Orlando Kissner
Marcos volta e encara o melhor ataque do Brasileirão amanhã.

O Paraná Clube terá, amanhã, a seu favor não apenas a galera tricolor. Se o Pacaembu será um reduto exclusivamente corintiano, torcedores de outros clubes que ainda sonham com o título Brasileiro estarão ?secando? com todas as forças o atual líder da competição. ?Pela primeira vez teremos gaúchos, goianos e cariocas torcendo pelo Tricolor?, brincou o artilheiro Borges, numa referência a Internacional, Goiás e Fluminense, equipes que dependem de tropeços do Corinthians para chegar à ponta da tabela.

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Como os ingressos se esgotaram rapidamente – o jogo (às 16h, no Pacaembu) faz parte da campanha ?Torcer pelo seu time faz bem?, da Nestlé -, o torcedor do Paraná acabou ?barrado? nesta festa. Integrantes de torcidas organizadas tiveram que desistir da viagem, sabendo de antemão, que só haveria ingressos nas mãos de cambistas. Num estádio totalmente alvinegro, qualquer ajuda é bem-vinda. Por isso, essa ?corrente pró-Paraná? é recebida com naturalidade pelos tricolores. O técnico Luiz Carlos Barbieri, energia positiva à parte, quer ver o seu time ?jogando futebol?.

Por uma temporada e meia, Barbieri vestiu a camisa do Timão e sabe o peso da imensa torcida nos jogos. ?É um time que sempre atuou dessa forma. Eles vão no embalo da Fiel?, lembrou. Barbieri disputou o Paulista e o Brasileiro de 1989 pelo Corinthians, sem conquistar títulos. No ano seguinte, quando o time paulista levantaria o título nacional, o meia trocaria de clube ainda no primeiro trimestre, durante o estadual. ?Para abafar a pressão que eles exercem, só tem um jeito: tocar a bola sem errar passes?, senteciou.

O técnico usou sua experiência para orientar os jogadores do Paraná neste sentido. Foi o toque de bola, aliás, o pior fundamento do Tricolor no tropeço frente ao Figueirense. O recente revés deixou o clube mais distante das primeiras colocações, mas não alterou o sonho de chegar à Libertadores. ?Temos dez jogos pela frente. É muita coisa. A derrota foi um alerta para a gente colocar os pés no chão e retomar aquele estilo guerreiro que sempre foi a nossa marca?, lembrou o artilheiro Borges.

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?Uma vitória, em São Paulo, frente ao Corinthians, mostraria para o Brasil que não estamos pra brincadeira?, disse o atacante tricolor. Borges reconhece que a missão é complicada, mas dá a receita. ?Temos que ter cautela. Nos posicionarmos no meio-de-campo e atacar com muita velocidade?, comentou, usando como exemplo o estilo de jogo que o Tricolor aplicou na vitória sobre o Palmeiras, a primeira do clube fora de casa neste Brasileiro.

Barbieri aliviado com retorno de dois titulares

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Marcos e Mário César voltam ao time. Pelo menos essa foi a impressão deixada pelo técnico Luiz Carlos Barbieri após o coletivo de ontem à tarde. Reservado, ele preferiu não antecipar a escalação, mas não escondia o alívio pela recuperação dos dois titulares. Por aproximadamente 25 minutos, o treinador trabalhou a equipe que deve encarar o Corinthians, amanhã, no 3-5-2 e com Neguete na vaga de Daniel Marques, suspenso pelo terceiro cartão amarelo.

?Vou esperar a reação dos jogadores aos treinos?, disse. Por precaução, testou outras opções – inclusive táticas – a partir da saída de Mário César e Marcos. O volante Mário César ainda está sob medicação, devido à uma amigdalite. ?Me alimentei muito mal nos últimos dias. É preciso recuperar as energias para este jogo?, disse o jogador, que foi substituído por Beto. Pouco depois, Barbieri trocou Marcos por Rafael Muçamba e passou a trabalhar o 4-4-2, mas com três volantes compactando o meio-de-campo.

Marcos já desfalcou o time em Florianópolis devido à uma contratura na parte posterior da coxa esquerda. ?Fiz todos os movimentos e me senti bem. Mas, é sempre bom esperar a reação do organismo ao esforço?, disse o capitão. ?Gostei das duas formações. Dependendo de como vier o Corinthians, vou fazer a opção definitiva?, disse Barbieri, despistando. Para o treinador, independente da escalação, seu time tem potencial para fazer um grande jogo, mesmo diante do favorito ao título.

?É preciso marcar, mas sem esquecer da nossa qualidade?, frisou o técnico. Os jogadores assinam embaixo. ?Com a posse de bola, temos que jogar, fazer com que eles também tenham a preocupação de nos marcar?, disse Mário César. ?É jogo para erro zero. Eles vêm com tudo pro ataque. Temos que ter inteligência para encaixar o contragolpe e qualidade nas finalizações?, destacou. Barbieri escalou, no treino de ontem, a seguinte formação: Flávio; Neguete, Marcos (Rafael Muçamba) e Aderaldo; Neto, Pierre, Mário César (Beto), Éder e Edinho; Borges e André Dias.