O Paraná Clube já paga o preço pelo bom desempenho no Brasileirão. O time não passou nem perto do título da temporada – ficou em 10.º lugar – mas a classificação para a Copa Sul-Americana valorizou sobremaneira muitos dos atletas revelados pelo Tricolor. Não apenas jovens, como Marquinhos, Caio e Fernandinho, mas também o experiente Renaldo. À exceção de Fernandinho, todos os outros já se desligaram do clube, deixando a diretoria “em xeque” no momento de reformulação do elenco.
Sem verbas adicionais para o departamento de futebol, pois até o momento não houve acordo com emissoras de televisão para transmissão do Campeonato Paranaense, o Paraná terá que sobreviver nos três primeiros meses de 2004 de suas arrecadações e de algum patrocínio que possa ser viabilizado. Tempo de “vacas magras” em comparação ao ano que está chegando ao fim. Mesmo com cotas muito inferiores às dos integrantes do Clube dos 13, o Paraná não apenas se manteve na elite nacional, como fez uma campanha de muita regularidade.
A nova diretoria já se reuniu e é certo que a base do grupo para o estadual será formada por atletas oriundos das categorias de base. Muitos ganharão ritmo na Copa São Paulo de Juniores e a partir do fim de janeiro já estarão trabalhando sob o comando de Saulo de Freitas. O treinador deve acertar nos próximos dias a sua permanência à frente do Tricolor para toda a temporada 2004.
O vice de futebol José Domingos antecipou que não iludirá sua torcida. “Não temos uma previsão orçamentária. Reforços são necessários, já que perdemos jogadores importantes. Mas, não esperem nenhum jogador de renome neste momento”, afirmou.
A idéia do dirigente é tentar as renovações dos contratos de jogadores experientes como Flávio, Cristiano Ávalos e Ageu, dar espaço para garotos e investir o mínimo possível em contratações. “É certo que precisamos de substitutos para Marquinhos, Caio e Renaldo. Mas, dificilmente iremos além de quatro ou cinco reforços”, disse. O perfil destes jogadores é simples: atletas de qualidade, mas que esteja, buscando projeção e, consequentemente, adaptados à realidade financeira do Paraná, ou seja: vale o bom e barato. Uma política aplicada com freqüência pelo Tricolor, nos últimos anos.
A capacidade gerencial do clube será colocada, mais uma vez à prova. A estratégia deu certo no Brasileirão, mas fracassou no campeonato paranaense. O revés foi tão marcante que gerou a reformulação de toda a cúpula diretiva do departamento de futebol. Os integrantes da câmara acreditam que isso não se repetirá. “Hoje, temos uma estrutura muito melhor. No último paranaense, não tínhamos apenas garotos, mas as contratações não foram boas”, lembrou José Domingos.
O preço do insucesso ainda está sendo pago. Afinal, a pífia campanha do estadual resultou na ausência do clube da Copa do Brasil de 2004, reduzindo ainda mais a já deficitária receita do Paraná Clube.
