?É decisão?. Os jogadores do Paraná Clube são diretos ao analisarem a importância do jogo de hoje – às 18h10, no Pinheirão -, diante ao Santos. Estarão frente a frente clubes com campanhas idênticas, com os donos da casa levando vantagem apenas no saldo de gols (11×10).
Se os números não deixam dúvidas sobre o equilíbrio das equipes, os jogadores do tricolor elegem a torcida como fator decisivo para a conquista de mais três pontos no Brasileirão.
?O preço do ingresso foi reduzido e a nossa campanha é muito boa. Todos os ingredientes apontam para um grande jogo?, comentou o atacante Leonardo, principal referência ofensiva do time. ?A energia da galera será fundamental para que a gente consiga impor o nosso ritmo, encurralando o adversário.? Leonardo passou em branco nos dois últimos jogos e não esconde a ansiedade por voltar a balançar as redes. ?Não é a prioridade. Mas, se tiver a chance não vou vacilar.?
Leonardo, com 4 gols (junto com Émerson e Cristiano), corre atrás de Angelo, que segue como o principal goleador do time, com 5. ?O bom no nosso time é que todos sabem fazer gols?, comentou o atacante. Onze jogadores já deixaram suas marcas neste Brasileiro. ?Num jogo como esse, 1×0 é goleada e não importa quem faça o gol?, completa Maicosuel. O meia-atacante fez os gols decisivos nas vitórias sobre Cruzeiro e Vasco e vive um grande momento. Nem mesmo o gramado irregular do Pinheirão tem sido obstáculo para Maicosuel.
?Melhor seria se pudéssemos usar a nossa principal característica: a troca de passes em velocidade?, disse o jogador. Ao lado de Sandro e Leonardo, ele forma o trio de frente do Paraná. Uma formação que garante um bom poder de marcação no meio-de-campo sem abrir mão da ofensividade. ?O time atingiu uma maturidade que me permite fazer mudanças sem maiores traumas?, analisou Caio Júnior, animado com a campanha do tricolor.
Desta vez, a expectativa fica por conta do rendimento da ?nova? dupla de volantes. Pierre, que estréia, e Felipe Alves serão responsáveis por dar a sustentação ao meio-de-campo. ?Já usamos quase todos os volantes, sem perder a coesão. O time, desta vez, terá um estilo um pouco diferente. Porém, equilibrado?, garante o treinador. O desafio é não perder a dinâmica pelo lado esquerdo do campo, apesar da ausência de Batista, um dos jogadores mais regulares da competição.
A outra mudança no time ocorre na meta. Marcos Leandro, mesmo se recuperando de uma amigdalite, será o camisa 1, na vaga de Flávio, suspenso. Caso o São Paulo perca para o Goiás, quem vencer no Pinheirão fecha a rodada na liderança do brasileiro.
Caio Júnior amadureceu junto com o grupo do Paraná
| Foto: Valquir Aureliano/O Estado |
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| Caio Júnior conquistou a confiança de todos os comandados. |
Com disciplina e diálogo, Caio Júnior conquistou sem dificuldades a confiança do elenco paranista. Essa afinidade se reflete não só nos expressivos números do Paraná neste Brasileiro, mas nas entrevistas dos atletas. O que mais se ouve, nos bastidores da Vila Capanema, são elogios à capacidade do treinador e sua ?leitura de jogo?. E isso não parte de um ou dois jogadores, mas é ponto comum entre titulares e reservas.
?É muito bom sentir essa confiança?, reconhece Caio Júnior, orgulhoso. ?Mas, isso só é possível pela aplicação tática do grupo?, emenda. O técnico amadureceu significativamente desde a sua primeira incursão como técnico do clube, em 2002 – quando ajudou a livrar o clube do rebaixamento. ?Hoje, o momento é outro. O Paraná está em ascensão e tem tudo para se firmar entre os primeiros colocados. Mas, com os pés no chão?, avisa.
?O diálogo entre o grupo e a comissão técnica é muito bom. A última palavra é sempre do Caio, mas ele dá espaço para sugestões?, comentou Leonardo. ?Acho que o sucesso do Paraná está na simplicidade de todos, atletas, comissão técnica, diretoria e funcionários?, disse o zagueiro Émerson. É esse perfil que o tricolor leva a campo hoje, na busca por mais uma vitória. ?Será difícil. Respeito muito o Luxemburgo. Ele tem uma capacidade de reação imediata, o que sempre traz dificuldade para os adversários.?
