para não depender de resultados fora de casa – onde ainda faz quatro jogos -o time de Paulo Campos precisa, na teoria, vencer no mínimo quatro das cinco partidas que disputará em casa.
O confronto de amanhã, frente ao Figueirense, é o primeiro de uma série de decisões. Os outros jogos programados para o Pinheirão são contra Grêmio, Atlético Mineiro, Goiás e Fluminense. Projeções indicam que quem chegar a 53 pontos estará livre do descenso, ou seja, para o Paraná faltariam ainda 15 pontos. O rendimento atual das equipes mostra, no entanto, que 51 pontos devem ser suficientes para assegurar permanência na Série A. Mas, a disputa esquenta a cada rodada e algumas equipes já abrem relativa vantagem.
O técnico Paulo Campos completou dez jogos desde o seu retorno ao Tricolor, com um aproveitamento significativo: 50%. Mesmo sofrendo a terceira derrota – antes, havia perdido para São Paulo e Botafogo – o treinador preferiu focar a análise no bom segundo tempo da equipe, que só não chegou ao empate por esbarrar na atuação precisa do goleiro Fábio Costa. Com isso, visa impedir que a frustração tome conta do grupo. “Vamos continuar mobilizados. São nove decisões pela frente e ninguém aqui vai baixar a guarda”, avisou o treinador.
Os jogadores reconhecem que o início ruim – onde foram surpreendidos pela marcação mais agressiva do Corinthians – foi decisivo no jogo. “Eles nos marcaram no nosso campo e isso complicou nossa saída de bola”, comentou o zagueiro Émerson. Isso, sem contar com a visível falta de objetividade do ataque, que se ressentiu das ausências de Canindé e Marcel. Não é um problema verificado somente nesta partida. O Paraná tem se mostrado muito combativo, mas pouco contundente.
Até mesmo nas partidas anteriores, os meias e atacantes fizeram poucos gols. O centroavante Galvão, que marcou seu 11.º gol na competição, não balançava as redes havia quatro jogos.
Marcel e Marcelo Passos contra o Figueira
Ainda sem Canindé, o técnico Paulo Campos tenta armar um time mais criativo – amanhã, às 20h30, no Pinheirão – diante do Figueirense. Com a volta de Marcel, volta a utilizar três meias-ofensivos, formação com a qual obteve as melhores atuações neste campeonato. Assim, Marcelo Passos está mantido na equipe, que terá no quarteto de frente Cristian, Marcel, Galvão e Marcelo Passos.
Mesmo tendo gostado da atuação de Vandinho, o treinador acredita que sua entrada no time deve ser gradativa. “Ele conseguiu boa movimentação e é um atacante a ser trabalhado, pois tem potencial”, comentou. Como Maranhão permanece no departamento médico – pelas previsões, deve ficar à disposição para a partida contra o São Caetano – o time continuará atuando sem um atacante de velocidade pelos lados do campo. “Temos que compensar isso com a movimentação dos meias. Foi com este posicionamento que vencemos o Vasco e empatamos com o Atlético”, lembrou Campos.
A indefinição está somente na zaga. Paulo Campos não antecipou se Fernando Lombardi – que, muito nervoso, não foi bem contra o Corinthians – formará a zaga ao lado de Émerson. O treinador espera o treino desta manhã, quando testará o lateral-direito Etto. “Ele já está sem dor e deve ficar à disposição do treinador”, comentou o preparador físico Wilian Hauptmann, que ontem fez um teste de campo com o atleta. Etto, devido à retirada de um calo, não participou das duas últimas partidas do Tricolor.