Paraná já pensa em dispensas

Não há mais explicações. Os jogadores do Paraná Clube não conseguiram dizer nada após a terceira derrota no campeonato paranaense – além de perder para o Malutrom por 1×0, no sábado, o Tricolor segue sem marcar na competição (mais de 360 minutos) e ainda na zona de rebaixamento. A diretoria, sem opções, parte para as dispensas e para a mobilização total.

Ainda hoje devem ser liberados os laterais Alcir e Marcos Lucas e o centroavante Ednaldo. Os três não estão correspondendo dentro de campo e decepcionaram a diretoria fora dele. “A gente espera atitude dos jogadores, respeito ao comando técnico e dedicação nos treinamentos”, disse o vice-presidente José Domingos Borges Teixeira, que não confirmou os nomes dos dispensados.

Fica claro, no entanto, que a trinca está na mira dos dirigentes. Principalmente Alcir, que ainda não conseguiu entrar em forma – e, ao ser substituído no sábado, demonstrou irritação ainda no gramado do Pinheirão. “Nós já sabemos quem está fazendo as coisas corretas e quem não está. E vamos tomar uma posição clara”, avisou o diretor de futebol Ricardo Machado Lima.

Dessa forma, a direção pretende também dar mão forte a Saulo de Freitas e respaldo aos jovens. “Nós percebemos que os jogadores criados no Paraná Clube estão rendendo mais que os que foram contratados. O João Vítor e o Wiliam são exemplos claros. Além disso, são atletas que pertencem ao clube e que podem nos gerar dividendos”, explicou José Domingos.

Wiliam, por sinal, foi um dos poucos jogadores a falar com os jornalistas – a maioria escapou pela porta dos fundos do vestiário tricolor no Pinheirão. “Ninguém pode se omitir nessa hora. A impressão que dá é que tem gente querendo se esconder”, disse o meia, o melhor em campo no sábado. “A gente fica preocupado, porque nossa carreira é colocada em dúvida”, completou Everton, que também concedeu entrevistas.

Saulo de Freitas, que se reuniu com os dirigentes logo após a partida, ainda demonstrou otimismo. “Estamos vendo a confirmação de bons jogadores, como o Fernando Lombardi, o João Vítor e o Wiliam e isso é importante nesse momento”, disse o técnico, que crê em um bom resultado no clássico de domingo contra o Atlético. “É um jogo de dois times grandes, equilibrado. Tenho certeza que vamos conseguir um bom resultado”, garantiu.

Tal confiança não é refletida em alguns jogadores, que ficaram receosos com uma simples manifestação da torcida. Sim, aqueles que foram ao Pinheirão, pagaram ingresso e saíram tristes com mais uma derrota. Eles reclamaram da diretoria, vaiaram e pediram reforços até o momento em que a polícia militar os dispersou. Só que a desilusão dos tricolores só desaparecerá com vitórias.

Tabajara Futebol Clube, este é o Paraná 2004

Uma defesa frágil, um meio-campo inexistente e um ataque ineficaz. É o retrato do Paraná Clube, que decepcionou mais uma vez sua torcida no sábado, ao perder para o Malutrom por 1×0, no Pinheirão. O Tricolor, com uma formação de pobreza técnica comovente (apenas Wiliam se salvou), foi presa fácil para o Caçula, que em seu primeiro ataque construiu o gol que selou a vitória. É provável que, nas próximas horas, aconteçam mudanças profundas no futebol paranista.

O jogo poderia ser resumido em apenas um lance: aos 3 minutos, Altair passou por toda a defesa do Paraná, mas perdeu o domínio da bola. Ao invés de cortar, os zagueiros apenas observaram Marcelo dominar, passar por Flávio e tentar o chute. Fernando Lombardi salvou, mas a bola sobrou para Fábio, que arrematou para o gol vazio, dando números finais à partida. Por mais que o Paraná tentasse, nada aconteceu de produtivo.

E não se pode culpar o técnico Saulo de Freitas. Ele desesperava-se a cada lance, sofrendo por não poder fazer mais nada que sua obrigação. Ainda no primeiro tempo, ele promoveu duas alterações: a primeira foi a retirada do inoperante Alcir para a entrada de Erivélton. Depois, aproveitando a expulsão de Helington, ele sacou Éverton Cesar para colocar Ednaldo, que pouco fez.

Até que o Tricolor teve chances. A mais clara foi aos 22 minutos do primeiro tempo, quando Jean Carlo (na única jogada de categoria que fez) colocou na cabeça de Vandinho, que livre de marcação escorou para fora. Foi a gota d?água para a torcida, que já se manifestava discretamente desde os dez minutos do primeiro tempo. “Vergonha”, “queremos time” e “timinho” eram as frases mais ouvidas no Pinheirão quase vazio.

O segundo tempo não trouxe notícias boas para o Paraná. Muito pelo contrário – apesar de mais de trinta conclusões, o time não conseguiu empatar, chegando a mais de 360 minutos sem um gol. Os tricolores seguiam falhando grosseiramente, errando jogadas simples e facilitando a vida do Malutrom. Arrasados, os torcedores resolveram reclamar da forma mais veemente que podiam: gritando o nome dos jogadores que brilharam na equipe em 2003. A saudade de Caio, Renaldo, Marquinhos e companhia aumentava ainda mais a revolta com os vexames desta temporada.

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