O Paraná Clube entra em campo hoje – às 16h, diante do Internacional, no Beira-Rio – com o objetivo de recuperar o alto astral e o rumo das vitórias. Após uma semana de muitas cobranças internas, o Tricolor vai em busca de sua primeira vitória fora de casa no Brasileirão. O tabu de quase nove meses incomoda e é um obstáculo a mais a ser transposto pelo time do técnico Adílson Batista, que corre o risco de ver seu trabalho interrompido abruptamente em caso de novo insucesso. O próprio treinador admitiu que uma derrota hoje tornaria sua situação no clube insustentável.
Convicto das suas idéias, tratou de aproveitar a semana para intensificar os treinos técnicos e táticos, sem mudar sua conduta. “Não estou fazendo nada de errado. Estou trabalhando com profissionalismo e disso não abro mão”, afirmou Adílson. Autêntico, não teme a demissão e não faz concessões em troca da manutenção do emprego. “Não sou de fazer lobby. Me espelho em treinadores que conquistaram seu espaço com trabalho e é só isso que estou oferecendo ao Paraná.” Mesmo tendo dado maior atenção ao sistema de marcação, não quer saber de um time postado na defesa, aceitando a pressão do Inter.
“Não posso ir pensando em empatar, que Deus castiga”, avisou. Na busca por uma formação equilibrada e capaz de conter o volume do time gaúcho – que desperdiçou inúmeras chances nas duas últimas partidas – teve o cuidado de “congestionar” o meio-de-campo, com as entradas de Goiano e Fernandinho. O Internacional fez somente 16 gols neste campeonato brasileiro e tem um dos piores ataques entre os dez primeiros da competição (só está na frente do São Caetano, que fez 15 gols). “Temos que estar atentos, mas sempre buscando uma marcação por setor”, antecipou Adílson, que é contra a aplicação de bloqueios individuais.
Prova disso é a postura trabalhada com os dois volantes. Mesmo sendo um marcador implacável, Goiano irá se revezar com Pierre na protenção à zaga. “Vou marcar aquele jogador que cair pelo meu lado do campo. E, com a posse de bola é ligar o ataque com velocidade”, confirmou Goiano, que está voltando ao time. Isso caso Adílson Batista opte pela manutenção do 4-4-2. No treino de ontem pela manhã, ele confirmou que caso o Internacional venha mesmo num 3-5-2 também poderá recorrer à entrada de um terceiro zagueiro. “Só não vou dizer quem sairia”, disse.
O zagueiro Fernando Lombardi confirmou que conversou com o treinador sobre esta possibilidade. “Ele me mandou ficar atento, pois posso jogar”, explicou. Neste caso, Fernando entraria pelo lado esquerdo da defesa, deixando Ageu na sobra, como líbero. Adílson poderia simplesmente tirar um dos volantes – possivelmente Goiano – ou até mesmo um dos alas, fortalecendo a zaga sem perder a compactação do meio-de-campo. Este posicionamento, no entanto, não foi trabalhado. Durante toda a semana Adílson armou seu time no 4-4-2, com Caio e Fernandinho revezando-se na aproximação a Maurílio, o atacante mais avançado da equipe.
CAMPEONATO BRASILEIRO
14ª RODADA
INTERNACIONAL x PARANÁ CLUBE
INTER
Clemer; Wilson, André Cruz e Vinícius (Cleiton Xavier); Pedrinho, Claiton, Flávio, Daniel Carvalho e Edu Silva; Diego e Nilmar. Técnico: Muricy Ramalho.
PARANÁ
Flávio; Valentim, Cristiano Ávalos, Ageu e Fabinho; Pierre, Goiano (Fernando Lombardi), Marquinhos e Fernandinho; Caio e Maurílio. Técnico: Adílson Batista.
SÚMULA
Local: Beira-Rio (Porto Alegre).
Horário: 16h.
Árbitro: Márcio Rezende de Freitas (FIFA-SC).
Assistentes: Alcides Zawaski Pazeto (SC) e Claudemir Maffessoni (SC).