Um bom time começa com um grande goleiro e termina com um grande atacante. Enfim o Paraná Clube teve uma partida com um goleiro e um atacante brilhando. E foi logo fora de casa, na vitória por 2×0 sobre o Vila Nova, calando os mais de 16 mil torcedores que foram ao Serra Dourada na noite de ontem.
Rodrigo Pimpão, que fez os dois gols, e Mauro, que pegou até pênalti cobrado por Túlio, foram os heróis da noite. O resultado deixa o Tricolor em posição confortável, na 12.ª da Série B.
Depois dos bons resultados em casa, era hora de repetir o time. Sem André Luiz, Cristian e Leonardo, Paulo Comelli decidiu não mexer na equipe. E contava ainda com a ótima fase de Giuliano e Ricardinho para conseguir um bom resultado em Goiânia. No Serra Dourada, a expectativa era a de sempre: Túlio Maravilha, o artilheiro da Série B, que está levando seu time pra primeira divisão.
E os atacantes foram destaques do primeiro tempo. Só não foram os melhores porque os goleiros Max e Mauro fizeram ótimas defesas. Éder, pelo lado tricolor, e Wando, pelo Vila, foram os melhores homens de frente em um primeiro tempo aberto.
Como os donos da casa jogam e deixam jogar, o Paraná teve muito espaço para os contra-ataques, e teve boas oportunidades de abrir o placar. Mas o melhor lance da primeira etapa foi do Vila, na última jogada do tempo – Alex Oliveira, aproveitando bola perdida por Túlio, acertou a trave.
A preocupação do Paraná vestia preto. O árbitro Luís Antônio Silva Santos, o “Michael Jackson”, falhou nos critérios disciplinares e amarelou os quatro principais homens de marcação (Daniel Marques, Fabrício, Agenor e Pituca) no primeiro tempo.
“Ele está estranho”, resumiu o técnico Paulo Comelli. “Temos que ter calma, porque jogar com dez aqui no Serra Dourada é muito complicado”, completou o goleiro Mauro.
O juiz iniciou o segundo tempo dando uma “colaborada”. Fabrício fez pênalti em Túlio e ele não marcou. Mas depois Luís Antônio Silva Santos voltou ao “normal”; quer dizer, a errar nos critérios, e deixou de expulsar o zagueiro goiano Luís Carlos. O confuso árbitro aparecia em meio à pressão do Vila, que obrigava Mauro a se desdobrar para fazer boas defesas.
Quanto mais os donos da casa atacavam, mais espaços tinha o Tricolor para as jogadas de Ricardinho. E foi em um destes lances que a vitória foi construída. Aos 30 minutos, Ricardinho arrancou, sofreu a falta, voltou para o lance e rolou para Rodrigo Pimpão, que tinha acabado de entrar. Ele fez o gol e estava se tornando o herói da noite.
“Estava” porque o jogo ainda não tinha acabado. E logo após o tento paranista o Vila teve a chance do empate. Pituca fez pênalti ao tocar com a mão na bola após o cruzamento de Pedro Júnior.
Veio Túlio para bater. Mauro, matreiro, não saiu para antecipar a defesa. Esperou, enervou o artilheiro e, na hora em que a bola saiu, saltou no canto direito para fazer a defesa. Mauro virava o herói da noite.
“Virava” porque Pimpão não parou. Aos 38, recebeu de Ricardinho e marcou um golaço, fechando o placar, colocando-se no mesmo panteão de Mauro e afirmando definitivamente o Tricolor na Série B. Ah, se tivesse sido assim no primeiro turno…
