Marcel está liberado e tem
vaga certa no time paranista.

Na onda do sucesso de ?Código Da Vinci? – o livro mais “badalado” do momento – as teorias das conspirações voltaram à “parada de sucessos”. O que isso tem a ver com o futebol? Tudo. É só surgir um fato inusitado para alguém logo disparar: “É armação”. O assunto não poderia passar despercebido às vésperas de um clássico. Ainda mais quando é divulgada a escala de árbitros e surge um apitador paulista para o duelo de paranaenses. A diretoria do Paraná Clube recebeu com profunda “estranheza” o nome de Paulo César de Oliveira para dirigir o jogo de amanhã, frente ao Atlético.

O presidente José Carlos de Miranda considerou um “desmerecimento” aos árbitros paranaenses. Afinal, até então somente o Atletiba do primeiro turno (coincidentemente realizado no Joaquim Américo) teve arbitragem de fora. Todos os outros clássicos foram comandados por apitadores paranaenses e sem incidente algum: Coritiba 1 x1 Paraná (Héber Roberto Lopes), Paraná 1 x 0 Atlético (Carlos Jack Rodrigues Magno), Coritiba 1 x 2 Atlético (Francisco Carlos Vieira) e Paraná 1 x 0 Coritiba (Cleivaldo Bernardo). Essa diretriz vinha sendo seguida pela Comissão de Árbitragem da CBF também para os clássicos de outros estados.

Olhando-se exclusivamente para a parte de cima da tabela, quem deveria estar “chiando” seria o Atlético. Afinal, um árbitro paulista para comandar jogo do Atlético, que disputa ponto a ponto o título brasileiro com o Santos? Só que há outro ponto a ser considerado. Há algumas semanas, o técnico do Criciúma, Lori Paulo Sandri disparou contra um possível esquema de favorecimento ao Guarani, clube que goza de muito prestígio nos corredores da Federação Paulista de Futebol. Coincidência ou não, as maiores reclamações do Paraná contra árbitros têm ocorrido em jogos onde o apito é paulista.

São muitos os “casos” e, em dois deles, com a participação direta de Paulo César de Oliveira. No jogo frente ao Internacional, ele confirmou um gol do colorado gaúcho em completo impedimento. Se o lance era do assistente, quem não ergueu a bandeira foi Márcio Luís Augusto, que amanhã será o assistente 1 de Paulo César. Recentemete, o árbitro – que já foi acusado de sofrer de “diarréia mental” pelo próprio presidente da comissão, Armando Marques – não assinalou um pênalti legítimo sobre Etto, no jogo do Paraná frente ao Botafogo, em Caio Martins. Mesmo assim, a diretoria fez questão de frisar que não é contra Paulo César, mas sim pela não-escalação de árbitros do nosso Estado.

Paraná pode perder 3 mandos

O Paraná não poderá restringir sua luta aos gramados. Também terá que armar uma ótima defesa nos tribunais. Na próxima semana, será julgado pelos incidentes em Paranaguá, contra o Vasco, e pode perder de um a três mandos de campo. Tudo por conta da ação impensada de um ex-jogador do Colorado. Ao término do jogo, Chiquito (que atuou no time de Vila Capanema na década de 80) entrou no campo para xingar o árbitro Sálvio Spínola Fagundes Filho e tudo foi relatado em súmula.

Com a súmula dá idéia de invasão de campo, o procurador do tribunal denunciou o Paraná Clube, que fica ameaçado de não poder atuar em seus domínios em jogos decisivos que terá pela frente. Mesmo com o jogo sendo realizado em Paranaguá, Estádio Fernando Charub Farah, a responsabilidade do evento era do Tricolor e a ele recaem possíveis penalidades. O Paraná venceu o Vasco (2×1), mas agora pode sofrer um duro impacto na Justiça. Além da perda de mandos, o clube corre o risco de ser multado de R$ 50 mil a R$ 500 mil, segundo a legislação em vigência. Para levar o jogo ao litoral, o Paraná recebeu cota de R$ 35 mil.

Também estarão em julgamento os atletas Messias e Marcel, além do técnico Paulo Campos. Messias pode pegar de 1 a 3 jogos “de gancho”, enquanto Marcel corre o risco de ficar de fora de 2 a 4 jogos. A situação mais complicada é a de Paulo Campos. Como o árbitro relatou que o técnico o xingou e fez gestos indicando “roubo”, ele pode ser suspenso por até 360 dias. O treinador recebeu com surpresa a denúncia e assegura que irá pessoalmente ao tribunal para fazer sua defesa.

Suspense. E Campos vai prirorizar a marcação

Ousado ou defensivo? A estratégia do Paraná Clube só será definida momentos antes do clássico. O técnico Paulo Campos só vai anunciar seu time após “dar uma espiadinha” na formação do Atlético. Na condição de mandante, o rubro-negro será o primeiro a preencher a súmula. A rigor, o tricolor só tem uma dúvida, justamente por conta do posicionamento do meio-de-campo. Marcel e Messias disputam esta vaga, mas, independente da escolha, a equipe atuará num 4-5-1, como já ocorreu com sucesso em jogos anteriores.

Se até então o “mistério” do Paraná era superficial, desta vez o técnico Paulo Campos fechou os portões da Vila Capanema e o acesso da imprensa só foi liberado no momento em que os atletas já alongavam, após o treino. O treinador não fugiu das perguntas, mas foi bastante evasivo quanto à equipe que inicia o jogo. Nem mesmo a lateral direita foi definida. João Paulo, recuperado das dores musculares que o tiraram na atividade de quinta-feira, iniciou o trabalho tático entre os suplentes e Goiano foi mantido entre os titulares.

Depois, houve a troca. Etto, que seria outra opção para o setor, ao que tudo indica está fora do clássico. Ele tentou treinar, mas voltou a reclamar de dores no pé esquerdo, devido à retirada de um calo. “Vamos esperar até este sábado, pois se o Etto estiver em condições, ganho mais uma alternativa de jogo, já que ele tem um bom apoio”, ponderou Paulo Campos. Nas entrelinhas, o treinador dá certa preferência a uma equipe mais combativa no meio-de-campo, como ocorreu frente ao Palmeiras.

“Jogamos fora e frente ao líder, invicto há tanto tempo. O empate não é um mau resultado, não”, admitiu Paulo Campos. No caso de optar pela escalação de três volantes, Marcel – que não atuou nas duas últimas partidas por conta de suspensão – ficaria no banco de reservas. “Creio num jogo muito disputado, com duas equipes buscando a vitória.” Desde a semana passada, Campos tem frisado seguidamente sua crença em um clássico “eletrizante”. “Os números recentes das equipes me dão essa certeza”, finalizou.

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