Paraná deixa a zona de rebaixamento

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Sinval, o artilheiro da paz, corre
para comemorar com Paulo Campos,
puxando a fila da alegria.

Ufa! O Paraná viveu sábado a sua tarde mais dramática no Campeonato Brasileiro. E, com muito sofrimento, conseguiu a vitória sobre o Atlético-MG -bem da maneira que estes jogos terminam, 1×0, gol de pênalti. O resultado tira o Paraná da zona de rebaixamento e alivia um pouco o time e a torcida, que atendeu ao pedido da diretoria e compareceu em bom número ao Pinheirão (pouco mais de quinze mil pessoas). A partida foi de extrema entrega das duas equipes, que lutam para fugir do fantasma da segunda divisão.

Para o Paraná, só valia a vitória. Para o Atlético-MG, o empate até que era um bom resultado – por isso, Mário Sérgio fez o que mais gosta, inundou a equipe de volantes e zagueiros. E, como é de praxe, mexeu no time quando menos se esperava, ainda no primeiro tempo. Isso porque o Tricolor pressionou durante boa parte do tempo, com Marcel e Cristian tendo espaço para as jogadas e fazendo com que Danrlei trabalhasse bastante – à parte o extravagante figurino do goleiro (uma camisa zebrada, lembrando Leão nos tempos de Corinthians), ele foi o principal destaque da partida.

Só que a marcação mineira deixou o Paraná ?amarrado?. O time passou o resto do primeiro tempo sem conseguir vencer o esquema de Mário Sérgio, que colocara em campo três zagueiros, três volantes e só um atacante. A dificuldade fazia com que o Tricolor desanimasse e se desgastasse. "A gente fica correndo mais que o normal", reclamou o meia Cristian. Além disso, o péssimo estado do gramado do Pinheirão atrapalhava principalmente Marcel, que sofria para dominar e conduzir a bola.

No segundo tempo, o reflexo da vontade dos dois times começou a ser visto. Os jogadores estavam cansados, sentindo cãibras e penando para chegar ao final da partida. Cristian era um dos que mais sofriam com a soma calor, campo ruim e necessidade do resultado. Mesmo assim, o Paraná seguia tentando, correndo e obrigando Danrlei a fazer mais defesas. O Atlético-MG continuava em sua tática defensiva, isolando Rodrigo Fabri e Alex Mineiro (o mais lúcido do Galo).

Parecia que a tarde seria de sofrimento – mas o final tinha que ser feliz. Sinval entrou, e como Paulo Campos prometera, acabou fazendo a diferença. O zagueiro mineiro Adriano, que já estava lesionado, não conseguiu acompanhar o artilheiro, que recebeu passe de Marcel e foi derrubado. Pênalti que o próprio Sinval converteu (apenas o segundo gol dele no Brasileiro), deixando o Paraná mais perto da primeira divisão em 2005 – e alegrando o início da semana tricolor.

CAMPEONATO BRASILEIRO
42.ª rodada
Súmula
Local: Pinheirão.
Árbitro: Rodrigo Martins Cintra (SP).
Assistentes: Márcio Luís Augusto (SP) e Marcelo Carvalho Van Gasse (SP).
Gol: Sinval 25 do 2.º.
Cartões amarelos: Beto, Emerson (PR); Emerson (CAM).
Renda: R$ 44.785,50. Público: 7.839 pagantes.

Paraná Clube 1 x 0 Atlético-MG

Paraná
Flávio; Etto, Fernando Lombardi, Emerson e Vicente; Axel (Sinval), Messias (Fernando), Beto e Cristian; Marcel e Galvão (João Paulo). Técnico: Paulo Campos.

Atlético-MG
Danrlei; Walker, Adriano, André Luiz e Rubens Cardoso; Emerson (Thiago Júnio), Zé Luís, Zé Antônio, Renato (Juninho) e Rodrigo Fabri (Márcio Santos); Alex Mineiro. Técnico: Mário Sérgio.

 

As atenções dos paranistas, hoje, estarão voltadas para o Rio de Janeiro. O meia Marcelo Passos busca absolvição na acusação de doping. Ele corre o risco de uma suspensão que varia de 120 a 360 dias. Tudo por conta de seu desejo de jogar. O atleta confirmou ter feito uso de remédio para perder alguns quilos e foi flagrado no exame antidoping realizado na partida frente ao Palmeiras, no dia 7 de outubro. Foi detectada a presença de anfepramona, substância considerada estimulante e proibida.

O departamento jurídico do Paraná Clube fará a defesa do atleta, que estará presente no tribunal, assim como o técnico Paulo Campos. "Quero atestar que se trata de um jogador muito aplicado e que não teve a intenção de tirar proveito físico ao tomar o remédio", comentou Paulo Campos. "É um momento complicado na minha carreira. Já vi muita gente me julgando antecipadamente e sem saber do que realmente aconteceu", disse Marcelo Passos. O jogador utilizou um medicamento para emagrecer.

"Espero ser absolvido para ainda ajudar o Paraná na reta final deste Brasileiro", comentou. O jogador tem contrato com o clube até o fim do ano e pretendia mostrar seu futebol para assegurar uma renovação para 2005. "Estou muito feliz aqui e há tempos não encontrava um ambiente tão bom para se trabalhar. Mesmo na situação do clube, entre os últimos colocados do Brasileiro", comentou Passos. Como o jogador isentou clube e médicos, o Paraná não foi citado no processo.

Marcelo Passos nas mãos do STJD

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