O Paraná Clube foi do céu ao inferno ao longo desta Série B. Com um time ‘duas caras’, viu o sonho do acesso se dissipar ao longo de uma campanha pífia no returno da competição. O curioso em toda a história é que desta vez o Tricolor não sofreu com o êxodo de jogadores, como em 2010. Mesmo com algumas perdas pontuais, a essência do grupo sempre foi mantida e, mesmo assim, Dado Cavalcanti não conseguiu tirar do elenco o mesmo ‘brilho nos olhos’ que se viu ao longo da primeira metade da competição.
Até aqui, faltando duas rodadas para o término da disputa, o Paraná vai quebrando duas marcas particulares. Cravou 36 pontos no 1.º turno (aproveitamento de 63,16%) superando em quatro pontos a sua melhor marca em uma etapa da Segundona, que havia ocorrido em 2008, no 2.º turno. Porém, também é responsável pela maior frustração e, também, pela pior marca. Foram apenas 15 pontos somados (29,41%) no 2.º turno – menos do que fizera a equipe de 2008, que no 1.º turno computou 17 pontos (29,82%).
Só que na Série de 2008, a gangorra dos números era justificável. Naquele ano, o rendimento de “rebaixado” no turno obrigou a diretoria a reformular completamente o elenco. O então técnico Roberto Fonseca recebeu um grupo novo, com a missão de impedir a degola. E conseguiu. Com a campanha no returno (56,14%) deu novos rumos ao clube, que fechou a participação em um modesto – e muito comemorado – 11.º lugar. Desta vez, tudo aconteceu às avessas. O time brilhante do turno deu lugar a um saco de pancadas, que perdeu dez dos dezessete jogos que disputou.
É esse abismo entre os rendimentos de 1.º e 2.º turnos que deixa um gosto amargo na garganta dos paranistas. Caso tivesse mantido a sua média histórica na competição (45,5%) hoje o Tricolor estaria com os mesmos 59 pontos de Sport, Icasa e Ceará – e muito vivo na briga.