Paraná e Atlético disputam clássico para ressaltar as diferenças

Os quatro pontos que separam Paraná Clube e Atlético na classificação do Brasileirão talvez não sejam uma representação fiel do "abismo" que separa os clubes no campeonato. O clássico de hoje às 18h10, no Pinheirão marca o duelo da alegria tricolor com a tensão rubro-negra.

Após quatro vitórias seguidas, os paranistas estão em"lua-de-mel" com o time e o técnico Caio Júnior. Já os atleticanos mantém clima de cobrança sobre os atletas e o Givanildo de Oliveira, que a cada rodada aparece com a "cabeça a prêmio".

Por tudo isso números, ambiente, retrospecto o Paraná surge como o favorito neste jogo, o primeiro entre os clubes na atual temporada. Situação prontamente descartada dentro do clube, quer por integrantes da comissão técnica quer por jogadores. "Se há favorito, é só até a bola rolar. Lá dentro, quem se impor leva", resumiu Goiano, uma das novidades do tricolor neste clássico. Mesmo obrigado a processar alterações, Caio Júnior aposta na força do conjunto para arrancar mais uma vitória.

O Atlético também vem alterado, com a volta de Alan Bahia no meio-de-campo. Um dos líderes do atual elenco, o volante também não acredita em favoritismo. "Clássicos são definidos em detalhes como a marcação, a vontade e a qualidade dos nossos atacantes", afirmou. Um otimismo que pode até parecer suspeito diante da atuação do time rubro-negro na última quarta-feira. Porém, vale lembrar, a equipe de Givanildo de Oliveira tem bom retrospecto atuando como visitante, com 46,67% de aproveitamento.

Valquir Aureliano/ O Estado
Givanildo de Oliveira sofre muitas cobranças.

Cauteloso em seu primeiro clássico à frente do Paraná Clube neste Brasileiro, o técnico Caio Júnior mantém um discurso politicamente correto e não abre mão de um sistema de forte marcação. "Vocês viram na Copa do Mundo. Quem não marcou, se deu mal", alertou. Os cuidados defensivos exaltados pelo treinador contrastam com o fato de o tricolor possuir, no momento, o ataque mais positivo da competição (ao lado do Cruzeiro), com 22 gols. Fruto de três goleadas, sendo duas delas fora de casa.

Na outra ponta dessa história, Givanildo de Oliveira elogiou o rendimento do rival no jogo diante do Flamengo. "O que me chamou mais atenção foi a maneira como marcam, saindo rápido para o contragolpe. Fizeram quatro como poderiam ter feito 5 ou 6". Mantendo a filosofia de não antecipar a escalação do seu time, disse que para obter sucesso no clássico vai precisar encontrar um jeito de neutralizar os contragolpes do Paraná.

Um duelo tático que promete acirrar a rivalidade entre os clubes, que se acentuará num futuro próximo. No início de setembro dias 6 e 13 Paraná Clube e Atlético se enfrentam pela Copa Sul-Americana e apenas o "sobrevivente" do mata-mata segue para a etapa internacional do torneio. O jogo de hoje é só um aperitivo do que vem pela frente, com uma série de confrontos entre as duas principais equipes do estado, no momento.

Paraná Clube tem problemas no ataque

Valquir Aureliano/ O Estado
Leonardo tornou-se a principal dúvida do Paraná Clube para hoje.

De uma hora para a outra, o técnico Caio Júnior se viu cercado de problemas. Além das ausências de Angelo, suspenso, e Sandro, lesionado, o técnico corre o risco de ficar sem o atacante Leonardo para o jogo desta noite. Diante desse quadro, aumentaram as incertezas quanto à formação do time, que pode entrar em campo com um setor ofensivo completamente alterado. Independente da escolha final do treinador, é certo que o Paraná Clube terá, mais uma vez, o sistema de jogo preservado, com três zagueiros dando a devida proteção ao goleiro Flávio.

Mesmo não tendo anunciado oficialmente e sequer comandado um treino tático onde se pudesse presumir qual a equipe por ele idealizada, Caio Júnior deu a entender que improvisaria Goiano na ala direita e que Cristiano seria mantido no ataque. Um prêmio ao bom futebol de ambos, que mudaram o ritmo do Tricolor no jogo frente ao Flamengo e contribuíram diretamente na goleada sobre o rubro-negro carioca. A única dúvida pairava sobre a possível entrada de Maicosuel no meio-de-campo, na vaga de Gérson.

Essa suposta formação deixaria o Paraná bastante coeso na marcação, mas com três jogadores essencialmente ofensivos. Mas, ontem pela manhã, as atenções se voltaram para Leonardo. Ainda com dores musculares, um problema que já sentira antes do jogo em Volta Redonda, o centroavante não participou do treino. Deu algumas voltas no gramado e o próprio Caio Júnior deixou transparecer uma grande preocupação quanto ao estado físico do jogador. "Vamos esperar até o momento do jogo. Sentir do atleta se ele está confiante", comentou o treinador.

