Nos últimos três anos, o Paraná Clube penou com sucessivos fracassos no Campeonato Paranaense. O caminho em 2006 começou tortuoso, mas bastou uma vitória no clássico com o Coritiba para o título estadual recuperar o caráter de ambição real na Vila Capanema. A três rodadas do final da primeira fase, o Tricolor figura com boas chances de classificação e já projeta o confronto da segunda fase.
O resultado no clássico fez o Paraná subir para a quarta posição no grupo B, voltando assim à zona de classificação para a segunda fase. Com 17 pontos, o Tricolor abre dois sobre o Roma, quinto colocado, e ainda terá uma tabela teoricamente favorável na reta final: enfrenta o Paranavaí, que está em má fase, fora de casa, e depois recebe Adap e Toledo no Pinheirão. Nas contas do técnico Barbieri, duas vitórias são suficientes para a equipe obter a vaga.
A classificação entre os oito melhores, anteriormente mera obrigação na Vila Capanema, ganha importância diante das recentes campanhas. Nos últimos três anos, o Paraná não conseguiu passar da primeira fase – em 2003 e 2004, chegou a brigar para não ser rebaixado. Para tentar resgatar a hegemonia local, a diretoria mudou a política em 2006 e fez contratos mais longos com os atletas, permitindo a manutenção de uma base. Flávio, Parral, Neguete, Edinho, Muçamba, Beto, Maicosuel e Sandro estão entre os remanescentes da temporada anterior – fator que ampliou a cobrança por melhores resultados. ?Temos um time mais forte que o do ano passado. Só precisávamos de uma vitória como a do clássico para provar essa condição?, falou o zagueiro Emerson.
Após a guinada positiva na luta pela classificação, outra questão surge na Vila Capanema: a preferência por escapar da quarta colocação e, conseqüentemente, de um provável confronto com o Atlético, favorito à liderança do grupo A. ?Como na próxima fase começaremos do zero, classificar é o mais importante. Mas se pudermos empurrar este clássico mais para frente, melhor?, ponderou o capitão Beto.
O atacante Leonardo vai mais longe e planeja vôos ainda mais altos – como alcançar a líder Adap, com seis pontos à frente. ?Dá para chegar em primeiro, já que a Adap tem confrontos diretos conosco e com o Coritiba. Mas o segundo lugar já nos daria uma vantagem (de disputar o segundo jogo do mata-mata em casa)?, confia.
?Paranazinho? na Divisão de Acesso
O Paraná segue o exemplo de grandes clubes europeus e prepara um time ?B? para disputar a Divisão de Acesso do Estado. A diretoria tricolor já obteve o aval da Federação Paranaense de Futebol e depende só de alguns detalhes financeiros para colocar seu ?Expressinho? na Segundona Estadual em 2006.
Segundo o vice-presidente de futebol José Domingos, a empreitada teria apoio de alguns parceiros – na verdade, empresários interessados em colocar atletas na vitrine. ?Além de observar estes jogadores, poderíamos dar ritmo aos juniores que estourarem a idade e aos que não são aproveitados no time de cima?, falou o diretor.
Antes de confirmar a inscrição, o Paraná ainda irá calcular os gastos necessários para a disputa. Algumas economias já foram definidas – como as viagens no mesmo dia das partidas fora de casa, para eliminar os gastos com concentração, e a provável utilização do Pinheirão, para não arcar com a abertura do estádio. ?Com salários, praticamente não gastaríamos nada?, explica Zé Domingos.
A FPF confirmou que, caso o Paraná B seja campeão ou vice da Divisão de Acesso, o terceiro colocado sobe para a Série Ouro. A legislação brasileira proíbe que uma associação participe com duas equipes de um mesmo campeonato.
A Divisão de Acesso, que se chamava Série Prata e mudou de nome depois do escândalo de corrupção na arbitragem do ano passado, deve começar em 23 de abril. A decisão de incluir o Paraná B, porém, pode adiar o início do torneio, já que o Estatuto do Torcedor exige que a tabela seja anunciada até 60 dias antes da primeira rodada – ou seja, até hoje, 22 de fevereiro. Se for inscrito, o ?Tricolorzinho? deve ficar no Grupo A, ao lado de Operário Ferroviário, Araucária, São José, Real Brasil, Prudentópolis, Iguaçu de União da Vitória, Pato Branco e Ivaiporã.
