Paraná Clube e Grêmio Maringá se enfrentam hoje – às 15h30, na Vila Capanema – num jogo de vida ou morte para ambos. Derrotados na primeira rodada do torneio da morte, quem perder ficará muito próximo da segunda divisão paranaense. É o reflexo imediato dos recentes deslizes administrativos em dois clubes de tradição. Nos anos 60, Ferroviário e Grêmio foram rivais em disputas de títulos. Com poucos investimentos e categorias de base desestruturadas, Tricolor e Galo protagonizam uma partida sem a mesma glória do passado, mas num clima tenso e de muita pressão.
Há quase quarenta anos, Ferroviário e Grêmio disputaram o título do Estado por duas vezes. Em 1963, o Grêmio Maringá levou a melhor num triangular que contava ainda com a Cambaraense. Dois anos depois, o Ferroviário deu o troco, numa decisão direta com o time maringaense. De lá para cá, as transformações dos clubes foram profundas. O clube da capital deu origem ao Colorado, um dos clubes fundentes do Paraná. Já o representante de Maringá já alterou cinco vezes sua razão social, diminuindo significativamente a “paixão” de seu torcedor pelo time (atualmente nas mãos do empresário Aurélio de Almeida).
O jogo marca a volta do Paraná à Vila Capanema, após quase dois anos utilizando exclusivamente o Pinheirão (estádio da Federação Paranaense de Futebol). Em casa, o Tricolor quer driblar a crise técnica e garantir os primeiros pontos na luta contra a degola. A diretoria baixou os preços dos ingressos e os jogadores pediram, insistentemente, o apoio do torcedor neste momento difícil. “Sabemos que a reação da torcida está diretamente ligada à postura do time. Por isso, temos que entrar em campo ligados, marcando sob pressão e encurralando o Grêmio”, disse o zagueiro Fernando Lombardi.
É um dos poucos jogadores revelados pelo clube e que está mantendo um bom nível técnico. “Só que isso pouca adianta se não dermos a volta por cima”, comentou. Os atletas sabem que nova derrota tornará a situação praticamente irreversível e ninguém quer carregar a marca do fracasso. Neste sentido, o trabalho do psicólogo Gilberto Gaertner foi muito importante. Atletas e integrantes da comissão técnica destacaram a importância das atividades desenvolvidas nos últimos dias, visando a união do grupo e a recuperação da auto-estima. “Ficou evidente, no último jogo, que perdemos a confiança. Por isso, essa semana foi muito importante para o nosso futuro”, comentou o experiente Jean Carlo. A meta é transformar pressão em “pegada”, para salvar o clube do rebaixamento e a imagem dos atletas, ofuscada pela seqüência de maus resultados.
O técnico-interino Édson “Neguinho” dos Santos faz a sua estréia no clube e na primeira divisão do estado. No ano passado ele comandou o Marechal e ficou na terceira colocação da Série A-1. “Estou preparado e tenho certeza de um grande jogo, pois a semana foi muito boa”, afirmou. Neguinho aposta na superação dos atletas e quer seu time no ataque, “chamando” a torcida para o seu lado e não desperdiçando oportunidades. “É muito importante que o torcedor nos apoie. Se fizermos um gols nos primeiros minutos, melhor. Mas, não será um jogo fácil”, finalizou.