Leandro e demais jogadores torcem para que a diretoria consiga arrumar o caixa. Estréia no Brasileirão vai ser no Couto Pereira. |
O jogo frente ao São Caetano está confirmado para o Couto Pereira, neste sábado, às 16h. Como o Pinheirão ainda não foi totalmente liberado pelo Ministério Público, o Paraná Clube estréia no Brasileirão ainda sem “uma casa” definida. Para os jogadores, o mais importante é que se defina de uma vez o local de todos os jogos. Os ingressos para esta partida começam a ser vendidos amanhã, em todas as sedes do Paraná, ao preço de R$ 10,00 (arquibancada). Sócios, mulheres, menores e estudantes pagam R$ 8,00. Cadeiras custarão R$ 30,00 (R$ 20,00 para sócios).
O comunicado oficial veio no fim da tarde de ontem, após uma conversa com o presidente da Federação Paranaense de Futebol, Onaireves Moura. As previsões dão conta que somente dentro de uma semana o estádio Pinheirão estará liberado pelo Ministério Público e com sua documentação regularizada. Se isso se confirmar, o Paraná passa a jogar no estádio da FPF a partir da terceira rodada do Brasileirão, dia 18 de agosto, quando receberá o São Paulo e quando a FPF pretende fazer uma grande festa, já que é partida da televisão.
O Corpo de Bombeiros enviou um laudo à Federação, garantindo que o estádio tem projeto arquitetônico, e a entidade anexou os documentos junto ao juiz da 15.ª Vara Cível, que vai ouvir agora o Ministério Público, que fez as denúncias na oportunidade.
Neste período de dificuldade financeira, o Paraná apela para a sua torcida, acreditando na venda do Pass Card como forma de equilibrar o caixa. O carnê que dá direito aos doze jogos que o clube realizará em casa neste campeonato brasileiro custa R$ 100,00, com os sócios pagando somente R$ 60,00. A venda do “pacote” é feita exclusivamente na sede social do Paraná, na Avenida Kennedy, e este valor pode ser parcelado em duas vezes.
Sem concentração
A comissão técnica anunciou ontem que não utilizará concentrações nos jogos que o Paraná irá disputar em Curitiba. “Conheço o grupo e sei que não precisaremos deste recurso, pois todos são responsáveis”, comentou o técnico Otacílio Gonçalves. Com esta estratégia, os jogadores irão se apresentar somente no dia do jogo, pouco antes do almoço. No primeiro semestre, o clube já havia trocado os hotéis pelos alojamentos de Vila Capanema. Agora, a concentração foi momentaneamente abolida.
O time para o jogo deste sábado não sofrerá alterações. Otacílio Gonçalves procurou deixar o grupo concentrado apenas nos treinos, deixando os problemas financeiros para a diretoria resolver. Ontem à tarde, dividiu o elenco em três equipes para um trabalho técnico. O primeiro coletivo da semana está marcado para hoje à tarde. Os jogadores esperam que soluções sejam encontradas antes da largada do Nacional, para que possam trabalhar com maior tranqüilidade. Porém, há funcionários que não têm mais dinheiro para sequer se deslocar até o clube. É a primeira vez que o Paraná atinge este grau de crise financeira.
Paraná Clube em estado de emergência
O Clube dos 13 não deu a mínima para as reivindicações das equipes que não integram a associação e que disputam, a partir de sábado, o Brasileirão-2002. Assim, a discriminação se torna cada dia mais visível no futebol pentacampeão mundial. Ao melhor estilo “quem pode mais chora menos”, os 19 integrantes do Clube dos 13 ficam com a grande “fatia do bolo” e os cinco “renegados” terão direito apenas a R$ 1,1 milhão cada. Isso porque Gama e Ponte Preta, protegidos por um contrato com a entidade, receberão R$ 2,4 milhões.
O valor oferecido deixa o Paraná Clube em situação crítica e ontem, em caráter de emergência, os dirigentes tricolor se reuniram para buscar estratégias alternativas para o clube, que já convive com salários atrasados e sem perspectiva de novas receitas. O problema vai muito além da folha salarial, que gira em torno de R$ 270 mil. Neste campeonato brasileiro, sem auxílio nas passagens aéreas, o Tricolor tem o gasto com as viagens e hospedagens. Até o momento, o clube ainda não conseguiu acertar sequer um novo patrocinador para a sua camisa.
Hoje, a matemática do Paraná seria simples. Com a cota da tevê sendo paga em seis parcelas (aproximadamente R$ 183 mil), o clube já tem uma defasagem de quase R$ 100 mil/mês. Some-se a esse valor os custos com as viagens e pode-se ter noção do grau de preocupação dos dirigentes. Um simples deslocamento até São Paulo – a viagem mais barata neste Nacional – equivale a um gasto de aproximadamente R$ 15 mil. Em média, o Tricolor fará três jogos longe de Curitiba por mês, sendo que em setembro estão programados cinco jogos fora de casa.
O presidente Enio Ribeiro de Almeida deve anunciar ajustes até amanhã, enquanto busca fontes de renda alternativas, que iriam do patrocínio da camisa até a venda de algum jogador.
O Paraná também deve tentar auxílio de clubes como Cruzeiro, São Paulo e Atlético Mineiro, que detém os direitos federativos dos jogadores Leandro, Xandão, Bosco e Rodrigão. “Não sei qual a mágica. Mas teremos que reduzir custos ao máximo”, ponderou o superintendente de futebol Ocimar Bolicenho.
Estréia já tem o local definido
O jogo frente ao São Caetano está confirmado para o Couto Pereira, neste sábado, às 16 horas. Com o Pinheirão ainda inviável, o Paraná Clube estréia no Brasileirão ainda sem “uma casa” definida. Para os jogadores, o mais importante é que se defina de uma vez o local de todos os jogos. Os ingressos para esta partida começam a ser vendidos amanhã, em todas as sedes do Paraná, ao preço de R$ 10,00 (arquibancada). Sócios, mulheres, menores e estudantes pagam R$ 8,00.