Na mesma medida em que deixou a dúvida no ar, Caio Júnior também deixou a escalação do time ainda mais indefinida. Maicosuel, por exemplo, poderia formar o setor ofensivo ao lado de Cristiano, com a entrada de mais um jogador de meio-de-campo. Nesse caso, possivelmente Felipe Alves. Mas, há outras opções, como a manutenção de Gérson no time ou ainda a entrada de outro atacante de ofício no caso.

Diante da dúvida em torno da presença de Leonardo, a comissão técnica chamou o ala-direito Peter para a concentração. Independente da formação definitiva, Caio Júnior só cobrou do grupo o mesmo espírito de conjunto, que vem sendo a marca registrada do Tricolor nas últimas temporadas. Sob a liderança dos mais experientes, o Paraná faz do jogo coletivo a sua maior arma, deixado individualidades de lado e tendo a humildade de jogar em função do adversário.

O Paraná Clube aproveita o clássico diante do rival rubro-negro para estrear uma nova camisa, o que sempre dá sorte aos tricolores.

Givanildo depende de um bom desempenho

Carlos Simon

Valquir Aureliano/ O Estado
Alan Bahia cumpriu suspensão e hoje volta ao time do Atlético.

Três bons resultados antes da Copa e quase 40 dias de treino trouxeram esperanças de bom futebol à torcida atleticana. Mas a apresentação diante do Fortaleza frustrou a mais pessimista expectativa – e todos no clube concordam que a evolução deve ser radical no clássico contra o Paraná Clube.

O empate sem gols, com um jogador a mais em quase todo o segundo tempo e um pênalti desperdiçado no final, gerou vaias e críticas pesadas da torcida. Que ninguém ousou considerar injustas. "Jogamos mal. E não adianta dizer ao torcedor que estávamos sem Fabrício, Alex, Alan Bahia, Paulo André. Ele quer saber de 11 jogadores em campo jogando para ganhar", falou o técnico Givanildo de Oliveira, ciente de que o desempenho do time no clássico pode definir seu futuro no clube.

Curiosamente, o empate fez o rubro-negro subir três posições no Brasileirão (agora é o 10.º), mas o time segue bem mais perto da zona de rebaixamento (três pontos) que do grupo da Libertadores (oito). "Nossa situação não é desesperadora, mas também não é boa. Estamos devendo à torcida e temos obrigação de melhorar o rendimento", pediu o técnico.

A cobrança foi ainda maior por causa do tempo disponível para ajuste dos defeitos na intertemporada. E porque, antes da Copa, o Furacão vinha de vitórias sobre Juventude e Palmeiras e um empate contra o líder Cruzeiro, no Mineirão. "Nem todos os times que pararam voltaram bem. Agora, no clássico, tentaremos pôr em prática tudo o que treinamos", disse o lateral Jancarlos.

Como de praxe, Givanildo mantém o mistério na escalação. Mas no único treino coletivo antes do duelo, na sexta-feira, o técnico manteve praticamente o mesmo time do jogo passado. A única mudança foi a volta do volante Alan Bahia, que estava suspenso, no lugar de Cristian. O sistema 4-4-2 foi mantido, bem como o zagueiro João Leonardo, que ganha a posição de Alex.

Entre as possíveis novidades estão a entrada do próprio Alex como um terceiro beque, na vaga, provavelmente, do meia Evandro. Depois do jogo contra o Fortaleza, Givanildo disse que a equipe funcionava melhor no 3-5-2, esquema utilizado nos jogos pré-Copa. Outra hipótese seria o simples recuo de Erandir, que atuaria como zagueiro de sobra.

A volta de Dagoberto, suspenso por um dia pela diretoria por causa de declarações ofensivas a Givanildo, foi descartada pelo treinador. Uma vaga no ataque é de Pedro Oldoni, e a outra disputada por Dênis Marques e Neto Baiano.

CAMPEONATO BRASILEIRO

12ª RODADA

PARANÁ CLUBE x ATLÉTICO

PARANÁ

Flávio; Gustavo, Neguete e Edmilson; Goiano, Beto, Batista, Maicosuel (Gérson) e Edinho; Cristiano e Leonardo (Felipe Alves).

Técnico: Caio Júnior.

ATLÉTICO

Cléber; Jancarlos, João Leonardo, Danilo e Moreno; Alan Bahia, Erandir, Evandro e Ferreira; Neto Baiano (Dênis Marques) e Pedro Oldoni.

Técnico: Givanildo de Oliveira.

SÚMULA

Local: Pinheirão (Curitiba).

Horário: 20h30.

Árbitro: Leonardo Gaciba da Silva (Fifa-RS).

Assistentes: Altemir Hausmann (Fifa-RS) e Paulo Ricardo Silva Conceição (RS).

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