O Paraná aumentou sua invencibilidade para seis jogos, mas perdeu uma ótima oportunidade de somar três pontos na tabela ontem à tarde, ao enfrentar o Vasco da Gama, no Estádio Orlando Scarpelli. O Tricolor esteve na frente em duas oportunidades, mas permitiu o empate final dos cariocas, em 3 a 3. Como destaque negativo, ficou a atuação do árbitro Marcos Café, do quadro do Distrito Federal. Ele assinalou três pênaltis inexistentes, um contra o Paraná e dois contra o Vasco.
A lambança da arbitragem começou aos 3 minutos, quando Claudemir cometeu pé alto em Ageu na área. Marcos Café apontou a penalidade e Renaldo se aproveitou, abrindo o placar. O Vasco mal se recuperava do susto e tomou outro, aos 5 minutos. Valentim cruzou da direita e Fernandinho apareceu na entrada da área, chutando no ângulo de Fábio.
Com dois gols de vantagem, o Paraná achou a tranqüilidade que precisava para tocar a bola com liberdade. Necessitando reverter a situação, o Vasco também jogava abertamente, tornando o jogo agitado. Entretanto, o time carioca só consolidou a reação aos 17 minutos. Mais uma vez, o árbitro assinalou uma penalidade inexistente, desta feita de Cristiano Àvalos sobre Rodrigo Souto. O experiente Valdir cobrou com perfeição, diminuindo a diferença. O mesmo Valdir empatou a partida dez minutos depois. Henrique cobrou falta na área e Valdir subiu mais que Ageu, desviando a bola para o fundo da rede.
Apesar de estar fazendo uma boa apresentação, o Paraná contou com mais uma ajuda da arbitragem para voltar à vantagem. Aos 24 minutos, Renaldo tropeçou em Fábio na área e o árbitro entendeu como pênalti. Na cobrança, aos 26 minutos,o artilheiro confirmou a marca de nunca ter perdido um pênalti em jogos oficiais.
Pressão
A alegria tricolor durou pouco. O time da Vila parece ter deixado no vestiário o futebol empolgante apresentado a etapa inicial. Passiva, a equipe comandada por Saulo de Freitas foi recuando à medida que os vascaínos avançavam. E não demorou para o gol de empate surgir. Aos 5 minutos, Wescley cobrou falta com força, Flávio deu rebote e Morais apareceu sem marcação sozinho para sacramentar os 3 a 3.
Errando muitos passes, o que impedia a criação de contra-ataques eficientes, o Paraná foi sendo envolvido e viu a pressão vascaína aumentar ainda mais com a entrada de Willian no lugar de Maurílio e posteriormente Éverton no lugar de Caio. Não que os pratas-da-casa não tenham se empenhado – Willian foi o jogador que mais chutou a gol no segundo tempo. Mas a ausência de um homem de ligação com Renaldo facilitou a vida do Vasco, que largou-se ao ataque e por muito pouco não conseguiu o gol da virada.
Com o empate, o Paraná Clube permaneceu na 10.ª colocação na tabela. O próximo compromisso do Tricolor é contra o Grêmio, no domingo, às 16h, no Estádio Olímpico.
Campeonato brasileiro
39ª Rodada
Local: Orlando Scarpelli (Florianópolis).
Árbitro: Marcos Antônio Barros Café (DF).
Assistentes: Renato Miguel Vieira (DF) e Marrubson Melo Freitas (DF).
Gols: Renaldo aos 3 e aos 36 , Fernandinho aos 5 e Valdir aos 17 e aos 27 do 1º tempo; Morais aos 5 minutos do 2º tempo.
Cartões amarelos: Crisitnao Ávalos,Pierre, Da Silva, Wescley e Fernandinho.
PARANÁ
3X3
VASCO
PARANÁ
Flávio, Valentim, Cristiano Ávalos, Ageu, Fabinho, Emerson (Goiano), Pierre, Fernandinho, Caio (Éverton), Maurílio (Willian), Renaldo, Técnico: Saulo de Freitas
VASCO
Fábio, Claudemir, Henrique, Wescley, Vítor, Da Silva, Igor, Rodrigo Souto, (Rubens), Morais (Coutinho), Valdir, Alan (Carlinhos), Técnico: Mauro Galvão
Gramado e pressão do Vasco, as justificativas
Dos males o menor. Apesar das circunstâncias do empate em 3 a 3 contra o Vasco, no Orlando Scarpelli, o ponto solitário obtido com o resultado foi considerado bom, dada a reação do Vasco. “O objetivo, por ser mando nosso, era a vitória. Mas pelo menos somamos mais um ponto”, disse o conformado volante Goiano.
Para o zagueiro Cristiano Ávalos, pela quantidade de passos errados do time, especialmente no segundo tempo, o resultado foi até justo. “A grama estava alta, dificultando o toque de bola, característica forte da equipe. Acabamos dando espaço para eles jogarem na velocidade”.
Aliás, a velocidade do adversário foi considerada determinante para a reação vascaína dentro da partida. “Eles têm jogadores jovens, que correram muito, nos deixando para trás em algumas oportunidades. Foi um alerta para aprendermos a segurar um pouco quando temos a vantagem”, destacou o capitão Ageu, lembrando que na rodada de meio-de-semana, aconteceu a mesma coisa: o Paraná estava na frente e permitiu o empate. “Não podemos dar espaços. Com os times brigando ponto a ponto, não dá para bobear.”
Na opinião do técnico Saulo de Freitas, a pressão do Vasco na segunda etapa foi natural. “Eles estavam em desvantagem e foi natural partirem para cima. Nosso pecado foi não acertar o contra-ataque.”
No entanto, como águas passadas não movem moinhos, o Paraná Clube inicia a semana com olhos para o Grêmio, que segue na luta contra o rebaixamento. Para esse compromisso, o time poderá contar com o retorno de Fernando Miguel e Marquinhos. A falta deste, aliás, foi bastante notada no compromisso de ontem. Em contrapartida, o técnico Saulo de Freitas não terá o meia Fernandinho, que recebeu o terceiro amarelo na partida de ontem e terá de cumprir suspensão contra os gaúchos.