Faltam pouco mais de 48 horas para a bola rolar e o Paraná Clube ainda não tem seu time-base definido para o jogo frente ao Roma Apucarana, quinta-feira, às 20h30, no Pinheirão. O técnico Luiz Carlos Barbieri adiou para hoje os primeiros treinos táticos, aguardando uma posição mais clara em relação aos registros dos atletas recém-contratados.
O superintendente de futebol Ricardo Machado Lima deu ?sinal verde?, assegurando que todos estarão regularizados junto à Federação Paranaense de Futebol até amanhã.
?Há alguns detalhes ainda pendentes, mas que serão solucionados?, disse Machado Lima. A rigor, Barbieri só não sabe se poderá contar com o goleiro Flávio, que até a noite de ontem não havia definido a renovação de seu contrato por mais uma temporada. Uma ?novela mexicana? e requentada, já que no ano passado a situação foi praticamente a mesma. Caso o acerto não ocorra hoje, Darci deverá ser confirmado com a camisa 1 para a largada do Estadual.
Nesta queda-de-braço, a diretoria diz ter chegado ao seu limite financeiro. Flávio, na outra ponta, não fala em reajuste, mas sim reconhecimento pelo que fez nos últimos três anos. O técnico só não quer que essas transações venham a afetar a preparação do time para a estréia. ?Já temos pouquíssimo tempo. Ninguém arruma um time em uma semana. Nesses primeiros jogos, será na base da superação!?, avisou Luiz Carlos Barbieri. Nas suas projeções, somente lá pela 6.ª rodada o Tricolor terá uma equipe-base bem definida.
Até lá, o treinador aposta numa formação compacta e quer a participação coletiva, com todo mundo marcando. ?Nesse início, terá que ser assim. Diminuindo espaços e jogando com inteligência para não ser surpreendido?, comentou. Para Barbieri, somente com esse espírito o Tricolor obterá sucesso, mesmo diante de equipes de menor tradição. ?Nesse início de temporada, a camisa não define. O jogador tem que estar ligado para que aí sim a tradição faça a diferença.?
Barbieri vai apostar no 3-5-2, sistema tático utilizado pela equipe ao longo de quase toda a temporada passada. ?Mesmo com as mudanças, os remanescentes já estão habituados a jogar assim. Não tivemos uma pré-temporada para arriscar a sorte com uma mudança radical?, ponderou. A partir de hoje, a comissão técnica intensificará os treinos de conjunto, tentanto acertar o time, que terá que encontrar entrosamento nos jogos. ?Não tem como ser diferente. Afinal estaremos em campo a cada três dias, em média?, finalizou o técnico.
Beto é desfalque pra quinta
O capitão Beto está fora do jogo desta quinta-feira.
O volante terá que cumprir suspensão, devido à expulsão ocorrida na penúltima rodada do Paranaense-2005. No empate por 4×4, frente à Adap, no Pinheirão (19/03), Beto foi expulso ao reagir à provocação de um adversário. Evandro Rogério Romann o expulsou por ter ?visto? uma agressão e no julgamento Beto pegou dois jogos ?de gancho?.
Como cumpriu a automática, ele volta ao time no jogo do fim de semana, frente ao Londrina, no interior do Estado. Luiz Carlos Barbieri tem no elenco apenas outros dois volantes – Goiano e Da Silva (que também joga na zaga) -, só que ambos com características mais defensivas. ?Vamos ver como o time se comportará nos coletivos?, disse o treinador, que não descarta a utilização de um meia na vaga de Beto.
A única certeza é que o time será armado com três zagueiros, tendo Gustavo, Émerson e Neguete neste setor. Os alas Parral e Rodrigo Alvim completam o sistema de marcação, que terá ainda Rafael Muçamba na proteção à defesa. Sandro, que ficou de fora de parte do treinamento, com bolhas nos pés, será o responsável pela articulação do time, sendo que no ataque, Barbieri conta com três jogadores – Vandinho, Leonardo e Fábio – para duas vagas
Novela Pantera continua
O dia ?D? não se confirmou. Paraná Clube e Flávio ainda não chegaram a um acerto, o que pode tirar o Pantera da largada do Campeonato Paranaense. Para evitar polêmica, Flávio decidiu não treinar enquanto a situação é discutida. Ele disse à Tribuna, ontem, que iria conversar com a diretoria à noite, mas uma reunião do Conselho Diretor atrapalhou os planos do jogador. Os dois lados apresentam versões parecidas para o impasse, que estaria atrelado apenas a uma diferença financeira (que não seria tão grande assim). O torcedor paranista aguarda com ansiedade a renovação do jogador, maior ídolo do Paraná Clube nos últimos anos. O Pantera, aos 35 anos, vive um grande momento na carreira e obteve no último Brasileiro números com sabor de ?título?. Foi o goleiro menos vazado da competição e quer agora dar sua primeira volta olímpica vestindo a camisa tricolor. Para isso, o primeiro passo é a assinatura de um novo contrato.
Paraná-Online – Por que as negociações com você são sempre tão demoradas?
Flávio – Por mim, já estaria resolvido. Mas, sempre há divergências. Espero acertar o quanto antes para estrear nesta quinta-feira. Para chegar a um acordo, as duas partes precisam ceder. A diretoria ainda está um pouco indecisa com a proposta que eu fiz, mas ficamos de resolver tudo o quanto antes. Essa demora só gera desgaste.
Paraná-Online – O Coritiba o procurou recentemente. Com a saída do Júlio Sérgio você acredita numa nova investida?
Flávio – Sinceramente, não. É passado. Quando me ligaram, deixei claro o interesse em continuar no Paraná Clube. Estou aqui há três anos e sou tratado com muito carinho por todos. Minha prioridade é o Paraná e hoje eles já estão com um goleiro muito bom. O Coritiba é um grande clube, que tem a maior torcida do Estado. Não teria problemas em jogar lá. Mas, no momento prefiro ficar no Paraná.
Paraná-Online – E a sua carreira? Você foi o goleiro menos vazado do Brasileiro. Ainda tem o sonho de jogar num grande centro?
Flávio – Muitos têm a oportunidade de jogar em clubes de ponta, mas minha fase de pensar nisso já passou. Estou muito bem em Curitiba. Os clubes dos grandes centros preferem investir em jogadores mais jovens e acho isso natural. Já estou com 35 anos. Não tenho ambição de sair daqui para ficar provando minhas qualidades. Meu futuro é aqui no Paraná Clube. Pela primeira vez na minha vida fui o goleiro menos vazado do Brasileiro. Joguei muito pelo rival, onde fui campeão, e não fui o menos vazado. Quero repetir a dose nesta temporada.
Paraná-Online – Esse ano, tem faixa no peito?
Flávio – Cara, se dependesse de mim essa faixa teria vindo dois anos atrás. Infelizmente nos últimos anos o Paraná foi mal e só escapamos do rebaixamento. Isso não pode acontecer aqui. O Paraná é um grande clube e que deve estar disputando o título, a Copa do Brasil. Estou confiante em uma temporada positiva, pois a base é boa e o time está forte para fazer um grande campeonato e resgatar a hegemonia do futebol paranaense.