O atacante Giancarlo quase deu adeus ao Paraná Clube. A polêmica envolvendo o artilheiro da equipe com Marcos Amaral rendeu ontem uma reunião às pressas na sede da Kennedy. O motivo da conversa envolvendo a diretoria foi tentar amenizar as discussões públicas entre o jogador e o principal empresário que possui parceria com o clube.

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A conversa durou mais de duas horas e o resultado foi positivo para todos os lados. Marcos Amaral chegou a deixar a disposição do clube o fim do relacionamento, mas logo foi descartado por todos até pela quantidade de atletas representados pelo empresário. Para o Paraná, a importância de ter no grupo o artilheiro com dezesseis gols marcados na temporada; e para o jogador foi essencial o recado, até porque deixou claro que o elenco está atento aos recorrentes atrasos salariais. “Não me arrependo de nada pois sempre fui sincero e não preciso provar nada a ninguém. Claro que as palavras machucam, mas o objetivo a partir de agora é tirar o Paraná Clube desta situação e vamos esquecer”, disse o camisa 9 tricolor.

Para o empresário Marcos Amaral, estes questionamentos são situações normais do futebol e o que aconteceu pode ser positivo para o clube. “As pazes foram seladas e resolvemos isto internamente. Realmente o Giancarlo tinha razão por brigar pelo grupo e as questões foram sanadas. Eu me arrependo por algumas palavras e peço desculpas ao jogador”, afirmou o parceiro. A diretoria lamentou a discussão e quis deixar claro que está lutando para quitar as dívidas com os funcionários. “Não tinha necessidade de expor a nossa instituição. Prezamos pela liberdade”, ressaltou o presidente do clube, Rubens Bohlen.

Quanto ao fato de apenas Giancarlo ter este ‘benefício’ em relação aos outros jogadores, o vice-presidente de futebol, Celso Bittencourt, não vê problemas nesta relação. “O Paraná tem contrato com os jogadores e ele está em situação igual aos outros. O acerto é com o empresário e o clube nem tem conhecimento e não pode interferir isto”, avaliou Bittencourt.

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Entenda o caso

Tudo começou na sexta-feira, quando Giancarlo cobrou publicamente os salários atrasados. Segundo o camisa 9, Marcos Amaral seria o responsável por quitar os vencimentos, caso o Paraná não cumprisse com o prometido. Marcos Amaral desmentiu os atrasos de três meses e na edição de ontem da Tribuna desabafou diante da postura do atleta. “Fiquei muito chateado com o Giancarlo, até porque ele não estava no Real Madrid antes de acertar comigo e com o Paraná. Fui buscá-lo em São Paulo e estranhamente ele briga somente por ele e não pelo grupo de jogadores. Ele tem que baixar um pouquinho a bola e lembrar das origens dele. Precisa jogar mais bola, fechar a boca e ajudar todo o grupo”, afirmou ele.

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Giancarlo respondeu ao empresário e a relação ficou estremecida. “É uma situação difícil, eu tenho que jogar mais? Minha média é quase um gol por jogo. Fechar a boca? Só estou falando a verdade”, disse Giancarlo, antes do acerto entre as partes envolvidas.