O clássico de hoje – às 16 horas, no Couto Pereira – coloca frente a frente equipes em momentos distintos, num quadro reverso do que ocorreu no primeiro turno. Agora, é o Coritiba de Jackson que está em posição tranqüila, e um resultado positivo mantém as possibilidades de título. Para o Paraná Clube de Marquinhos, o jogo é decisivo e define se o time ainda pode alimentar o sonho de uma vaga aos torneios internacionais.
Impedido de atuar no Pinheirão – que segue em obras – o tricolor transformou o Alto da Glória em “sua casa”, como em vários jogos na década passada. Hoje, os paranistas ficarão com a curva de entrada (Rua Amâncio Moro) e com as cadeiras do estádio.
Os coxas ocuparão a curva de fundos e a reta da Rua Mauá.
Tática é a arma do Paraná Clube
Irapitan Costa
O Paraná Clube arrisca tudo em um novo esquema tático. Com três zagueiros, o técnico Edu Marangon espera uma equipe mais coesa e equilibrada. A principal atração passa a ser o zagueiro Fábio Braz, 24 anos, que estréia com a missão de parar o artilheiro Marcel. Jogando em “terreno inimigo”, o tricolor busca o fim das constantes oscilações para continuar alimentando a possibilidade de aproximação dos líderes.
Com o 3-5-2, Edu só evidenciou uma estratégia que nunca foi abandonada. A presença de Fábio ao lado de Ageu e Cristiano Ávalos faz com que o treinador não precise recorrer a um volante ou a um lateral para bloquear o segundo atacante adversário. “Foi só uma questão de adaptação”, confirmou Ageu.
A alteração faz com que Maurílio – que só voltou aos treinos na quinta-feira devido à uma lesão muscular – fique no banco de reservas. Na teoria, os alas terão maior liberdade, principalmente Valentim, assim como o meia Marquinhos, que deverá “flutuar” pelos dois lados do campo, alimentando o setor ofensivo. A idéia de trocar um volante por um meia só deverá ser aplicada no decorrer da partida, num sinal de que a marcação será prioridade no tricolor.
Marquinhos acredita que a rivalidade vai dar o tom do clássico e não esconde que o jogo pode “ser feio”. Para ele, os dois times vão marcar forte. “São duas equipes sem craques, onde o futebol coletivo faz a diferença”, comentou.
Coritiba entre motivação e cautela
Cristian Toledo
O Coritiba entra em campo esta tarde como visitante em seu próprio estádio. O que, em tese, dá duas grandes vantagens: primeiro, o fato de jogar no Couto Pereira, onde não perde para o Paraná por sete anos; segundo, a ótima campanha fora de casa, onde conseguiu 22 dos 50 pontos.
Só que o técnico Paulo Bonamigo quer que o time não pense nisso, ao mesmo tempo que motiva o elenco para a reta final da competição. É tentando equilibrar sentimentos que o Coxa enfrenta o Paraná.
A primeira preocupação de Bonamigo tem uma explicação simples: ficar falando em fator local e em campanha fora de casa pode fazer com que o grupo se anime demais, e transforme animação em soberba. “Nós temos que manter o nível de mobilização nas dezessete rodadas que vêm pela frente”, comenta o treinador.
A segunda olha tanto para o Coxa quanto para o adversário. Afinal, vencer o Paraná significa manter as chances reais de conquista do título. “É uma partida que pode nos dar muito mais gás para o que vem pela frente”, reconhece o volante Willians, uma das novidades da equipe. “Vitória em clássico sempre é boa”, resume Bonamigo.
Só que as cautelas defensivas foram mais trabalhadas. Com Odvan e Edinho Baiano na defesa, Bonamigo quer evitar que ambos sejam expostos ao combate individual. Para isso, ele empurra Willians para o meio, formando uma linha de quatro jogadores na defesa. Caso necessário, o volante volta à defesa, liberando mais Ceará e Adriano.
CAMPEONATO BRASILEIRO
PARANÁ CLUBE X CORITIBA
Paraná: Flávio; Cristiano Ávalos, Ageu e Fábio Braz; Valentim, Fernando Miguel, Goiano, Marquinhos e Fabinho; Caio e Renaldo. Técnico: Edu Marangon
Coritiba: Fernando; Ceará, Odvan, Edinho Baiano e Adriano; Willians, Roberto Brum, Jackson e Souza; Lima e Marcel. Técnico: Paulo Bonamigo
Súmula
Local: Couto Pereira
Horário: 16h
Árbitro: Henrique França Triches
Assistentes: Gílson Bento Coutinho e Altemar Roberto Domingues
