O Paraná Clube retomou as conversações com o lateral-esquerdo Edinho. Depois de descartar a renovação do contrato do jogador, a diretoria recuou e pode definir ainda hoje a permanência de mais um titular da equipe 7.ª colocada no último Brasileirão. A qualidade técnica de Edinho nunca foi questionada, mas a questão salarial surgiu como um impedimento para o acerto. Ainda mais diante de algumas propostas que o atleta recebeu, reflexo da boa campanha do Tricolor na temporada.
A ascensão de Edinho ocorreu a partir da chegada do técnico Luiz Carlos Barbieri. Antes disso – quando o time tinha a direção de Lori Sandri – Vicente era o camisa 6 da Vila. Barbieri teve peso nesta mudança de planos, pedindo à diretoria que segurasse Edinho. Sua intenção é que o processo de reformulação ocorra sem traumas. Ainda mais diante do pouco tempo de preparação da equipe, que terá somente uma semana para se entrosar visando a estréia no Paranaense, dia 12, frente ao Roma.
Como dá como certa a renovação do contrato de Flávio, a diretoria garantiria, com Edinho, a manutenção da maioria da equipe titular no Brasileiro. Além desses dois, têm contrato com o clube o zagueiro Aderaldo, os volantes Rafael Muçamba e Beto e o meia Sandro. Isso sem contar o zagueiro Neguete, o volante Mário César (que definiu bases salariais, mas só assinará contrato em janeiro) e o meia Thiago Neves.
?Com esses jogadores, temos uma espinha dorsal. Quatro reforços já foram contratados e estamos com o grupo praticamente montado?, comentou o vice de futebol José Domingos. O dirigente ainda aguarda uma resposta do zagueiro Émerson, que pode voltar. Pelas projeções, o Tricolor deve trabalhar nesta largada de estadual com um grupo de 27 jogadores, aproximadamente. Se as negociações com Flávio, Émerson e Edinho forem acertadas, restariam somente duas vagas, segundo o planejamento da diretoria: um meia e um atacante.
O diretor de futebol Durval Lara Ribeiro não cita nomes, mas já teria essas negociações engatilhadas. ?Um passo de cada vez. É assim que trabalhamos aqui. Já temos uma base e, diferente de outros anos, a comissão técnica pode trabalhar com calma?, comentou Vavá. ?Na hora certa, as transações serão concluídas e teremos um time muito competitivo. Disso, o nosso torcedor pode ter certeza.? A confiança do dirigente vem
do aporte financeiro do fundo de investimentos formado por conselheiros do clube, que já atuou na compra dos direitos federativos de Sandro (junto à URT) e de Leonardo (Vitória).
Borges agora é ?japonês?
A transferência de Borges para o futebol do Japão foi concluída ontem. O artilheiro do Paraná no Brasileirão vai defender o Vegalta Sendai – time do técnico Joel Santana – na próxima temporada. Toda a documentação foi regularizada e na próxima terça-feira será paga a primeira parcela da negociação. O clube japonês tem até o dia 20 de janeiro para quitar a última parcela, sendo que o contrato de Borges tem a duração de três anos, com opção de renovação por mais duas temporadas.
Os valores da negociação não foram revelados. Mas a L.A. Sports, que ficou com a maior ?fatia do bolo? – 48%, com o Paraná levando 12% e o atleta os outros 40% do negócio -, promete reinvestir parte do lucro em novas contratações para o Tricolor. ?Reconhecemos o que o clube representou para a projeção do atleta. Por isso, o Paraná recebeu um valor mais alto do que estabelecia o contrato?, explicou o empresário Luiz Alberto Martins de Oliveira Filho. ?Agora, vamos em busca de novos valores, sempre atendendo às necessidades do clube.?
A negociação de Borges foi o primeiro grande negócio da empresa – formada por Luiz Alberto e Rogério Bozzi Filho -, que investiu nas categorias de base do Paraná nos últimos três anos e somente em 2005 partiu para uma nova área, negociando também jogadores ?prontos?. Além de Borges, a L.A. atuou nas compras de Parral, Aderaldo, Flávio Alex e Maicosuel. ?Temos uma parceria muito boa com o Paraná e respeitamos o clube. Essa confiança mútua é que garante o sucesso dessa parceria?, afirmou Luiz Alberto.
Estádio em ritmo acelerado
O Paraná Clube estréia no Campeonato Paranaense dia 12 de janeiro. O adversário será o Roma, de Apucarana. O local da partida será o Estádio Pinheirão. A previsão é de que o Tricolor jogue boa parte do Estadual ainda no estádio da Federação Paranaense de Futebol, no Tarumã. A reestréia da Vila Capanema dependerá do ritmo das obras e das construções dos camarotes do Durival Britto. A expectativa é de que no final de fevereiro, o Paraná já possa voltar a jogar na Vila.
O projeto ?Vila, tá na hora?, prevê melhorias nos 58 mil metros quadrados de área do estádio, aumentando de 12.100 espectadores sentados de capacidade, para 15.700 espectadores sentados após o término das obras de revitalização.
