Lamentável

Paraná mostra soliedariedade com atleta vítima de racismo

O caso de racismo envolvendo o jogador Marino do São Bernardo não deve ficar apenas na indignação do jogador ofendido. O atleta registrou um boletim de ocorrência na Delegacia Móvel de Atendimento ao Futebol e Eventos ainda na Vila Capanema, após o jogo contra o time paulista na quinta feira. O acontecido deve ter desdobramentos, podendo atingir até mesmo o Paraná Clube.

O primeiro passo da investigação foi buscar as imagens que possam comprovar a ofensa. O caso foi tipificado como crime de injúria racial, expresso no artigo 140 do Código Penal Brasileiro, que consiste em ofender a honra de alguém como a utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião ou origem.

Por enquanto, a única identificação foi de um senhor de aproximadamente 60 anos, de cabelo grisalho, que aparece nas imagens analisadas pela Polícia Civil. As imagens das emissoras de TV que estavam no jogo foram solicitadas. O Paraná também coopera com as investigações e já repassou as imagens das câmeras de segurança do estádio.

O Tricolor publicou uma carta aberta no site do clube, direcionada ao jogador: “Marino, tenha certeza de que o Paraná Clube não medirá esforços para esclarecer o ocorrido. Qualquer ato de racismo, definitivamente, não nos representa”. Mas mesmo se solidarizando com o jogador o Paraná pode ser punido pelo ocorrido.

A procuradoria geral do Superior Tribunal de Justiça Desportiva busca provas e deve oferecer denúncia contra o Paraná Clube nos próximos dias. Por enquanto, o tribunal não tem elementos para denunciar o Tricolor ao ponto de a equipe perder pontos ou ser punida dentro de uma competição porque não envolve um número elevado de torcedores.

“Em função de não ter esse elevado número de torcedores, em principio o clube vai responder por pena de multa, mas se até a data do julgamento tiver a prova de que tem mais torcedores os auditores podem mudar o enquadramento. Em um primeiro momento a denúncia é referente à pena de multa”, disse Paulo Schimitt, procurador geral do STJD.

Na esfera criminal, a delegacia responsável tem noventa dias para apurar o caso. Com o inquérito concluído e tendo provas, o caso segue para o Ministério Público.

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