Paraná encara o Potosí e faz contas para as oitavas

A estréia na fase de grupos foi só há seis dias, mas o Paraná Clube já planeja antecipar a classificação às oitavas-de-final da Copa Libertadores.

Depois do grande triunfo em Maracaibo, o Tricolor depende apenas de aproveitar o mando de campo para encerrar o primeiro turno com nove pontos, o que o deixaria com uma mão na vaga. O passo inicial é hoje, às 19h30, contra os bolivianos do Real Potosí. No dia 14 de março, será a vez do Flamengo encarar a força paranista na Vila Capanema.

Com os 4 a 2 impostos sobre o Unión Maracaibo, o Paraná fica em situação privilegiada no grupo 5 da Libertadores.

Nas contas da comissão técnica, 10 pontos são suficientes para assegurar a passagem para as oitavas – mas até com 9 é possível chegar à etapa seguinte.

A importância de uma vitória hoje aumenta com a projeção de grandes dificuldades no jogo da 5.ª rodada, na altitude de 4 mil metros de Potosí. Se fizer o serviço em casa, o Tricolor pode jogar na Bolívia classificado ou muito perto disso. ?O (técnico) Zetti comentou conosco que essa partida (de hoje) pode decidir nosso futuro. É chave para nossa classificação?, afirma o meia Dinelson.

Para encarar os bolivianos, Zetti terá um desfalque de última hora. O zagueiro Neguete sofreu lesão muscular na partida contra o Maracaibo e não se recuperou a tempo -ainda passará por testes antes do jogo de hoje -, mas sua escalação é improvável.

Assim, João Paulo ocupa seu lugar na zaga, ao lado de Daniel Marques. Por outro lado, Goiano volta após cumprir suspensão e reassume o lugar na meia-cancha, apesar do bom desempenho de Xaves na Venezuela.

Satisfeito com o rendimento da equipe, Zetti mantém o esquema com dois zagueiros e dois atacantes, que deu certo na Venezuela – embora o time encontrasse dificuldades ofensivas no último jogo em casa pela Libertadores, contra o Cobreloa. ?Os números não importam, se é 3-6-1, 4-4-2 ou outro sistema. Quero ver o time marcando forte e jogando com essa velocidade que está bonita de se ver?, disse o treinador.

Zetti cobra atuação excepcional

O Tricolor obteve uma vitória convincente na largada da fase de grupos da Libertadores, mas Zetti não se dá por satisfeito. O técnico paranista elogia a equipe, mas diz que ainda há muito a evoluir e cobra hoje um desempenho superior.

?Não estamos 100%, alguns jogadores ainda podem apresentar mais. Fizemos grande partida em Maracaibo, mas ainda espero uma atuação excepcional?, pediu.

Defesa

O setor que mais preocupa o técnico é a defesa, que tomou dois gols e uma bola na trave na Venezuela. As jogadas de bola parada receberam atenção especial.

?A zaga tem jogado com seriedade, mas não podemos mais tomar gol daquela forma. Acertamos o posicionamento e esperamos não errar novamente?, falou Zetti, referindo-se ao segundo gol do Maracaibo, em que o atacante Cásseres cabeceou livre na pequena área.

Homem-surpresa Com a provável marcação cerrada sobre os atacantes Henrique e Josiel e o articulador Dinelson, Zetti acredita que a atuação do meia Gerson seja fundamental para a vitória tricolor. ?É nosso homem-surpresa, e neste jogo pode se destacar por cumprir função diferenciada?, falou o técnico.

Bolivianos querem demonstrar força

A onda criada pelo Flamengo por causa da altitude mexeu com os brios do Real Potosí. Considerando-se ultrajado e discriminado, o time boliviano quer provar hoje aos brasileiros que também tem força atuando abaixo dos 4 mil metros de sua cidade-sede.

O diretor René Vacaflores contou que o ministério dos esportes boliviano cogita levar para Potosí a partida entre a seleção local e a do Brasil, pelas Eliminatórias da Copa 2010. Uma espécie de vingança nacional contra a reação dos flamenguistas, que consideraram ?desumano e antidesportivo? jogar em altitudes tão altas. ?Potosí tem vida, tem gente e tem futebol. Joga-se na neve da Rússia ou na névoa em Londres. Temos o direito de atuar onde quisermos. O Flamengo perdeu tempo com esta contestação?, rebateu o técnico Félix Berdeja, lembrando que sua equipe tem também um brasileiro – o atacante Edu Monteiro, 34 anos, que há 13 atua na Bolívia.

Descer o morro

O treinador afirma que o Real – cujo fundador, o espanhol Samuel Blanco, era ferrenho torcedor do gigante de Madri -manterá o desempenho ao descer o morro. ?Temos uma disposição diferente das outras equipes bolivianas. Quem não ganha embaixo é porque não trabalha bem. Vencemos 50% a 60% dos jogos fora de casa?, garantiu Berdeja, antes do treino de reconhecimento do gramado da Vila.

Hoje, o técnico não terá o lesionado atacante paraguaio Aguilera, autor do segundo gol no empate em 2 a 2 com o Flamengo. Entra em seu lugar Líder Paz, 32 anos. O lateral-esquerdo García também não joga e será substituído por outro veterano: Colque, 30 anos.

O técnico disse ter observado as partidas do Tricolor contra o Maracaibo e Cobreloa.

?O Paraná tem quatro jogadores de frente muito rápidos, uma linha de defesa firme e dois volantes que avançam pouco.

É preciso neutralizar Gerson e o 10 (Dinelson), muito hábil?, avaliou.

A delegação do Potosí, que chegou em Curitiba à 1h da madrugada de ontem, após longa viagem que começou na tarde de domingo, está hospedada num hotel em Quatro Barras. A escolha de um local mais afastado é uma forma de evitar qualquer problema com torcedores.

Copa Libertadores 2007
2ª fase
Grupo 5 – 2ª rodada
Local: Vila Capanema
Horário: 19h30
Árbitro: Saúl Laverni (ARG)
Assistentes: Juan Pablo Pompei (ARG) e Ricardo Casas (ARG)

Paraná
Flávio; André Luiz, Daniel Marques, João Paulo e Egídio; Goiano, Beto, Gerson e Dinelson; Henrique e Josiel. Técnico: Zetti

Real Potosí
Burtovoy; Suárez, Rodríguez, Amador e Colque; Gatty Ribeiro, Marco Paz, Calustro e Peña; Edu Monteiro e Líder Paz. Técnico: Félix Berdeja

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