O Paraná fez ontem não só a sua melhor atuação fora de casa. Apesar de ter ficado apenas no 1×1 com o Palmeiras, no Palestra Itália, o tricolor mostrou a força que todos esperavam para esta reta final de campeonato brasileiro, jogando bem, com qualidade e vontade. É verdade que o resultado não tira o time da zona de rebaixamento, mas deixa uma esperança para os torcedores, que pelo jogo de ontem podem acreditar mais na permanência paranista na primeira divisão.
Não que o início de jogo tenha sido espetacular. Errando muitos passes, falhando nas jogadas ofensivas e isolando Galvão (que não teve boa atuação) na frente, o Paraná não conseguia aproveitar as falhas do frágil time do Palmeiras. Ao contrário: o alviverde paulista ousava nos arremates de longa distância e chegou ao primeiro gol em uma cobrança praticamente ‘mediúnica’ de Baiano, que parecia estar possuído pelo espírito de Nelinho, aquele que jogou no Cruzeiro. Ele cobrou falta com incrível efeito, surpreendendo Flávio e abrindo o placar.
O gol desnorteou o Paraná, que ficou preso à marcação dos três volantes do Palmeiras e perdeu o controle tático da partida. Para completar, o time não conseguia chutar a gol. Mas, como em um passe de mágica, o tricolor se transformou a partir dos 38 minutos do primeiro tempo, quando finalmente deu seu primeiro arremate ao gol de Sérgio. A partir dali, apareceu a qualidade de uma equipe que parecia estar jogando em casa.
Fruto também do acerto tático de Paulo Campos no intervalo – ele avançou a marcação e aproximou Canindé e Cristian de Galvão, trazendo todo o time de roldão. No segundo tempo, o Paraná tomou conta da partida, ‘prensando’ o Palmeiras em seu próprio campo e impedindo as ações ofensivas dos donos da casa. Edinho e principalmente Etto tornaram-se opções claras de ataque, e Beto tinha total liberdade para o apoio, pois não era marcado.
Depois de várias chances (incluindo uma cabeçada de Messias no travessão), o Paraná conseguiu o empate com Etto – assim como nos jogos contra Vasco e Coritiba, um lateral foi o herói tricolor. Ele foi o autor de toda a jogada, contando com a providencial ajuda de Beto, que recebeu e depois lançou em profundidade. O chute de Etto foi indefensável, vencendo Sérgio, que naquele momento era o melhor jogador em campo. Apesar de continuar tentando, o Paraná não conseguiu a virada, mas parece que confirmou a ‘virada’ no astral, que pode se refletir logo na classificação do brasileiro.
CAMPEONATO BRASILEIRO
Súmula
Local: Palestra Itália (São Paulo-SP)
Árbitro: Clever Assunção Gonçalves (MG)
Assistentes: Marcio Eustáquio Santiago (MG) e Guilherme Dias Camilo (MG)
Gols: Baiano 12 do 1º; Etto 28 do 2º
Cartões amarelos: Claudecir, Baiano (PAL); Maranhão, Etto, Canindé (PR)
PALMEIRAS 1X1 PARANÁ CLUBE
Palmeiras
Sérgio; Baiano, Daniel, Nen e Lúcio (Zé Eduardo); Marcinho, Corrêa, Claudecir (Diego Souza) e Pedrinho; Renaldo (Kahê) e Osmar. Técnico: Estevam Soares.
Paraná
Flávio; Etto, Emerson, Fernando Lombardi e Edinho; Axel, Beto, Messias (Maranhão), Cristian (Marcelo Passos) e Canindé (João Vítor); Galvão. Técnico: Paulo Campos.