Valquir Aureliano
Torcida tricolor ficará na curva norte e a entrada será pela Rua Dario Lopes dos Santos. E o presidente Miranda quer a Vila lotada pra festa de reinauguração.

A festa é para a torcida. Na volta à Vila Capanema, o clima é de decisão. Depois de sucessivos tropeços, o Paraná Clube usa o fato histórico para dar um bico na crise e iniciar uma corrida de reaproximação dos líderes. Foram quatro anos de exílio e neste retorno ao lar o Tricolor busca também um pacto com sua torcida, uma mobilização total e irrestrita atrás do objetivo maior: uma das vagas à Copa Libertadores da América.

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Para chegar lá, o time de Caio Júnior terá que obter aproveitamento máximo em seus domínios. Ou seja, se possível, sete vitórias, a começar pelo jogo desta quarta-feira, às 19h30, frente ao Fortaleza.

O treinador evita falar no clima festivo que envolve o jogo. ?Isso, é para o torcedor, para todos aqueles que sabem o que representa estar em sua casa?, comentou Caio logo após o jogo frente ao Corinthians, em São Paulo, quando o Paraná sofreu a 9.ª derrota no Brasileirão.

?Os jogadores têm que encarar a partida como uma decisão. Será um jogo que ficará marcado na carreira de cada um de nós?, afirmou. O péssimo início de segundo turno – com quatro derrotas, em cinco rodadas – fez com que o grupo tivesse a sua capacidade questionada.

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De sensação do campeonato (terminou a primeira metade em 3.º), o Tricolor passou ao lugar comum das equipes que estão apenas buscando afirmação num bloco intermediário da tabela de classificação.

Para Caio Júnior, a volta à Vila pode representar mais do que o resgate da imagem do clube. ?É o fato novo para a gente tentar uma nova arrancada?, frisou. Num comparativo entre o rendimento atual e o desempenho no início do Brasileiro, a diferença não é tão acentuada.

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A rigor, apenas um ponto. No primeiro turno, o Paraná só deslanchou a partir da oitava rodada, quando emplacou seis vitórias seguidas. Uma reação impulsionada pela recuperação de atletas importantes, como Maicosuel e Leonardo, que até então conviviam com lesões.

A dupla, ao que tudo indica, estará em campo na próxima quarta-feira. Isso, e o fato do Paraná poder sentir de perto o calor de sua torcida, fazem com que dirigentes, integrantes da comissão técnica e jogadores alimentem o sonho de dias melhores. No último mês, considerando-se Brasileiro e Copa Sul-Americana, o Paraná obteve somente duas vitórias e foi derrotado sete vezes (em alguns jogos, como São Paulo e Grêmio, por interferência direta da arbitragem). ?Vamos tentar deixar tudo isso de lado.

É momento de virada, de vida nova. A matemática nos permite sonhar com a Libertadores?, disse Caio.

Miranda espera estádio lotado

A comissão ?Vila, tá na hora!? acelera na conclusão de alguns itens essenciais para o jogo de reinauguração do Estádio Durival Britto. Como são detalhes internos, o mau tempo dos últimos dias não trouxe prejuízo, mas as obras não serão integralmente concluídas. Nem mesmo nos camarotes, que geraram a maior receita para a viabilização do retorno do Paraná Clube ao seu estádio. Entre hoje e quarta-feira, ainda serão instalados os novos portões, grades e escadaria de acesso às cabines de imprensa.

?A maioria das pendências são em áreas internas. Assim, as chuvas não atrapalharão?, disse o gerente social e de marketing, Luiz Carlos Casagrande. O valor da reforma, inicialmente estimado em R$ 1,5 milhão, praticamente dobrou, segundo o presidente da comissão Márcio Villela. O déficit será coberto com a renda do

jogo frente ao Fortaleza e com recursos de novos patrocinadores. ?O esforço foi grande e as melhorias terão que continuar nos próximos meses. A reinauguração é apenas o primeiro passo?, admite Casagrande.

Para viabilizar a utilização do estádio, muitos detalhes tiveram que ser aprimorados, como a implementação de todo um sistema contra incêndios. O clube também reformulou o projeto inicial com a mudança do acesso principal para a Rua Dario Lopes dos Santos, a nova curva norte. A partir dessa quarta, os torcedores terão que se adaptar a essas novidades.

A Rua Engenheiros Rebouças ficará fechada em dias de jogos, por onde apenas a torcida visitante terá acesso.

Os paranistas utilizarão os portões e estacionamentos anexos à curva norte.

As entradas para o estacionamento principal e para camarotes estão colocadas na Rua Pedro de Araújo Franco, que foi pavimentada pela Prefeitura Municipal de Curitiba. Neste primeiro jogo, os portões serão abertos às 17h, sendo que a partir das 18h15 a diretoria prestará homenagens a ídolos do passado e personalidades que simbolizam esse momento histórico na vida do clube. Haverá um breve discurso do presidente José Carlos de Miranda e do presidente da comissão ?Vila, tá na hora!?, pouco antes da bola rolar.

Segundo levantamento da diretoria, restam cerca de seis mil ingressos (de uma carga de 15 mil) disponíveis.

?Não admito nada menos do que a lotação máxima?, disse o presidente Miranda. ?É um jogo emblemático. Por isso, pouco importa os últimos resultados. Os paranistas estarão no estádio, para ver de perto esse capítulo da nossa história, que começa a ser reescrita nessa quarta-feira?, comentou o dirigente. Os ingressos variam de R$ 30,00 a R$ 60,00, mas em todos os setores há a meia-entrada, para sócios, mulheres, menores, estudantes e idosos.