Após 15 jogos – e aproveitamento de 60% – à frente do tricolor e uma série de variações, Caio Júnior só não abre mão dos três zagueiros. ?Pelas opções atuais e o rendimento da nossa defesa, nem penso em mexer?, garante. Aliás, a escassez de opções é a maior preocupação de Caio Júnior. Ainda mais diante do histórico recente, com praticamente todas as vitórias da equipe sendo construídas na fase final dos jogos.
Além dos três suspensos (Flávio, Serginho e Batista), o treinador não conta, hoje, com vários jogadores lesionados. No total, são oito atletas em recuperação, lista que recebeu mais um nome ontem. O atacante Cristiano, com uma lesão nos quadris, foi vetado pelo departamento médico, obrigando Caio Júnior a chamar Vandinho. Assim, o banco de reservas hoje terá a seguinte formação: Carlinhos, Neguete, João Paulo, João Vitor, Vandinho, Zumbi e Jeff.
Santos sonha com a ponta e joga com cautela
Sanches Filho
| Foto: Arquivo/O Estado |
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| Rodrigo Tabata é a dúvida do time do Santos para o jogo de hoje. |
O Santos vai se defender, preocupado primeiro em não tomar gol, para depois pensar em sair em busca da vitória, contra o vice-líder do Brasileiro. Adepto do futebol ofensivo, o técnico Vanderlei Luxemburgo tomou a decisão de adotar uma postura mais cautelosa nesta partida após rever teipes de vitórias do adversário em casa.
Também pesaram as más condições do gramado do Pinheirão e as ausências de Maldonado, lesionado, e Reinaldo, suspenso.
?Os times que vão a Curitiba para enfrentar o Paraná, partem para cima, porque o adversário é o Paraná e acabam sendo surpreendidos pela velocidade e o contra-ataque perigoso deles?, explica Luxemburgo, que determinou que Wendel e Cléber Santana protejam a entrada da área, por respeito à força do ataque adversário. O técnico também optou pela escalação de Domingos, um zagueiro que marca forte e é mais rápido que o paraguaio Manzur, para jogar ao lado de Luiz Alberto e Ronaldo.
Como Luxemburgo quer marcação mais forte no meio-de-campo, Rodrigo Tabata, considerado por ele um jogador leve, está perdendo a vaga para André, inferior na técnica, porém mais aplicado. Se bem que, no treino técnico de sexta-feira cedo, Luxemburgo se cansou de ver André errar passes e nos minutos finais voltou a escalar Tabata entre os titulares. Uma conversa demorada do técnico com Kléber (voltando de suspensão) antes do último treino no CT Rei Pelé, antes da viagem a Curitiba, abre a possibilidade de o lateral ser improvisado na armação, com a permanência de Carlinhos na lateral-esquerda.
O jogo contra o Paraná está recebendo tratamento de decisão não apenas porque o seu resultado vai determinar quem será o segundo colocado no final da rodada – ou até o primeiro, se o São Paulo perder do Goiás -, mas porque Luxemburgo está convencido de que, se vencer, o seu time entrará definitivamente na luta pelo título, passando a depender apenas de seus resultados se sagrar campeão. ?No segundo turno, vamos receber o São Paulo na Vila Belmiro?, lembra o técnico, insinuando que em casa o seu time não perde para o concorrente mais forte.
O problema mais sério está no ataque. Jonas confirmou contra o Internacional, seu primeiro jogo após a ausência de seis meses por causa da grave lesão no joelho esquerdo, que ainda sente falta de ritmo, e Wellington Paulista, com que deve formar a dupla ofensiva, ainda não sabe o que é fazer gol com a camisa santista, embora já tenha participado de 11 jogos em mais de três meses de clube. Talvez essa seja a razão de Luxemburgo ter dado tamanha atenção aos ensaios de cobranças de faltas, principalmente com Wendel e Cléber Santana.
BRASILEIRO
16ª RODADA
PARANÁ CLUBE x SANTOS
PARANÁ
Marcos Leandro; Gustavo, Émerson e Edmilson; Angelo, Pierre, Felipe Alves, Sandro e Edinho; Maicosuel e Leonardo. Técnico: Caio Júnior.
SANTOS
Fábio Costa; Domingos, Ronaldo e Luiz Alberto; Dênis, Wendel, Cléber Santana, André (Rodrigo Tabata) e Kléber; Wellington Paulista e Jonas. Técnico: Vanderlei Luxemburgo.
Local: Pinheirão (Curitiba).
Horário: 18h10.
Árbitro: Antônio Hora Filho (SE).
Assistentes: Ivaney Alves de Lima (SE) e Antônio da Cruz dos Santos (SE).
